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A ENGENHARIA SUSTENTÁVEL

Por:   •  29/10/2018  •  3.175 Palavras (13 Páginas)  •  315 Visualizações

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Atualmente os modelos mais utilizados para as construções sustentáveis é o da ecoficiência e a Produção Mais Limpa – PML, onde além de permitir uma real adequação das atividades humanas e do meio ambiente, seja ele interno ou no entorno do empreendimento, tornou-se uma ferramenta estratégica para a competitividade no meio empreendedor. O cuidado ambiental, assim como a sua adequação à legislação vigente se tornou uma preocupação crescente e que proporcionará um caminho mais seguro para se obter um padrão de desenvolvimento de métodos e técnicas de produção mais limpa. A ecoeficiência é alcançada mediante o fornecimento de bens e serviços a preços competitivos, que satisfaçam as necessidades humanas por meio de uma boa qualidade de vida, promovendo ao mesmo tempo a redução progressiva dos impactos ambientais e do consumo de recursos de forma inteligente, eficaz e duradoura.

A “Produção mais limpa” significa a ampliação continua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de materiais primas, água e energia, através da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados em um processo produtivo. A PML é um exemplo de como os recursos naturais pode ser utilizados segundo o desenvolvimento sustentável. Ele visa uma sustentabilidade a longo prazo, e mostra a preocupação do efeito das atividades na comunidade em que atua. Visando mostrar que é possível proteger o meio ambiente e, ao mesmo tempo, obter ganhos econômicos, buscaram criar Centros Nacionais de Produção Mais Limpa em países em desenvolvimento, para implantar a PML em empresas de vários setores.

2 O DESPERDÍCIO E PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

2.1 ORIGEM DO DESPERDÍCIO

Sabe-se que a Construção Civil destaca-se por ser um dos setores onde o desperdício é maior. Chega-se a afirmar que com a quantidade de materiais e mão-de-obra desperdiçados em três obras, é possível a construção de outra idêntica, ou seja, o desperdício atingiria um índice de 33% (GROHMANN, 1998). Segundo MESSEGUER (1991), o desperdício advém, ou se origina, de todas as etapas do processo de construção covil, que são: planejamento, projeto, fabricação de materiais e componentes, execução e uso e manutenção.

A Figura 01 demonstra as etapas do processo de construção civil e seus respectivos responsáveis:

[pic 1]

Figura 1: Etapas do Processo da Construção Civil que originam desperdício. Fonte: GROHMANN, 1998.

Assim, é possível perceber que os desperdícios provenientes da construção civil não ocorre apenas no decorrer da obra, mas é formada de um processo que envolve várias etapas.

Segundo SERPELL (1993), na Execução das obras da Construção Civil, os fatores que influenciam à produtividade e que, conseqüentemente, acarretam desperdícios, são:

a) Deficiências de projeto e planejamento que dificultam a construtibilidade da obra e que, normalmente, são causados pela falta de detalhamento no projeto;

b) Ineficiência da gestão administrativa que enfatiza a correção dos problemas ao invés da prevenção dos mesmos. Isto ocorre devido ao pouco envolvimento dos administradores com o processo produtivo;

c) Métodos ultrapassados e/ou inadequados de trabalho que não observam as experiências advindas de projetos anteriores, o que ocasiona a repetição dos erros;

d) Pouca vinculação da obra com as atividades denominadas de apoio, como: compras, estoques e manutenção;

e) Problemas com os recursos humanos decorrentes da pouca especialização da mão-de-obra;

f) Problemas com a segurança dos trabalhadores gerados, principalmente, pelo não fornecimento e/ou uso dos equipamentos de proteção individual ou coletivo;

g) Deficiências dos métodos utilizados para o controle de custos projetados e executados.

2.2 FORMAS DE DESPERDÍCIO NA EXECUÇÃO DE OBRAS

A maioria dos autores, como FORMOSO (1996), destacam as perdas que ocorrem na Construção Civil, classificando-as quanto ao seu controle, sua natureza e origem. Numa classificação paralela as comumente encontradas, Grohmann (1998) utiliza uma abordagem simplificada e divide as formas de desperdício em: desperdício de materiais e desperdício de mão-de-obra.

2.2.1 DESPERDÍCIO DE MATERIAIS

O desperdício de materiais engloba os entulhos e os materiais incorporados à obra. TACLA (1984) define entulho em uma obra de Construção Civil como sendo todo o volume de materiais que sai da obra, sem nenhuma perspectiva de utilização futura. Englobam as sobras de concreto, argamassa, ferro, blocos de cerâmica, etc. O desperdício de materiais incorporados à obra refere-se ao excesso de materiais utilizados que, ao final do obra, não são percebidos ou pouco se percebe.

2.2.2 DESPERDÍCIO DA MÃO DE OBRA

O desperdício de mão-de-obra refere-se ao tempo empregado pelos trabalhadores em atividades que não incorporam valor ao produto final e que podem, facilmente, ser reduzidos ou eliminados sem causar nenhum prejuízo. Englobam: tempo de espera, de retrabalho, de transporte, etc.

2.3 PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

As perdas na construção civil englobam tanto a ocorrência de desperdício de materiais quanto qualquer ineficiência relativa ao uso de equipamentos, mão de obra e execução de tarefas desnecessárias que geram custos adicionais e não agregam valor (SACOMANO et al, 2004). A origem das perdas pode estar tanto no próprio processo de produção quanto nos processos que o antecedem como fabricação de materiais, preparação dos recursos humanos, projeto, suprimentos e planejamento (FORMOSO et al, 1996).

[pic 2]

Figura 2: As perdas segundo seu momento de incidência e sua origem Fonte: FORMOSO et al, 1996.

As perdas podem ainda ser classificadas em aparentes (ou diretas) e de natureza oculta (indiretas). Enquanto as diretas representam as “perdas que saem” (entulho), as indiretas, que representam as “perdas que ficam”, podem ser subdivididas em perdas por substituição, por imprevisão e por negligência.

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