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A Agressividade como força pulsional

Por:   •  24/12/2018  •  1.625 Palavras (7 Páginas)  •  493 Visualizações

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desse tipo, que agem em oposição ao conteúdo do complexo. Mesmo não ocorrendo nenhum acontecimento especial tal como os que mencionamos como exemplos, a ausência da satisfação esperada, a negação continuada do bebê desejado, devem, ao final, levar o pequeno amante a voltar as costas ao seu anseio sem esperança. Assim, o complexo de Édipo se encaminharia para a destruição por sua falta de sucesso, pelos efeitos de sua impossibilidade interna. (FREUD, S. 1924)

O aparecimento e a dissolução do complexo de Édipo se dão de formas bem diferentes no menino e na menina. Sendo assim, repercute em diferentes tipos de sentimentos para com os pais. No menino, o Édipo sucumbe com o complexo de castração, enquanto na menina, o mesmo se inicia a partir deste.

A organização fálica e a castração têm importância fundamental para a destruição do complexo de Édipo. O menino se vê ameaçado, uma vez que, primeiramente acreditava que todo mundo era possuidor de um pênis e depois percebe que não. Como consequência, passa a acreditar que esse pênis poderá ser tirado dele, castrado, a partir da entrada na fase fálica.

Os sentimentos hostis em relação aos pais, igualmente a configuração do Édipo, se dá de formas distintas no menino e na menina. Tomando o pai, em ambos os casos, como o principal proibidor da relação da criança com a mãe, o menino passa a sentir profundo desprezo pelo pai, e em consequência passa a pretender tomar seu lugar. Além disso, a partir do momento que começam os questionamentos acerca do pênis, o menino nota que sua mãe não possui o falo, enquanto o pai sim. Toma este, então como o responsável pela castração, passando a temê-lo.

Já a menina, não tolera a renúncia do pênis sem uma compensação. Esta se dá exatamente pela adoção do lugar da mãe (a abandonando como objeto), e passando a culpá-la por ter sido castrada, fator que culmina em seu sentimento hostil para com a mesma. Para compensar seu complexo de castração, a menina passa a desejar ter um filho do pai (seu novo objeto de amor) como substituto do pênis perdido.

SADISMO E MASOQUISMO

As primeiras referências ao masoquismo nas obras de Freud se encontram na ‘Interpretação dos sonhos’(1900) já articulada à questão da sexualidade, da punição, da repetição e da inversão. O autor narra um sonho repetitivo ‘’ de trabalhar no laboratório, de efetuar análises e de ter diversas experiências ali’’. Estes sonhos são marcados pela reincidência de uma situação desagradável; impulsos masoquistas da mente, que se transformam por inversão uma fantasia ambiciosa em um sonho de punição.

Nos ‘Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade’ (1905), surge então uma noção de masoquismo ligado a crueldade com a pulsão sexual; a dor como possibilidade de prazer, além das formas passiva e ativa do sujeito. O masoquismo estaria ligado à posição passiva na vida erótica, já o sadismo uma posição ativa, sendo este último uma atividade que causa dor. Ambos estariam ligados a um prazer a crueldade, onde a passividade e a atividade estariam ligados a uma bissexualidade e, por isso, presentes na mesma pessoa. Segundo Freud (1905), a sexualidade da maioria dos varões exibe uma mescla de agressão, de inclinação a subjulgar, cuja importância biológica talvez resida na necessidade de vencer a resistência do objeto sexual de outra maneira que não mediante o ato de cortejar .Dessa maneira o sadismo seria um componente agressivo da pulsão sexual movido por deslocamento para o lugar preponderante. Em casos clínicos de perversão masoquista vê-se uma ampla série de fatores relacionados ao complexo de castração e a consciência de culpa exagerados que fixam a atitude sexual passiva originária. Freud(1905) aponta que, segundo alguns autores, a agressão mesclada à pulsão sexual é, na realidade, um resíduo de desejos cabalísticos e, portanto, uma co-participação do aparelho de dominação, que atende à uma satisfação de outra necessidade mais antiga.

CONCLUSÃO

Foi a prática clínica que ensinou a Freud o que ele deixou de legado sobre a agressividade. Rastrear o assunto em sua obra é dispor-se, então, a uma árdua tarefa. Significa deparar-se com a constituição do eu/não-eu, prazer/desprazer amor/ódio, ideal do eu/eu ideal, auto-erotismo, narcisismo, sadismo, masoquismo e, principalmente, com a tendência restituitória e a pulsão de morte. Supõe o encontro com o mito do Pai da horda primitiva e exige o esforço de clareza dos termos hostilidade, crueldade, intenção e tendência agressiva.

Tanto Freud quanto Lacan situam a agressividade como constitutiva do eu, na base da constituição do eu, e na sua relação com seus objetos. Não negam sua existência, ao contrário, a afirmam na ordem humana, ordem libidinal. Existe a agressividade, mas ela pode ser sublimada, pode ser recalcada, não precisa ser atuada, pois o humano conta com o recurso da palavra, da mediação simbólica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERRARIL, Ilka Franco. Agressividade e Violência. Psicologia Clínica, Rio de Janeiro. Vol. 18, N.2, P49-62 -2006.

Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/pc/v18n2/a05v18n2.pdf> Acesso em 01/11/2014 às 16h

LIMA, Beatriz de Souza; orientador: Junia

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