Piometria fechada em cadela srd
Por: Lidieisa • 20/12/2017 • 2.246 Palavras (9 Páginas) • 367 Visualizações
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Com o útero susceptível, as infecções secundárias acontecem por meio da cérvix e facilitada pela inibição da atuação dos leucócitos e pela progesterona. A bactéria mais comumente associada a esta patologia é a Escherichia coli, podendo também isolar outras, como Sthaphylococcus sp, Streptococcus sp, Klebsiella sp, Pseudomonas sp, Proteus sp e Pasteurella sp (NELSON e COUTO, 2010).
A fonte de contaminação bacteriana na piometra é a flora vaginal, que atinge o útero por via ascendente (RABELO, 2012). O útero embebido pela progesterona inibe a resposta leucocitária normal, predispondo o órgão à infecção (NELSON e COUTO, 2010).
A piometra pode ocorrer de duas formas, a forma aberta e a fechada. Na forma aberta, é mais fácil de fazer um diagnóstico, pois há presença de secreção vaginal anormal com presença de pus e odor desagradável. Já na forma fechada, que é a forma mais grave da doença e o diagnóstico fica mais difícil, já que não há presença desse corrimento e há um acúmulo de pus dentro da cérvix, podendo causar uma septicemia grave, podendo levar à morte (BIRCHARD, STEPHEN J.; SHERDING, et al.; 2003).
Geralmente, cadelas acometidas por piometra apresentam os primeiros sinais 1 ou 2 meses após o estro ou após a aplicação de progesterona. Esses sintomas são depressão, letargia, anorexia, podendo ser acompanhadas com febre. Em casos de piometra fechada, pode acarretar a uma septicemia, podendo levar à síndrome da resposta inflamatória sistêmica, choque séptico, choque hipovolêmico, colapso e morte (BIRCHARD, STEPHEN J.; SHERDING, et al.; 2003).
O diagnóstico de piometra se dá com base na anamnese, exame físico e exames complementares como exames laboratoriais, radiográficos e ultrassonográficos abdominais (NELSON e COUTO, 2010).
No exame hematológico, o resultado encontra-se uma hiperglobulinemia, neutrofilia extrema com desvio à esquerda. Nos casos de piometra aberta, o leucograma pode apresentar-se normal. São comuns também anemia não regenerativa leve e hiperproteinemia (BIRCHARD, STEPHEN J.; SHERDING, et al.; 2003).
Na radiografia e ultrassonografia abdominal, encontram-se estruturas tubulares preenchidas por fluído entre a bexiga e o cólon, ou seja, dilatação uterina. A perda generalizada de detalhes pode sugerir uma ruptura uterina (RABELO, 2012).
A piometra pode ser tratada por terapia cirúrgica, ou por terapia médica, mas a escolha do tratamento depende da gravidade do quadro clínico do animal e outros fatores. Independente da escolha do tratamento, este deve ser imediato e agressivo, pois a septicemia ou toxemia podem estar presentes ou em desenvolvimento (NELSON e COUTO, 2010).
O tratamento cirúrgico consiste a técnica de ovariosalphingohisterectomia (OHS), evitando assim, um agravamento da doença e outras infecções decorrentes da piometra. Em casos onde os animais estão estáveis e cujo potencial reprodutivo tiver importância é feito um tratamento médico com antibióticos sistêmicos e doses de prostaglandinas (BICHARD, STEPHEN J.; SHERDING, et al.; 2003).
O prognóstico dessa doença é reservado, já que em casos de metrite aguda a progressão para uma sepse grave ocorre rapidamente e provoca um risco à vida (RABELO, 2012).
Deste modo, o objetivo deste trabalho é relatar um caso da enfermidade Piometra Fechada, em uma cadela de 9 anos de idade, da raça SRD, envolvendo os métodos de diagnóstico, tratamento, cirurgia, tratamento de suporte e prevenção).
- DESENVOLVIMENTO
- Descrição do local de estágio
O estagio supervisionado foi realizado na Clínica Veterinária Vila Felícia, localizada na Rua 52, nº 832, Jardim Goiás, em Goiânia – GO (Fotografia 1), com o acompanhamento do Médico Veterinário Mariana Wosnjuk Santos. O período de estágio foi realizado no dia 01 de fevereiro ao dia 26 de maio de 2014, totalizado 490 horas de estágio.
A empresa possui local e estrutura adequados para consultas, cirurgias, tratamento intensivo e procedimentos para animais de pequeno porte. Possui um consultório para atendimento e emergências, um centro cirúrgico e uma área de internação, separadas com uma área de isolamento para doenças infecto-contagiosas.
Quando há necessidade de internação do animal, é solicitada ao proprietário a assinatura de um termo de autorização para tratamento e internação. A mesma conduta é adotada a procedimentos cirúrgicos e necessidade de realização de eutanásia. Caso o proprietário deseje retirar seu animal da internação sem que tenha concedida a alta médica pelo médico veterinário responsável pelo atendimento e internação do mesmo, um termo de responsabilidade também deve ser assinado pelo proprietário.
As medicações e o monitoramento clínico dos animais internados são realizados diariamente e obedecem a horários pré-estabelecidos. Cada animal possui um prontuário médico individual, no qual encontram-se descritos os procedimentos necessários (troca de curativos, colheita de material para exames, etc) e as medicações a serem realizadas, com suas respectivas dosagens.
- Descrição das atividades realizadas durante o estágio
A Clínica Veterinária Vila felícia, está voltada à rotina clínica, cirúrgica, internação de terapia intensiva (UTI) e exames laboratoriais como hematologia, gasometria, bioquímicas séricas, parasitologia, eletrólitos, urianálise, mielograma, citologia, anatomia patológica, sorologia, PCR e culturas aos animais de pequeno porte. Quando é necessária a internação do animal após sua avaliação e estado clínico, é solicitada ao proprietário sua autorização. Caso o estado do animal seja crítico, este é submetido ao centro de terapia intensiva, onde todos os seus parâmetros serão monitorados até a sua recuperação. Todos os casos clínicos e análises laboratoriais foram sempre acompanhados em conjunto com o Médico Veterinário responsável pelo caso, conforme a tabela 01.
TABELA 01. QUANTIDADE DE CASOS CLÍNICOS ACOMPANHADOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO NO PERÍODO 01/02/14 À 26/05/14
Casos clínicos Quantidade
Peritonite infecciosa felina 06
Pancreatite 05
Dilatação vólvulo gástrica 01
Obstrução por corpo estranho 03
Piometra 15
Urolitíase
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