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PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: Um estudo crítico social

Por:   •  15/4/2018  •  8.414 Palavras (34 Páginas)  •  338 Visualizações

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atuais utilizados para o recrutamento e seleção de pessoal nas organizações.

​O interesse em pesquisar este tema surgiu diante da afirmação em aula deste Curso que as organizações atuais buscam talentos baseados em suas experiências profissionais anteriores. A vivência pessoal da dificuldade de transição de carreira de alguns membros do grupo desta pesquisa e a quase impossibilidade de recolocação no mercado em uma nova área em que ainda não possuem experiência, gerou uma preocupação com a relevância das organizações atentarem para a importância de um trabalho que faça sentido para o sujeito, ainda que diferente do que estava acostumado a desempenhar.

​Realizou-se então uma breve pesquisa teórica, na qual constatou-se o alto índice de turnover e absenteísmo nas organizaões, os quais podem estar relacionados à desmotivação dos trabalhadores. Assim, decidiu-se pesquisar os fatores que poderiam estar vinculados a esta desmotivação e uma possível proposição para a resolução deste problema. Entende-se que esta pesquisa se faz importante por se tratar de um tema atual e de grande relevância social.

1. Introdução Teórica

1.1 Significância histórica do trabalho

​As alterações nas organizações, nas relações de trabalho da sociedade capitalista, se intensificaram há algumas décadas, gerando sérios problemas e prejudicando a saúde e qualidade de vida dos trabalhadores. Em razões disto, muitos pesquisadores têm se dedicado a pesquisar sobre este tema, analisando quais são os impactos que essas mudanças causam ao trabalhador, inserido nas organizações atuais.

​De acordo com Kilimnik (1999), o estudo do trabalho humano justifica-se pela significância histórico-filosófica do trabalho, que o coloca como atividade relevante; pela significância individual comprovada pela quantidade de tempo que o indivíduo gasta preocupando-se com aspectos relacionados ao trabalho e pelas consequências que a falta do trabalho provoca nas pessoas; pelo fato de que o significado do trabalho afeta as instituições e a sociedade; pelo fato de as tendências sociais afetarem a forma das pessoas verem o trabalho; e pelo interesse que o tema tem despertado para o desenvolvimento de pesquisa comparativa.

​Citando diversos autores, Santos (2010) argumenta que nas sociedades modernas o trabalho engloba um projeto de participação e de reconhecimento social e político tão relevante, que acaba por constituir-se como o eixo estruturante das relações sociais e do sentido atribuído às existências individuais e coletivas. Tendo o potencial de satisfazer as necessidades econômicas, sociais e psicológicas, uma participação satisfatória e efetiva do indivíduo no mundo do trabalho é fundamental para uma elevada qualidade de vida pessoal e para uma sociedade de sucesso. Entretanto, ainda segundo os colegas de Santos, na atualidade, o mundo encontra-se em constante instabilidade, a partir de fenômenos como a globalização, o desenvolvimento das tecnologias de informação, a inconstância e a privação econômica, as mudanças demográficas e a precariedade no emprego, o que faz com que a noção tradicional de ter um trabalho único para a vida inteira dê lugar a um ambiente de transformações e insegurança, e a dificuldade em conseguir um emprego constitua-se como uma realidade coletiva na maior parte da população, apresentando-se como um impacto significativo no mundo laboral atual.

1.2 O impacto da Revolução Industrial no trabalho

​O surgimento da empresa moderna e a alteração dos processos de administração tiveram início na Revolução Industrial, no fim do século XVIII. Este fenômeno surgiu trazendo grandes modificações e rápidas mudanças no contexto social, econômico e político. O marco principal da Revolução Industrial foi a invenção da máquina a vapor, por James Watt, em 1776, que provocou um surto de industrialização. A força humana foi substituída por máquinas, causando um aumento acelerado das indústrias e a necessidade de maior produtividade destas empresas, que se tornaram cada vez mais competitivas.

​No inicio do século XX, o engenheiro americano Frederick W. Taylor apresentou a Administração Científica, teoria que enfatiza a divisão e racionalização do trabalho, com o objetivo de obter o máximo da produção, utilizando o mínimo de custo. Nesse conceito, a empresa deve ser vista como uma máquina, as atividades são comumente monótonas e repetitivas, para que o trabalhador execute as tarefas de forma especializada. Segundo Taylor, os operários até então eram desqualificados, e neste novo método deveria ser mais bem preparado e qualificado para cada função. Outra característica importante seria o controle do tempo, a fim de que aumentasse a produção de maneira eficiente. Nesse método também foi iniciado o principio da seleção, em que os trabalhadores eram escolhidos e treinados para desempenhar melhor a sua função.

​Nota-se também, na teoria de Taylor, a preocupação com a saúde do trabalhador, não por pensar que os operários merecessem este tipo de atenção, mas pelo reconhecimento que o conforto e boas condições de trabalho pudessem aumentar a produtividade.

​Quase dois séculos depois, a incrível velocidade da aceleração das inovações tecnológicas, o dinamismo da economia e a agilidade das comunicações experimentadas hoje vêm provocando uma enorme turbulência no ambiente empresarial. De um lado, as empresas são forçadas ao acirramento da concorrência, tendo que mudar suas estratégias de negócios e suas formas de organização do trabalho. De outro, fica evidente a redução drástica nos empregos. Já em 1995, Rifkin alertava para os efeitos da chamada Terceira Revolução Industrial, em que o aproveitamento pelas empresas de todo o potencial tecnológico existente, principalmente pela aplicação da Reengenharia, causaria a eliminação de um enorme

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