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BIOMASSA: FONTE SUSTENTÁVEL DE ENERGIA NA INDÚSTRIA BRASILEIRA

Por:   •  5/3/2018  •  2.229 Palavras (9 Páginas)  •  346 Visualizações

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Este trabalho tem como objetivo mostrar que a matriz energética brasileira vem crescendo no âmbito que diz respeito a sustentabilidade, e a diversificação das fontes alternativas de energia elétrica como foco principal a geração de energia através da biomassa.

JUSTIFICATIVA

O interesse na pesquisa em relação às fontes sustentáveis de energia vem aumentando a cada ano devido à grande preocupação, em relação à poluição e limitação quantitativa, que os combustíveis fósseis vêm trazendo. Portanto, é necessário o estudo e discussão sobre as fontes renováveis de energia e avaliar as vantagens e desvantagens da implantação de métodos alternativos de geração de energia nas indústrias. Para que isto aconteça é necessário investimentos governamentais em pesquisa e desenvolvimento industrial, mostrando que o governo está aberto a novas experiências e possíveis fontes de energia.

REFERENCIAL TEÓRICO

As tecnologias de produção de energia a partir da biomassa podem ser classificadas em dois grandes grupos: as baseadas na combustão direta da biomassa, englobando as centrais elétricas com ciclos a vapor; e aqueles em que não são empregados combustíveis derivados – gasosos ou líquidos, de tecnologias baseadas na gaseificação ou pirólise da biomassa. (ROSILLO-CALLE et al.; 2005) O processo de gaseificação é realizado sob temperatura elevada, cima de 800°C, com um longo tempo de residência (BRIDGWATER, 2006) gerando hidrogênio, monóxido de carbono, dióxido de carbono e água através da combustão parcial (MOHAN et al., 2006). A liquefação e a pirólise são processos termoquímicos diferenciados que ocorrem na ausência de oxigênio, no entanto, ambos decompõem termicamente os compostos orgânicos da biomassa em produtos líquidos (DERMIBAS, 2000; BRIDGWATER, 2006) denominados bioóleo. Combustíveis líquidos premium, como os hidrocarbonetos leves e misturas aromáticas similares à gasolina ou diesel, que poderiam ser produzidos por catálise, são algumas aplicações sugeridas para o bioóleo. (ROSILLO-CALLE et al.; 2005)

O Brasil é hoje o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com mais de 300 Mt processadas nas safras de 1997-1998, 1998-1999 e 1999-2000 (DATAGRO, 2002), o que corresponde a 15% da produção mundial. Depois da extração do caldo, o bagaço da cana-de-açúcar é constituído de 46% de fibra, 50% de água e 4% de sólidos dissolvidos. Entre 240 e 280 kg de bagaço são obtidos por tonelada de cana e o açúcar remanescente nele representa uma das perdas do processo. O bagaço é usado como combustível nas caldeiras e garante a auto-suficiência da indústria açucareira em eletricidade, em energia térmica e, em alguns casos, a eletricidade excedente.

A substituição, mesmo que parcial, da gasolina pelo etanol na frota de carros sustenta a ideia de melhoria da qualidade do ar em centros urbanos, além do menor custo do álcool combustível comparado ao da gasolina. Essa contribuição da agroindústria brasileira de cana-de-açúcar pode ser quantificada pela diminuição de poluentes como N2O e metano, além da geração de empregos no setor, e aperfeiçoamento do uso de produtos derivados da cana-de-açúcar.

Políticas públicas de incentivo ao setor sucroalcooleiro foram implantadas em décadas passadas, em situações políticas diferentes, visando apenas o crescimento da produção, como o Proálcool em 1975. Para retomada destes programas, faz-se necessário um planejamento adequado e engajamento político que centralize aumento da produtividade com baixos custos de produção e preocupação com as questões ambientais, como conservação da biodiversidade e contaminação por biopesticidas. (BAJAY, 1999; FERREIRA, 2005)

As florestas de eucalipto podem vir a ser uma opção interessante para a produção de bioenergia pela agropecuária brasileira, devido a existência de uma considerável extensão de terras com aptidão florestal localizada em várias regiões, aliada a uma rentabilidade atraente por unidade de área. A utilização da biomassa florestal como fonte de energia é sem dúvida a alternativa que contempla a vocação natural do Brasil, sendo o eucalipto a principal espécie para as florestas energéticas, por apresentar rápido crescimento, alta produtividade e facilidade de adaptação. (SANTANA et al., 1999; CORTEZ et al., 2009)

Em decorrência da segunda crise dos preços do petróleo, outra atividade que teve grande aumento na indústria brasileira foi a de papel e celulose, através da substituição de petróleo por lenha e lixívia. Assim como a atividade sucroalcooleira, gera discussão quanto a questões ambientais, apesar do menor consumo unitário e crescimento da autoprodução de energia, além da prática de mesclar as florestas plantadas com a utilização de corredores de vegetação nativa, garantindo níveis satisfatórios de preservação. De maneira geral, a indústria de papel e celulose permite a reciclagem de todos os produtos derivados dos processos de fabricação, resultando num sistema fechado, sem efluentes, com manejo compatível das florestas plantadas. (ROSILLO-CALLE et al.; 2005)

Em 2000, as empresas brasileiras produtoras de celulose atenderam cerca de 83% de sua demanda de eletricidade por meio de autoprodução. O valor correspondente para as fábricas integradas foi de 55%. De toda a eletricidade autoproduzida pelos fabricantes de pastas de celulose e papel no país em 2000, 62,8% foi produzida em unidades de co-geração com a combustão de lixívia, 16,6% com a queima de cavacos e resíduos provenientes do processamento da madeira, 9,8% em pequenas usinas hidrelétricas, 7,5 % em plantas de co-geração que consomem óleo combustível e só 3,3% nessas mesmas plantas com o consumo de carvão mineral. (BARBELI, 2003)

Com o advento do etanol celulósico, a segunda geração do etanol, qualquer biomassa – palhas, folhas, resíduos florestais, madeira – passará a servir de matéria-prima. Os Estados Unidos estão apostando nessa alternativa, e propondo uma gama cada vez maior de produtos da “química verde”. (SACHS, 2007). No início da década de 70, algumas instituições brasileiras demonstraram interesse pela conversão de material celulósico em etanol. Na década de 80 foi criada a COALBRA (Coque e Álcool de Madeira) como uma empresa federal para instalar e operar uma planta comercial de conversão de madeira em combustíveis líquidos e outros produtos. Após avaliação das tecnologias disponíveis em todo o mundo, a COALBRA decidiu usar a tecnologia baseada em ácido sulfúrico diluído (0,5%), usada na União Soviética por muitas décadas. Foi instalada uma

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