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A Importância do Capeamento no Ensaio de Compressão Simples do Concreto

Por:   •  12/11/2018  •  3.759 Palavras (16 Páginas)  •  461 Visualizações

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O concreto é a solução estrutural mais utilizada no Brasil devido à sua versatilidade, durabilidade e desempenho, permitindo a adoção de formas criativas e a realização de obras inovadoras. Utilizando os mesmos insumos, porém em dosagens diferentes, podem ser produzidos diversos tipos deste material, com características diferentes. Uma peça pode ser submetida a vários tipos de solicitação, como tração, flexão, torção e cisalhamento, porém destaca-se a sua capacidade de resistência à compressão, que é o principal parâmetro de classificação, qualidade e dimensionamento.

Uma das informações mais importantes sobre este material é a sua resistência característica à compressão (Fck). Segundo ISAIA et alii. (2011), para a determinação desta característica, costumam ser empregados dois métodos: os ensaios destrutivos e os não destrutivos. Em função da praticidade, baixo custo e rapidez de obtenção de resultados, os ensaios destrutivos são mais utilizados na verificação de tal propriedade. Os ensaios não destrutivos são mais aplicados para a investigação de estruturas já acabadas, sem sinais de comprometimento dos elementos estruturais. Costumam ser mais complexos, utilizando aparelhos mais sofisticados e mão-de-obra qualificada.

De acordo com BARBOSA et alii. (2009), o ensaio mais consagrado para avaliação do desempenho mecânico do concreto trata-se de um ensaio destrutivo, determinado na NBR 5739/2015 – ensaio de resistência à compressão. Este parâmetro é obtido por meio de ensaios de compressão axial de corpos-de-prova moldados especificamente para esta finalidade e deve ser seguido rigorosamente, porém, podem ocorrer falhas na preparação dos corpos-de-prova ou na realização do ensaio, que induzam a distorções nos resultados.

Um dos elementos que podem levar a estas distorções é a falta de paralelismo entre as faces do corpo-de-prova. Segundo Bezerra (2007), é necessário que elas estejam niveladas e perfeitamente planas, para que não haja concentração de tensão, o que causará divergência entre a resistência real e a resistência apresentada no ensaio, pois qualquer pequena irregularidade na superfície já é suficiente para provocar excentricidade no carregamento.

A norma NBR 5738/2015 cita técnicas para se fazer o nivelamento das superfícies, que podem ser por capeamento colado, capeamento não colado ou por desgaste mecânico. Entretanto há necessidade de estudos sobre como cada técnica pode influenciar no resultado dos ensaios, majorando ou minorando a resistência dos corpos-de-prova.

O trabalho analisará comparativamente as influências do tipo de capeamento na determinação da resistência característica do concreto, seguindo a metodologia de ensaio determinada na NBR 5739/2007, utilizando como regularização das faces o método de desbaste, ou capeamento com madeira, gesso, neoprene e enxofre, aplicados a corpos-de-prova de 10x20cm e 15x30cm, com e sem uso de lubrificante.

- OBJETIVOS

O presente trabalho tem por objetivo principal contribuir com a melhoria do controle tecnológico de concreto, avaliando a influência exercida pelos diferentes tipos de regularização das faces dos corpos de prova nos resultados de ensaios de compressão simples.

- MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo contou com uma fase experimental, composta pela confecção de corpos-de-prova cilíndricos de concreto com resistência estimada aos 28 dias de 20MPa, sendo 60 de 10x20 cm e os outros 60 de 15x30 cm, sob condições de cura idênticas, em seguida, passaram pela etapa de regularização das faces e, por fim, foram submetidos ao ensaio de compressão.

Paralelamente a esta fase, foi feita uma revisão bibliográfica, abordando o ensaio de resistência à compressão simples, seguindo a NBR 5739/2007, bem como a importância da regularização das faces do corpo de prova, os tipos de materiais que podem ser adotados para a regularização e a importância da lubrificação para a realização do ensaio.

Figura 1 – Disco de neoprene.

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Fonte: o próprio autor, (2015).

O primeiro método empregado para a regularização das faces dos corpos-de-prova foi o capeamento não colado com neoprene. Foram utilizados discos de neoprene com espessura de 3mm e dureza de 70 shore, inseridos em bases metálicas com anel. O material foi adquirido em uma loja especializada em artefatos de borracha da cidade de Londrina.

A segunda classe de corpos-de-prova teve suas bases regularizadas pelo método de desbaste mecânico, utilizando uma retífica com serra diamantada para os corpos-de-prova com dimensão de 10x20 cm e uma lixadeira de mão com disco de desbaste para concreto nos corpos-de-prova de 15x30 cm.

Figura 2 – Superfície de capeada com pasta de gesso.

[pic 3]

Fonte: o próprio autor, (2015).

A terceira classe de corpos-de-prova a ser analisada teve a regularização das bases feita com pasta de gesso. Foi utilizado um traço 1:4, e a espessura da pasta de aproximadamente 3mm. O material foi adquirido em uma loja de material de construção da cidade de Londrina.

Figura 3 – Disco de madeira.

[pic 4][pic 5]

Fonte: o próprio autor, (2015).

O quarto método de regularização utilizado foi o capeamento não colado com discos de madeira. Foi utilizado compensado de madeira, com espessura de 4mm, inseridos em bases metálicas com anel. Foi adotada esta espessura para não ficar muito diferente dos capeamentos colados. O material será adquirido em uma madeireira da cidade de Londrina.

Por fim, a última classe de corpos-de-prova a ser analisada utilizou o método de capeamento colado com pasta de enxofre. Foi utilizada uma camada de enxofre, com espessura de 3mm e sua aplicação foi feita pela equipe de um laboratório de controle e tecnologia de concreto da cidade de Londrina, devido aos cuidados que devem ser tomados durante o seu manuseio.

Metade de cada amostra de corpos-de-prova foi rompida utilizando óleo lubrificante de mamona para desfazer o atrito entre o corpo-de-prova e o capeamento, evitando o seu abaulamento. Este é o mesmo óleo utilizado como desmoldante dos corpos-de-prova. Será utilizado o lubrificante disponível no laboratório da instituição.

Para

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