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A PREVALÊNCIA DE PERDA AUDITIVA EM INDIVÍDUOS FUMANTES

Por:   •  17/4/2018  •  3.815 Palavras (16 Páginas)  •  384 Visualizações

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Os produtos químicos, componentes do cigarro podem afetar tanto o mecanismo condutor da audição (as vibrações do ouvido médio), bem como a parte do ouvido interno (as células ciliadas).

O revestimento arterial é danificado por aumentos anormais dos níveis de carboxi-hemoglobina sanguínea nos fumantes. Com a diminuição do suprimento sanguíneo de oxigênio, ocorre o aparecimento de microlesões na parede dos vasos, o que favorece a deposição de placas ateromatosas e o desenvolvimento de lesões maiores e elevadas. As lesões na parede arterial diminuem o diâmetro do vaso, reduzindo o fluxo sanguíneo para a área por ele irrigada 10. Além disso, a nicotina pode ter efeito ototóxico direto e causar isquemia coclear por aumentar a produção de carboxi-hemoglobina, favorecer o vasoespasmo, promover aterosclerose e aumentar da viscosidade sanguínea 11.

A interrupção do fluxo sanguíneo coclear e a consequente redução dos níveis de oxigênio são os principais mecanismos fisiopatológicos responsáveis pela perda auditiva em pacientes fumantes 12.

O monóxido de carbono também pode atuar diretamente no metabolismo coclear e causar alterações no potencial de ação gerado pelas fibras do nervo auditivo. Outro efeito relatado do monóxido de carbono sobre a orelha interna foi a exaustão metabólica da enzima succinato-desidrogenase, implicada no ciclo de Krebs das células da orelha interna, particularmente das células ciliadas externas, e a oxidação das estruturas nervosas por produção de radicais livres 13. Entretanto, a maioria dos autores estuda o aumento dos limiares apenas em frequências até 8 kHz. Perda auditiva relacionada ao tabagismo em frequências acima de 8 kHz é pouco estudada.

Existem diversos exames para avaliar o sistema auditivo periférico. A audiometria tonal convencional permite a investigação dos tons puros nas frequências de 250 a 8000Hz. Já a audiometria tonal de alta frequência avalia a audição nas frequências acima de 8000Hz e auxilia na investigação das respostas basais da cóclea. Uma das principais aplicações clínicas da audiometria de alta frequência é a monitorização da audição, afinal é uma ferramenta valiosa na investigação precoce do comprometimento auditivo14.

Vale ressaltar que é da competência do fonoaudiólogo desenvolver trabalhos preventivos no que se refere à audição já que essa é umas das áreas de atuação desse profissional. O Audiologista é o fonoaudiólogo especialista que se dedica ao estudo do sentido audição, desde a recepção das ondas sonoras pelo ouvido até o completo processamento das informações auditivas pelo córtex do sistema nervoso central, dedicando-se ao estudo da anatomia, da fisiologia, da neurofisiologia e das patologias de todo o aparelho auditivo.

Sendo assim, este estudo se propõe a realizar a audiometria entre grupos de fumantes e não fumantes, analisando a relação entre tabagismo e alterações auditivas e comparar as características entre os grupos, possibilitando ao grupo participante o acesso aos resultados obtidos com a pesquisa. Esperando com esses resultados ampliar os conhecimentos sobre o assunto abordado.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizado um estudo transversal, quantitativo e descritivo, na Clínica Escola da Universidade Católica Dom Bosco em Campo Grande MS, no período de maio e junho de 2012. Foram avaliados os limiares auditivos (nível de audição nas frequências de 250 a 8000 Hz) e a função da membrana timpânica através da imitanciometria em 20 adultos de ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 40 anos, sendo 10 indivíduos fumantes e 10 não fumantes.

Os indivíduos incluídos neste estudo foram selecionados por conveniência. Os pesquisadores fizeram um anuncio através das mídias sociais, convidando amigos, familiares e quem se interessassem pelo assunto para participarem da pesquisa, como não houve procura os mesmos percorreram dependências da Universidade e abordaram estudantes fumantes, que foram convidados a participar da pesquisa. Os pesquisadores explicaram o objetivo do levantamento, todos os participantes leram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido sobre a realização e divulgação da mesma e sua aceitação foram de livre escolha, logo após aplicaram o questionário estruturado realizado pelos pesquisadores para observar quantidade, tempo de uso do cigarro e queixa auditiva. Foi realizado individualmente em forma de entrevista, em uma sala-D23 na clínica escola da UCDB, onde posteriormente realizaram a meatoscopia e em seguida os testes audiométricos.

Para este estudo, foram considerados fumantes aqueles indivíduos que fumam cinco ou mais cigarros por dia, há um ano ou mais15.

Foram excluídos do estudo no grupo de não fumantes, bem como os indivíduos com alteração na otoscopia (rolha de cera), e indivíduos com doenças otológicas, cirurgia otológica prévia, indivíduos analfabetos ou portadores de deficiência visual, perda auditiva induzida por ruído e perda auditiva induzida por drogas ototóxicas e/ou quimioterápicas de acordo com anamnese (entrevista) em ambos os grupos.

Procedimentos de avaliação para o estudo:

1.Anamnese, entrevista realizada diretamente com o paciente por meio de perguntas simples respostas “sim”, “não” e “especifique”(quando necessário).

2. Inspeção visual do meato acústico externo para verificara presença de corpos estranhos ou rolha de cerume potencialmente obstrutiva, com o uso do otoscópio da marca Heine.

3.Audiometria convencional foi realizada em uma cabina acústica, em sala silenciosa, na clínica escola da Universidade Católica Dom Bosco, com audiômetro cuja marca é AC 33 calibrado em 08/12/2011 interacústico estando de acordo com o seguinte padrão ANSI-196920. O exame consiste em procedimento de determinação do nível mínimo de resposta para as frequências de 250, 500, 1000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 Hz, na via aérea e 500, 1000, 2000 e 4000 Hz em via óssea, caso necessite. Para a audiometria convencional foi utilizados o fone TDH 39 da marca Telephonics; testes de percepção da fala, mais especificamente, os testes de Limiar de Reconhecimento de Fala (SRT) e Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF).

Os resultados audiométricos foram considerados conforme a classificação segundo Silman & Silverman (1991) 16:

Limiares até 25 dBNA

26 - 40 dBNA

41 - 55 dBNA

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