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O Sistema Endócrino

Por:   •  20/12/2018  •  20.192 Palavras (81 Páginas)  •  395 Visualizações

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O HIPOTÁLAMO E A NEUROIPÓFISE

O hipotálamo é a região do cérebro cuja função é coordenar as respostas fisiológicas de diferentes órgãos que, em seu conjunto, mantêm a homeostasia. Para desempenhar tal função, o hipotálamo integra os sinais provenientes do ambiente, de outras regiões do cérebro e de aferentes viscerais e, a seguir, estimula as respostas neuroendócrinas apropriadas. Dessa maneira, o hipotálamo influencia numerosos aspectos da função diária, como a ingestão de alimentos, consumo de energia, o peso corporal, a ingestão de líquido e o equilíbrio hídrico, a pressão arterial, a sede, a temperatura corporal e o ciclo de sono. Essas respostas hipotalâmicas são mediadas, em sua maioria, através do controle da função hipofisária pelo hipotálamo. Tal controle é obtido por dois mecanismos: liberação dos neuropeptídios hipotalâmicos sintetizados nos neurônios hipotalâmicos e transportados, através do trato hipotalâmico-hipofisário, até a neuroipófise, e controle neuroendócrino da adenoipófise através da liberação dos peptídios, que medeiam a liberação dos hormônios adenoipofisários. Devido a essa estreita interação entre o hipotálamo e a hipófise no controle da função fisiológica endócrina básica, ambos são considerados como tópico integrado.

HORMÔNIOS DA NEUROIPÓFISE

A neuroipófise é uma extensão do hipotálamo que contém as terminações axônicas dos neurônios magnocelulares localizados nos núcleos supra-ópticos e paraventriculares. Esses neurônios geram e propagam potenciais de ação, produzindoa despolarização da membrana e exocitose do conteúdo dos seus grânulos secretores. Os neuropeptídios sinterizados pelos neurônios magnocelulares e, consequentemente, liberaods da neuroipófise são a ocitocina e a AVP. Ao deixarem os núcleos supra-ópticos e paraventriculares, os axônios emitem colaterais, alguns dos quais terminam na eminência mediana.

A ocitocina e a AVP são peptídios estreitamente correlatos que consistem em nove aminoácidos com estruturas em anel. São sintetizadas na forma de grandes moléculas precursoras nos ribossomos dos neurônios magnocelulares, sendo, a seguir, transferidas para o aparelho de Golgi e acondicionadas em vesículas neurossecretoras.

No interior das vesículas neurossecretoras, o precursor hormonal sofre processamento pós-tradução adicional durante o seu transporte axônico, produzindo os peptídios biologicamente ativos, AVP e ocitocina, bem como pequenos produtos peptídicos do processamento hormonal, denominados neurofisinas. A liberação do conteúdo das vesículas é desecadeada pelo influxo neuronial de íons cálcio através dos canais de cálcio regulados por voltagem que se abrem quando a onda de despolarização atinge as terminações axônicas. A elevação do cálcio intracelular deflara o movimento e a atracagem das vesículas secretoras na membrana plasmática, resultando em exocitose do conteúdo vesicular no espaço extracelular. Esses neuropeptídios penetram na circulação sistêmica através da drenagem venosa da neuroipófise no seio intercavenoso e na veia jugular interna. Na circulação sistêmica, a ocitocina e a AVP circulam na forma não-ligada. São rapidamente depuradas da circulação pelo rim e, em menos grau, pelo fígado e cérebro. A sua meia-vida é curta, sendo estimada entre 1 a 5 min.

ADENOIPÓFISE

A adeno-hipófise, ou hipófise anterior, desempenha um papel fundamental na regulação da função endócrina, por meio da produção e da liberação dos hormônios tróficos. A função da adeno-hipófise e, consequentemente, a produção dos hormônios tróficos são reguladas pelo hipotálamo por meio dos neuropeptídeos hipofisiotróficos liberados na eminência mediana. Os hormônios tróficos produzidos pela adenoipófise são liberados na circulação sistêmica, por meio da qual alcançam seus órgãos-alvo para produzir uma resposta fisiológica, envolvendo, com mais frequência, a liberação de um hormônio do órgão-alvo. Os hormônios produzidos pelos órgãos-alvo afetam a função da adeno-hipófise, bem como a liberação dos neuropeptídeos hipofisiotróficos, mantendo um sistema integrado de controle da função endócrina por retroalimentação

GLICOPROTEÍNAS

Os hormônios glicoproteicos estão entre os maiores hormônios conhecidos. Consistem no TSH, no FSH, no LH e na gonadotrofina coriônica humana (HCG, de human chorionic gonadotropin) produzida pela placenta. Esses hormônios são glicoproteínas heterodiméricas, constituídas por uma subunidade a-comum e uma subunidade b-única, que confere especificidade biológica a cada hormônio.

DOENÇAS DAS ADENOIPÓFISE

A exemplo da maioria dos órgãos endócrinos, as alterações na função da adeno-hipófise podem ser causadas por excesso ou por deficiência na produção dos hormônios hipofisários, ou por uma responsividade alterada do órgão-alvo aos efeitos hormonais.

Adenomas hipofisários produtores de hormônios

O adenoma hipofisário produtor de hormônio constitui a causa mais comum de produção excessiva de hormônios hipofisários. Os prolactinomas são os tumores hipofisários mais comuns (40 a 45%), seguidos dos adenomas dos somatotropos (20%), dos corticotropos (10 a 12%), dos gonadotropos (15%) e, raramente, dos tireotropos (1 a 2%). Os pequenos adenomas hipofisários podem produzir manifestações de excesso de produção de hormônios tróficos, enquanto os tumores mais volumosos podem causar sintomas neurológicos por efeito compressivo sobre a área da sela turca. Os pacientes com prolactinoma apresentam níveis elevados de Prl (hiperprolactinemia), secreção de leite (galactorreia) e disfunção reprodutiva (infertilidade). Na maioria dos casos, os agonistas da dopamina são extremamente efetivos para reduzir os níveis séricos de Prl, restabelecer a função gonadal, diminuir o tamanho do tumor e melhorar os campos visuais. A hiperprolactinemia também pode decorrer da inibição da liberação de dopamina induzida por fármacos. Os adenomas secretores de GH podem estar associados à acromegalia ou a um crescimento excessivo dos ossos e tecidos moles em adultos, bem como ao gigantismo nas crianças. Os adenomas com liberação de corticotrofina estão associados à produção excessiva de cortisol ou à síndrome de Cushing; os pacientes apresentam obesidade central, miopatia proximal, hipertensão, alterações do humor, coxim gorduroso dorsocervical e hiperglicemia, entre outros sinais e sintomas clínicos.

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