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UTILIZAÇÃO DE BIOFEEDBACK PARA INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA

Por:   •  28/2/2018  •  1.568 Palavras (7 Páginas)  •  268 Visualizações

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De forma objetiva, o Biofeedback se caracteriza como uma técnica que objetiva ensinar o sujeito a realizar o autocontrole de uma resposta fisiológica ou autônoma específica, mediante a retroalimentação constante da informação sobre a função que se deseja controlar, captada por um dispositivo que monitora, amplia, e informa ao sujeito, em tempo real, a variação e influência que ele está exercendo sobre a referida resposta alvo, fornecendo-lhe um feedback visual ou auditivo.

Simón apud Carvalho (2012), ressalta que a chave para o sucesso do Biofeedback reside no feedback direto, preciso e constante que o sujeito recebe sobre a variação da resposta alvo, uma vez que, para aprender a controlá-la voluntariamento faz-se "necessário que o cérebro receba a informação imediata do que ocorre no organismo, a fim de que possa aprender a regular sua atividade". A aprendizagem ou autorregulação, complementa o autor, é concebida como "uma forma de imposição de um circuito de feedback externo adicional aos circuitos de feedback naturais do sistema de controle adaptativo homeostático", potencializando ou substituindo esse circuitos naturais.

Três aspectos básicos devem ser considerados para a realização eficaz do treinamento em biofeedback: resposta alvo deve ser registrada continuamente, com suficiente sensibilidade para captar suas variações momento a momento; as variações da resposta alvo devem ser retroinformadas ao sujeito, em tempo real, dando-lhe o conhecimento preciso e exato das mesmas; e, o sujeito "deve estar motivado a aprender a realizar as mudanças pretendidas, já que a premissa básica do biofeedback é que, através do feedback imediato e da resposta sob estudo, um indivíduo pode conseguir o controle da mesma".

Na modalidade sensorial, o mais usual são as formas auditivas, com mudança de tom ou frequência, e as visuais (ou ambas) como uma escala graduada com um ponto central de referência da linha de base média, uma fila de luzes, uma barra colorida que aumenta ou diminui, escalas digitais, osciloscópios, câmeras de vídeos, ordenadores, etc., que reproduzam incrementos ou diminuições da resposta em treinamento.

Destaca-se a importância do acréscimo de um reforço externo e tangível pela superação das metas propostas no treinamento, especialmente quando se trabalha com crianças, onde reforços explícitos possibilitam o aumento da execução correta da atividade proposta. Se tratando de adultos, informa Simón (ibid, p.342), é esperado que "o conhecimento de alcançar um determinado nível de resposta fisiológica é suficiente reforçador para incentivar o sujeito a continuar respondendo. Em ambas as situações, introduzir técnicas comportamentais que facilitem a mudança do comportamento, assim como a mudança individualizada de apresentação do biofeedback, são possíveis tentativas que buscam facilitar o controle da resposta alvo por parte do sujeito.

Os modelos teóricos que melhor explicam o funcionamento das técnicas do biofeedback são, de acordo com Shapiro apud Simón apud Carvalho (2012): "modelo operante, modelos operacionais (somáticos-musculares e cognitivos), modelo de aprendizagem de habilidades motoras e modelo cibernético ou de sistema de controle autorreguladores", sendo que em todos, o aspecto central reside na sua possibilidade como mecanismo e processo que regulam a aprendizagem e o controle de respostas fisiológicas.

Considerando o contexto esportivo, analisando a efetividade e aplicabilidade do treinamento em biofeedback, Weinberg e Gould apud Carvalho (2012), ressaltam que: "embora deva ser observado que nem todos os estudos do biofeedback demonstrar melhorar o desempenho, a técnica tem demonstrado reduzir consideravelmente a ansiedade e a tensão muscular", destacando a sua efetividade em "melhorar a consciência de níveis de tensão", o que os levam a considerar como um "mecanismo útil para controlar a ansiedade pré-competitiva".

Através do biofeedback "o atleta aumenta a sensibilidade para processos psicofisiológicos e aprende a dirigir sua atenção a tarefas importantes (atenção seletiva) sem ficar nervoso e tenso (ótimo estado de ativação)", Samulski apud Carvalho (2012).

No treinamento em biofeedback a meta é que o atleta aprenda a controlar suas funções biológicas de forma a permitir que performances máximas ocorram. No esporte a técnica é mais usualmente usada das seguintes formas:

- Frequência Cardíaca: elevação da FCpode aumentar o tempo de reação, enquanto que a estabilização da mesma pode aumentar a resistência e a eficiência cardiovascular;

- Respiração: respiração inadequada pode levar a uma incapacidade de desempenho ou "choking" (asfixia) e hiperventilação

- Sudorese na palma das mãos: uma medida indireta da reação emocional e da ansiedade;

- Atividade Cerebral: atletas que aprendem a controlar a atividade cerebral podem ampliar suas habilidades de atenção, de controle das suas emoções, reduzindo, assim, o trabalho cerebral;

- Temperatura periférica do corpo: avalia o fluxo sanguíneo ou a constrição das veias nas mãos e pés. Estresse pode causar a constrição ou redução do fluxo sanguíneo, o que inibe a recuperação de exercícios árduos ou pequenos e grandes ferimentos. (STRACK apud CARVALLHO, 2012)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A aplicação da técnica de biofeedback no campo do esporte é relativamente nova, que combina a psicofisiologia da emoção com uma psicologia do esporte, porém, autores como Golden, Tenembaum e Kamata apud Carvalho (2012) apontam o crescente reconhecimento pelos profissinais de Psicologia do Esporte de que o Biofeedback pode "ajudar o atleta a gerenciar seus pensamentos e emoções durante as competições, controlar o nível de ativação, e estabelecer a prontidão mental e física para o ótimo desempenho".

Com o uso de tecnologia avançada, um psicólogo e um atleta podem monitorar medidas comuns de fisiologia do desempenho em situações competitivas.

REFERÊNCIAS

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