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Caracterização de favas crioulas no Maciço de Baturité

Por:   •  25/5/2018  •  2.918 Palavras (12 Páginas)  •  308 Visualizações

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As sementes crioulas são as que melhor se adaptam a cada região onde ocorrem, visto que elas se aperfeiçoaram por meio da seleção natural, na qual os indivíduos mais vigorosos permanecem. (TRINDADDE, 2006). Para o mesmo autor as comunidades tradicionais podem armazenar sementes de uma safra para outra, não precisando, dessa forma, comprar sementes comerciais, as quais geralmente são perecíveis de um ano para outro, mas sim usar as sementes de sua própria lavoura antecedente.

Por sua vez são mais resistentes e menos dependentes á fertilizantes químicos. Para Santos et al. (2015) as sementes crioulas são detentoras de características diversas, como boa adaptabilidade a diversos ambientes, diversidade genética, que contribuem para a boa formação da cultura. Dessa forma nos faz refletir que são fonte de biodiversidade dos sistemas de produção e de diversidade alimentar.

De acordo com Vasconcelos (2011) as sementes crioulas possuem ampla importância, pois, atendem a um dos princípios básicos da Agroecologia que é o de desenvolver plantas adaptadas às condições locais, capazes de tolerarem variações ambientais e ataque de organismos prejudiciais.

Hoje em dia só é possível termos sementes crioulas por causa da agricultura realizadas por alguns agricultores, tais como as populações indígenas e camponesas. Estes conseguiram conservá-las e selecioná-las, para garantir sua alimentação e sobrevivências das espécies cultivadas. Nelas reside uma ampla variedade genética que os camponeses têm se utilizado para enfrentar variações climáticas sazonais ou não, condições edáficas distintas, pragas, etc. (SARAVALLE, 2010).

Segundo Guimarães et al., (2007) no Brasil, apesar de cultivada em todos os Estados e de apresentar capacidade de adaptação mais ampla que o feijão- comum (Phaseolus vulgaris L.), o cultivo do feijão-fava ainda tem pouca relevância. Acredita-se que as principais razões para o cultivo relativamente limitado, sejam: a maior tradição de consumo do feijão-comum, o paladar do feijão fava e o seu tempo de cocção mais longo.

A importância econômica e social se deve principalmente à sua rusticidade em regiões semiáridas do Nordeste brasileiro, o que possibilita prolongar a colheita em período seco (Azevedo et al., citado por N.R.GUIMARÃES et al., 2006). Muitas dessas variedades estão deixando de ser cultivadas pelos agricultores e em algumas cidades já não são mais encontradas. Inúmeros fatores vêm contribuindo para essa modificação de comportamento.

O estudo morfológico de variedades de feijão fava é importante porque facilita o registro de caracteres de identificação. A maioria das características de importância agronômica no feijoeiro, tais como: porte e ciclo da planta, produtividade de grãos e seus componentes primários e reação a patógenos têm herança quantitativa. (OLIVEIRA; TORRES; BENEDITO, 2011).

A Fava (Phaseoulos lunatus L.) é uma das principais culturas cultivadas na região junto com outras no plantio de sequeiro, sendo uma das fontes de alimento. As sementes são consumidas tanto verdes como secas. Apesar de sua grande rusticidade e do seu elevado valor nutritivo, o cultivo do feijão-fava tem sido relativamente limitado.

Dentre as razões para o cultivo limitado, estão a maior tradição de consumo dos feijões comum (Phaseolus vulgaris L.) e caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) e o sabor amargo do feijão-fava, conferido pela presença de toxinas (HCN). Além desses uma das principais razões para que feijão-fava ainda seja pouco cultivado no Brasil, é a falta de cultivares recomendadas para as regiões produtoras (GUIMARÃES et al., 2007; LEMOS et al., 2004; DOMINGUEZ et al., 2002; e SANTOS et al., 2002, citado por SILVA, 2011). Deste modo percebe-se a necessidade e a importância de estudos sobre a fava, tanto no nordeste como no Brasil.

Diante disso, caracterizar uma variedade significa basicamente, identificar e descrever diferenças entre elas. Normalmente, além das informações sobre a origem do material, são também levados em conta, diferenças relacionadas ao comportamento agronômico dos mesmos, como produtividade, crescimento, hábito de florescimento, respostas a infecções por patógenos ou ataque de pragas, assim como aquelas diferenças advindas da avaliação dos descritores botânicos (SINGH, citado por OLIVEIRA; TORRES; BENEDITO, 2011). Torna-se um processo importante para identificar caracteres desejáveis no comportamento produtivo das plantas.

- Hipótese:

Muitas das variedades de fava estão deixando de ser cultivadas pelos agricultores e em algumas cidades já não são mais encontradas.

Há diferenças morfológicas e fenológicas entre as variedades de fava encontradas no Maciço de Baturité.

3. Objetivo: (Gerais e específicos):

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GERAIS:

Caracterizar as diferentes variedades de fava cultivadas no maciço de Baturité.

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ESPECÍFICOS:

- Caracterizar as sementes;

- Caracterizar a fenologia das variedades;

- Caracterizar a morfologia das variedades;

- Cultivo de modo orgânico.

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Metodologia:

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Tipo de Pesquisa

Em laboratório será realizada a caracterização morfológica das sementes de Fava (Phaseolus lunatus L), oriundas do Maciço de Baturité com o objetivo de realizar análises quantitativas e de pigmentação.

Em uma segunda fase de realização do projeto se usará o método experimental com o objetivo de caracterizar a morfologia e a fenologia das plantas de Fava (Phaseolus Lunatus L), que serão oriundas das sementes classificadas na primeira fase. Com 2 (dois) tratamentos, um com adição de matéria orgânica e o outro sem adição de matéria orgânica e 12 variedades, Rajada amarela; Orelha da vó, vovozona ou cancão; Vermelha; Espirito santo amarela; Preta; Amarela ou riqueza; Manteiga; Branca balinha ou Olho de peixe; Espirito santo rajada preta; Boquinha de Moça, Rajada vermelha e Índia com 4 (quatro) repetições. As parcelas serão constituídas de cinco plantas, o espaçamento entre linhas será de 0,50m

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