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AS ATIVIDADES LÚDICAS NO TRABALHO DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL

Por:   •  30/3/2018  •  2.841 Palavras (12 Páginas)  •  484 Visualizações

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Para diagnosticar o problema ou dificuldade de aprendizagem apresentada pelo aluno, o psicopedagogo precisa conhecer a vida pregressa da criança, seu histórico familiar e “testar”, por meio de instrumentos próprios, a exemplo dos listados por Sampaio como sendo provas que determinem o período operatório em que se encontra o aprendente, provas projetivas, EOCA, anamnese, entre outros, assim capacitando-se a indicar um tratamento. Conforme Sampaio (2007, p. 1-2):

O diagnóstico poderá confirmar ou não as suspeitas do psicopedagogo. O profissional poderá identificar problemas de aprendizagem. Neste caso ele indicará um tratamento psicopedagógico, mas poderá também identificar outros problemas e aí ele poderá indicar um psicólogo, um fonoaudiólogo, um neurologista, ou outro profissional a depender do caso. O tratamento poderá ser feito com o próprio psicopedagogo que fez o diagnóstico, ou poderá ser feito com outro psicopedagogo. Durante o tratamento são realizadas diversas atividades, com o objetivo de identificar a melhor forma de se aprender e o que poderá estar causando este bloqueio. Para isto, o psicopedagogo utilizará recursos como jogos, desenhos, brinquedos, brincadeiras, contação de histórias, computador e outras situações que forem oportunas. A criança, muitas vezes, não consegue falar sobre seus problemas e é através de desenhos, jogos, brinquedos que ela poderá revelar a causa de sua dificuldade. É através dos jogos que a criança adquire maturidade, aprende a ter limites, aprende a ganhar e perder, desenvolve o raciocínio, aprende a se concentrar, adquire maior atenção. O psicopedagogo solicitará, algumas vezes, as tarefas escolares, observando cadernos, olhando a organização e os possíveis erros, ajudando-o a compreender estes erros. Irá ajudar a criança ou adolescente, a encontrar a melhor forma de estudar para que ocorra a aprendizagem, organizando, assim, o seu modelo de aprendizagem. O profissional poderá ir até a escola para conversar com o(a) professor(a), afinal é ela que tem um contato diário com o aluno e poderá dar muitas informações que possam ajudar no tratamento.

Complementarmente, Scoz corrobora com Sampaio ao destacar a importante função do psicopedagogo em distinguir “as dificuldades de aprendizagem que podem ser solucionadas pelos próprios professores, dos problemas de aprendizagem que necessitam da intervenção de profissionais especializados” (SCOZ, 2008, p. 7).

Miranda destaca que:

O papel do psicopedagogo é de suma importância, porque ele vai agir como um ‘solucionador’ para os problemas de conduta e aprendizagens, já que ele tem o domínio de técnicas especializadas, orientando professores, pais e demais envolvidos, naquilo que devem fazer em cada momento, para potencializar o tratamento (MIRANDA, 2009, p, 3).

A autora Miranda parte da premissa de que o psicopedagogo identifica os possíveis “erros” que a criança comete (problemas e/ou dificuldades de aprendizagem) e nesse processo “a escuta é fundamental para que possa conhecer como e o que o sujeito aprende” (SAMPAIO, 2007, p. 2), assim como a aplicação das técnicas especializadas e define o tratamento, orientando aos professores, pais e todos aqueles que são envolvidos com a aprendizagem dos alunos.

No entanto, o papel do psicopedagogo na instituição escolar, nos tempos atuais, não se volta única e exclusivamente ao diagnóstico e indicação de tratamento e/ou encaminhamento para tratamento das dificuldades/problemas de aprendizagem, mas, de forma inerente à sua função na escola, esse profissional poderá:

[...]

- ajudar os professores, auxiliando-os na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os alunos possam entender melhor as aulas;

- ajudar na elaboração do projeto pedagógico;

- orientar os professores na melhor forma de ajudar, em sala de aula, aquele aluno com dificuldades de aprendizagem;

- realizar um diagnóstico institucional para averiguar possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando o processo ensino-aprendizagem;

- encaminhar o aluno para um profissional (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo etc.) a partir de avaliações psicopedagógicas;

- conversar com os pais para fornecer orientações;

- auxiliar a direção da escola para que os profissionais da instituição possam ter um bom relacionamento entre si;

- Conversar com a criança ou adolescente quando este precisar de orientação (SAMPAIO, 2007, p. 2).

Portanto, pensando na participação enquanto construção coletiva de conhecimentos, o psicopedagogo, na escola, tem por função construir uma nova relação educativa baseada na colaboração em sala de aula, na escola e com a comunidade, readaptando o ensino a partir da não-marginalização das formas de saber dos excluídos, na construção de um novo sentido da cidadania, que favoreça a solidariedade, o valor da diversidade, o sincretismo cultural e a discrepância.

Através de uma atuação multidisciplinar e da criação de espaços e oportunidades de aprofundamento das ações de ensinar e aprender, o psicopedagogo persegue o objetivo de um trabalho socioeducativo, que busque contribuir para o desenvolvimento integral do aluno, visando os aspectos socioafetivos, humanos e cognitivos, bem como procura fazer com que os aprendentes percebam-se capazes de criar e realizar algo significativo e de desenvolverem sua autonomia, na busca do aprimoramento cultural e na conquista de seu próprio aprender para a vida e para o exercício da cidadania. Mas como o lúdico pode contribuir com esse trabalho socioeducativo do Psicopedagogo junto à criança e ao professor? É o que se aprofundará, na sequência.

3 O EMPREGO DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO TRABALHO DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL

Segundo Ferreiro, as atividades escolares, essencialmente incluindo o lúdico, devem desafiar o pensamento das crianças e gerar conflitos cognitivos que os ajudem a buscar novas respostas. Coloca a autora, ainda, que para a alfabetização ter sentido, ser um processo interativo, “[...] a escola tem que trabalhar com o contexto da criança, com histórias e com intervenções das próprias crianças que podem aglutinar, contrair, ‘engolir’ palavras, desde que essas palavras ou histórias façam algum sentido para elas” (FERREIRO, 2001, p. 60).

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