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Trabalho primeiro periodo

Por:   •  3/5/2018  •  2.449 Palavras (10 Páginas)  •  326 Visualizações

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2. TEMA

O tema abordado no projeto de pesquisa será o aborto. Levando-se em consideração os princípios de uma formação médica, é imprescindível discutir uma questão que tira a vida de milhares de mulheres todos os anos no mundo inteiro, enquanto a medicina é cada vez mais capaz de realizar verdadeiros milagres.

DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

Tendo em vista os avanços tecnológicos e médicos que hoje existem, as questões a serem discutidas são: por que mulheres continuam morrendo ao optarem pelo aborto? Como os aspectos sociais interferem na saúde da mulher que aborta dentro do cenário brasileiro? Por que o aborto deve ser considerado uma questão de saúde pública? O projeto de pesquisa baseado em literatura já existente vai tentar discorrer e responder tais questões especificamente.

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3. HIPÓTESE

Com base nos trabalhos já publicados acerca do tema, algumas hipóteses podem ser formuladas para responder questões anteriormente propostas. É evidente que existem, hoje, ferramentas mais do que suficientes para garantir o acesso a um aborto seguro e eficiente. Sabe-se, no entanto, que proibir que esse tipo de tratamento seja oferecido impulsiona mulheres desamparadas a recorrerem a métodos clandestinos de aborto, que muitas vezes resulta em sua morte ou em um processo doloroso e traumático. Assim sendo, a criminalização do aborto mata milhares de mulheres mesmo em meio a tanto avanço médico. Outra hipótese igualmente importante é a da interferência dos aspectos sociais no processo de aborto. A mulher de classe econômica menor, por exemplo, não poderá recorrer a outros meios que não o aborto clandestino, enquanto a mulher com alto poder econômico pode optar por realizar o procedimento em países de primeiro mundo, onde o aborto é legalizado e seguro. Ademais, a literatura médica leva em consideração a carga de mortalidade, morbidade e sofrimento causados pela condição para caracterizar algo como um problema de saúde pública ou não. Portanto, levando-se em consideração quantas mulheres sofrem em decorrência do aborto, ele deve ser tratado como questão de saúde pública.

4. OBJETIVOS

- Objetivo Geral

Desenvolver um projeto de pesquisa é aprofundar os conhecimentos acerca de um assunto. Considerando o tema aborto, o objetivo geral é fazer uma análise crítica sobre os impactos, tanto na saúde quanto na sociedade, relacionados à tal prática.

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- Objetivos Específicos

- Analisar como o aborto se tornou um problema de saúde

- Discutir como a criminalização dessa prática mata milhares de mulheres todos os anos

- Relacionar aspectos sociais com o aborto

5. JUSTIFICATIVA

O estudo sobre o aborto é extremamente importante e atual dentro da sociedade como um todo, mas ele tem um caráter especial dentro da comunidade médica. O número de mulheres que padecem devido à realização de abortos clandestinos faz com que esse seja um problema de saúde pública, tornando sua discussão totalmente necessária. Desta forma, o projeto de pesquisa foi guiado por meio de buscas acerca de como a questão social do aborto se reflete na sua criminalização e no consequente desamparo de milhares de mulheres. Assim sendo, é preciso que todas essas variáveis sejam analisadas para que se formem médicos cada vez mais sensibilizados e instigados a solucionar essa grave questão de saúde pública.

6. REFERENCIAL TEÓRICO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) aborto inseguro é o procedimento utilizado para interromper uma gravidez, realizado por pessoas não-habilitadas em um ambiente não adequado. Em sua maioria, ocorrem em países onde a lei é restritiva a esta prática. De acordo com o artigo [1] “Aborto no Brasil: um enfoque demográfico” existe uma persistência da subnotificação das mortes por aborto, uma vez que esses óbitos são decorrentes de septicemia e hemorragia resultantes de abortos inseguros, mas não são devidamente computados. Ainda nesse artigo mostra-se que com leis restritivas ocorre um maior aumento no número de abortos inseguros e consequentemente, aumento no número de óbitos maternos.

A ilegalidade do aborto não tem sido impedimento para que ocorra de forma indiscriminada nas diferentes classes sociais no Brasil, mas certamente o fato de ter, ou não, uma complicação pós-aborto é sócio e economicamente dependente. [1]

Segundo o artigo [2] “O aborto como causa de mortalidade materna” o Brasil é signatário do Plano de Ação da Conferência do Cairo, o qual visa à implementação de serviços para reduzir a morbidade e a mortalidade por abortos realizados em condições inseguras. Entretanto, de acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), o aborto ocupa a terceira maior causa de mortalidade materna. Sabendo que são feitos quatro milhões de abortamentos por ano no Brasil e que a incidência de óbitos gira em torno de 12,5%, ao menos 500.000 mulheres morrem todos os anos.

É importante fazer uma análise social desse processo, pois as mulheres que normalmente morrem são pobres e não possuem conhecimentos precisos sobre os procedimentos e as consequências fisiológicas do aborto. De maneira geral, quem tem poder aquisitivo se dirige a clínicas especializadas, enquanto quem não tem arrisca a própria vida com métodos rudimentares.

Os resultados de uma pesquisa recente sobre a epidemiologia do aborto inseguro realizada em uma comunidade favelar em São Paulo mostraram que, em uma população de 375 mulheres, houve 144 abortos, com uma média de 1,55 aborto por mulher. O aborto provocado (82 casos) e o espontâneo (62 casos) mostraram-se inseguros, pois em mais de 93% dos casos os abortos foram sofridos ou provocados nas casas das próprias mulheres, em locais sem condições de higiene, sem assepsia e sem nenhum tipo de acompanhamento, e, quando provocados, o foram pelas próprias mulheres ou por pessoas sem a mínima capacitação. (Fusco CLB, Andreoni S, Silva RS. Epidemiologia do aborto inseguro em uma população em situação de pobreza - Favela Inajar de Souza, São Paulo) [2]

Além disso, ao realizar um aborto, a mulher passa por traumas psicológicos intensos que não são compartilhados com familiares, amigos ou

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