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Cobalto e platina

Por:   •  24/1/2018  •  1.771 Palavras (8 Páginas)  •  278 Visualizações

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Platina

No século XVI, conquistadores espanhóis que buscavam ouro nas Américas o encontraram misturado com pepitas de um metal branco. A esse metal, deram-lhe o nome platina, devido à sua semelhança com o metal prata (platina é um diminutivo de plata, palavra espanhola para prata). A presença dessas pepitas misturadas ao ouro constituía um grande problema para esses exploradores, uma vez que era difícil fazer a separação entre a platina e o ouro. Durante muitos anos, a platina não teve qualquer valor exceto como um meio de falsificação de outros metais nobres.

Embora a história moderna da platina comece apenas no século XVI, ela foi encontrada em objetos que datam de 700 a.C. Como exemplo, há o famoso caixão de Thebes (da antiga Grécia) que foi decorado com hieróglifos (sinais da escrita de antigas civilizações) em ouro, prata e uma liga contendo platina. Esse metal também foi utilizado em joalheria por egípcios, povos antigos do Peru, Equador e indígenas pré-colombianos.

A platina foi um grande desafio para cientistas europeus devido às suas propriedades tais como elevado ponto de fusão e sua grande resistência à corrosão. As experiências iniciais com esse metal foram realizadas pelo médico inglês William Brownring, porem foram árduas pesquisas dos ingleses Wollaston e Tennant que trabalharam em parceria para a refinação desse metal, eles descobriram ainda outros metais durante essas pesquisas; entre eles o Paládio (Pd), Ródio (Rh), Irídio (Ir) e Ósmio (Os).

Na natureza, a platina é encontrada livre, na forma de pepitas, que são grãos arredondados ou achatados, mas é muito escassa na crosta terrestre (5 mg/kg que são encontradas naturalmente nos aluviões de diversos rios. Três quartos da produção mundial de platina vêm das jazidas de minérios da África do Sul e o restante da Rússia e do Canadá. O Brasil ainda não produz esse metal nobre. Ela também ocorre na natureza misturada com minérios de níquel e cobre, e é encontrada na forma combinada no mineral sperrilita (PtAs2).

A platina é um metal que tem em suas características ser maleável, denso, dúctil, ou seja, é um material que suporta um grau alto de tração até o momento de sua fratura, tem pouca reatividade, característica pelo qual é empregado em próteses dentarias e materiais cirúrgicos; e tem excelente resistência à corrosão. É classificado na tabela periódica como elemento de transição; encontrado no grupo 10D, período 6, tendo assim configuração eletrônica 1s², 2s², 2p6, 3s², 3p6, 3d10, 4s², 4p6, 4d10, 4f14,5s²,5p6, 5d9, 6s¹ de símbolo Pt, com número e massa atômica respectivamente 78 e 195,084(9) u. possui coloração branca acinzentada; os estados de oxidação mais comum da platina são os +2 e +4. Os estados de oxidação +1 e +3 são mais complexos de encontrar, e são somente estabilizadas por uma ligação metálica em espécies bimetálicas (ou polimetálicas). A platina é insolúvel em ácido clorídrico e ácido nítrico, porém dissolve-se em água régia aquecida produzido o ácido cloroplanítico, H2PtCl6; reage rapidamente com óxidos e peróxidos fundidos de metais alcalinos, por exemplo Na2O2 e Na2O. Embora seja menos reativa, quando aquecida ao rubro a platina reage com F2, Cl2 e O2.

Os pontos de fusão e ebulição são respectivamente 2 041,15 K e 4 098 K, sua densidade 21 090 kg/m3, condutividade térmica 71,6 W/(m·K), raio atômico igual a 139pm e eletronegatividade 2,28. A estrutura cristalina deste metal é cúbica centrada nas faces.

Atualmente a platina é muito usada, porém durante muito tempo ela foi usada somente para a falsificação de outros metias nobres. Aproximadamente um terço da produção de platina é usado na manufatura de jóias, um terço na indústria automobilística e um terço em aplicações industriais e financeiras. A platina tem sido usada em joalherias desde centenas de anos antes de Cristo. Os primeiros foram os egípcios e os povos primitivos do Peru e do Equador. Hoje em dia, ela é frequentemente usada na montagem de anéis de diamantes e outras jóias. Assemelha-se à prata e já foi denominada “ouro branco”. No que se refere à produção de catalisadores, ela é utilizada há muito tempo em conversores catalíticos que reduzem a poluição emitida por automóveis. Esses catalisadores contém uma liga de platina/ródio suportada em uma matriz cerâmica que converte os gases nocivos CO, NO, NO2 e hidrocarbonetos, presentes nos gases do escapamento de automóveis, nos compostos CO2 e N2 que são naturalmente encontrados na atmosfera

Como catalizador a platina ainda é utilizada na indústria petrolífera em diversos processos, em especial na reforma catalítica da nafta de gasolina com alta octanagem quando são ricos em compostos aromáticos.

No que se refere a agentes terapêuticos, um complexo muito importante de platina é a cisplatina que foi preparada pela primeira vez em 1844 por Michele Peyrone, mas coube a Barnett Rosenberg e colaboradores em 1965 a demonstração de suas propriedades antitumorais. Esse fármaco é atualmente muito utilizado contra o câncer de testículo e ovário em que se obtém até 90% de chance de cura. Nesse aspecto, é importante ressaltar que existem outros compostos de platina utilizados na quimioterapia do câncer, dentre eles, a carboplatina, oxaloplatina e também o contraceptivo feminino DIU (dispositivo intra uterino).

A platina apresenta ainda outras aplicações como o composto intermetálico Cr3 Pt (uma liga homogênea com composição definida) é utilizado para revestir navalhas. Outras ligas contendo platina são utilizadas em odontologia protética para implantes e fixação de brocas e em outras situações em que se necessita de materiais resistentes à corrosão e à temperatura elevada.

O metal ainda foi utilizado para demarcar os padrões do sistema internacional de medidas. De 1889 até 1960, o metro foi definido pelo comprimento de barra de liga de platina-irídio (90%:10%), conhecido como a barra de protótipo de metro do Sistema Internacional. A primeira

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