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A Sexualidade

Por:   •  25/12/2018  •  2.368 Palavras (10 Páginas)  •  464 Visualizações

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AGÊNERO: sem gênero. Pessoa que não se identifica com nenhum gênero.

GÊNERO FLUÍDO: O gênero que a pessoa se identifica varia, às vezes pode se sentir trans, outras vezes cis, trans não binário, ou com nenhum.

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Ao longo dos anos o aspecto biológico foi o mais considerado ao se construir uma definição de sexualidade, observando apenas o aspecto físico, os órgãos genitais e a necessidade de reprodução das espécies, onde macho e fêmea se unem, dando vida a um novo ser. No entanto, essa visão simplista já não consegue dar conta de definir o que é, de fato, a sexualidade.

Em um artigo intitulado "A memória sexual: base biológica da sexualidade humana", Leonardo Boff traz, de forma sucinta, a questão da evolução humana e afirma que da mesma forma que nossas células possuem uma memória genética, elas também possuem uma memória sexual. Como uma bactéria, possivelmente o antepassado comum a todos os seres vivos, foi reproduzindo-se até o surgimento da primeira célula diploide, ocorrido há cerca de dois bilhões de anos atrás, que possibilitou a origem do sexo. "A sexualidade revela a presença da simbiose (composição de diferentes elementos) que, junto com a seleção natural, representa a força mais importante da evolução.”, afirma Boff.

Ele afirma ainda, que "Deixando de lado muitos outros dados fundamentais e indo diretamente à sexualidade humana devemos reconhecer que ela está embasada num bilhão de anos de sexogênese. Mas possui algo singular: o instinto se transforma em liberdade, a sexualidade desabrocha no amor."

Seguindo a mesma linha de pensamento, o biólogo Alberto Montalvão relata que pesquisas recentes apontam que alterações genéticas benéficas aos pais podem influenciar a sexualidade dos filhos,

a preferência sexual está relacionada às chamadas “epi-marcas”, que ativam ou bloqueiam a ação de genes, regulando sua expressão. Responsável pelo desenvolvimento físico do feto, se uma epi-marca, que manteve a mãe exposta a altas quantidades de testosterona durante a gestação, “passar” para o feto, por ele perder sensibilidade ao hormônio, sua preferência seria pelo mesmo sexo. O mesmo ocorreria no caso de pai e filha. As epi-marcas “masculinizariam” ou “feminilizariam” o feto, modificando seus genitais, sua identidade sexual ou sua preferência sexual.

Outra hipótese levantada nos estudos é de que modificações no cromossomo X dos homens poderiam influenciar nas preferências sexuais. No entanto, Montalvão faz uma alerta: " Apesar do argumento de que essas teorias podem colaborar para naturalizar as diferentes sexualidades, existem polêmicas. Caso confirmem e descubram as origens da sexualidade, não corremos o risco de querer controlar, e talvez, evitar esses processos?"

Ao recebermos o tema sexualidade, julgamos um conteúdo ligeiramente fácil de entender. Estávamos enganados, a definição está além dos aspectos biológicos, se estendendo ao meio onde cada indivíduo vive. Assistimos diversos filmes como “Madame Satã”, “Meu Mundo Cor de Rosa”, palestras na internet, procuramos conversar com pessoas de diversas opções sexuais e gêneros, para só depois ir a campo.

Nossa observação foi um pouco diferente, um tema tão aberto, merecia uma abordagem similar. Decidimos visitar um lugar público, o Terminal de Ônibus da Avenida Lauro de Freitas, ouvir e entender pessoas de várias faixas etárias e olhar mais de perto como anda a questão da aceitação das sexualidades em Vitória da Conquista. Observamos o melhor horário, quando as pessoas estão em maior número, indo de volta para as suas casas, e fizemos a nossa primeira visita. Sem interagir com a população observamos alguns aspectos importantes, como pessoas reagem de forma negativa quando passa um homossexual, ou observam um casal em um beijo mais acalorado.

Na segunda visita, levamos ao público algumas perguntas bem interessantes como:

- Você se considera uma pessoa preconceituosa?

- Pra você o Brasil é um país preconceituoso?

- Você acha que a sociedade influência a sexualidade dos indivíduos?

- Qual o seu gênero?

- O que você pensa sobre pansexual, assexual ou relacionamentos pluriafetivos?

- Casais homoafetivos podem ter filhos? Eles podem ter problemas psicológicos?

- Existe cura gay?

- Pra você, por que há um crescimento na diversidade da sexualidade?

- Qual a solução pra homofobia no Brasil?

Ouvimos em torno de 40 pessoas, desde grupos de adolescentes até idosos de 70 anos. Não foi uma tarefa fácil, encontramos muita rejeição por ser um assunto considerado um tabu social, outro aspecto observado é que por estarmos abordando o tema diversidade, muitos perguntavam se todos nós éramos homossexuais, pois as pessoas tendem a pensar que heterossexual não defende essa causa.

Um aspecto muito importante é que ninguém se julga preconceituoso, mas todos dizem que o Brasil é. Observamos que os jovens estão mais abertos a falar do assunto, alguns sem a definição correta de gênero e sexualidade, mas o preconceito é menos comum, inclusive uma resposta interessante de um jovem de 16 anos para a solução da homofobia foi “As pessoas pararem de se preocupar tanto com a vida dos outros e cada um cuidar da sua”. Ao mencionar sobre pessoas assexuais, pansexuais e com relacionamento pluriafetivos percebemos uma espécie de estranhamento até entre os jovens, a maioria dos entrevistados não soube ou não quis falar a cerca do assunto. Uma jovem chegou a dizer que "o fim do preconceito estaria longe, pois o Brasil é um país muito doente". Obtivemos respostas intrigantes, como a de um homem de 32 anos, que se dizia a favor dos gays, porém aqueles que não andam rebolando e mudando a voz, já que teriam que respeitar o espaço público para serem respeitados, chegando a relacionar a violência sofrida como consequência da falta de postura dos homossexuais. Um senhor de 62 anos sugeriu uma surra bem dada como cura gay, porém, a maioria das pessoas ouvidas já entendem que não se trata de uma patologia. Um idoso de 70 anos nos surpreendeu quando fez uma observação em que dizia que a falta de informação

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