ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DURANTE O TRABALHO DE PARTO: UMA REVISÃO LITERÁRIA
Por: Lidieisa • 3/3/2018 • 5.635 Palavras (23 Páginas) • 352 Visualizações
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Palavras-chave: Fisioterapia. Parto normal. Trabalho de parto. Gravidez.
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[pic 8]ABSTRACT
The physiotherapist can act during pregnancy, partum labor and postpartum period, assessing and monitoring the physical changes focusing on women's well-being, relieving pain, reducing stress, promoting calm and relaxation, and to prevent, recognize and treat complications that may arise after delivery. The objectives of this study were research and analyze scientific articles relating to the physiotherapist performance during labor and evaluate the effectiveness of the techniques used. To achieve the proposed objectives was used as a research method literature review of articles, books, monographs and dissertations in Portuguese from 2005 to 2015. Data collection was conducted on the basis of Latin American and Caribbean Health Sciences (LILACS), Scientific Electronic Online (SciELO) and Virtual Health Library (BIREME). Upon completion of this research it was found that the physical therapist should assume its role of providing the pregnant woman a condition where her feel more confident and secure, using analgesia and therapeutic exercise during vaginal labor associating breathing techniques, making it less painful and faster reducing maternal and child morbidity and mortality.
Keywords: Physiotherapy. Normal partum. Labor. Pregnancy.
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1 INTRODUÇÃO
Dentro da obstetrícia, o fisioterapeuta pode atuar no período gestacional, no trabalho de parto e no puerpério, encontrando uma oportunidade singular para atuar no período gestacional, já que objetiva uma gestação tranquila, avaliando e monitorando as mudanças físicas enfocando o bem-estar desta gestante (PADILHA, GASPARETTO, 2011).
Estas mudanças incidem no sistema musculoesquelético, levando a instabilidade articular responsável pelas dores lombares e sacroilíacas, as alterações hemodinâmicas responsáveis pelos edemas de membros inferiores e pela síndrome do túnel do carpo, e as modificações da dinâmica respiratória, as quais interferem na biomecânica do gradil costal e na incursão diafragmática (ABREU et al., 2013).
A assistência fisioterapêutica não se restringe, porém, ao período gestacional. Ela é igualmente importante no processo do trabalho de parto, parto e também no puerpério (RETT et al., 2009).
O trabalho de parto é definido como uma habilidade da mulher; um mecanismo fisiológico que é desencadeado por ações neuro-hormonais e mecânicas, no qual parte das contrações expulsivas é voluntária, dando a parturiente o controle de intensificá-las ou suavizá-las e que pode ser treinado, aprendido, sem se dissociar dos aspectos cognitivos e afetivos (ANJOS, SANTOS, 2006).
O parto natural é entendido como aquele que, durante todo trabalho de parto, é realizado sem intervenções ou procedimentos desnecessários. Neste tipo de parto, a saída do bebê ocorre pelo canal vaginal e tudo transcorre da forma mais natural possível para evitar o aumento da dor ou complicações à mãe e ao bebê (CIRNE, 2009)
O trabalho de parto é dividido em duas fases: a primeira é caracterizada por contrações uterinas que permitem a dilatação progressiva do colo uterino. Trata-se de uma fase em que o estresse emocional está presente, bem como a dor; a segunda fase corresponde à expulsão fetal, na qual as contrações e a dilatação do colo uterino se tornam mais intensas (CASTRO, CASTRO, MENDONÇA, 2012).
Para Simões (2012), após o período premonitório (pré-parto), que é caracterizado pela descida do fundo uterino; as fases do trabalho de parto podem ser assim classificadas: a primeira fase, corresponde a fase de dilatação e o intervalo entre o início do trabalho de parto e a dilatação completa da cervix; a segunda fase é a de expulsão e o início da dilatação completa da cervix, finalizando com a expulsão do feto e a terceira fase começa com o desprendimento do feto e corresponde o deslocamento, descida e expulsão da placenta.
A evolução do trabalho de parto é mensurada pela cervicodilatação uterina, por meio do toque vaginal. A progressão da dilatação cervical acelera-se a partir dos 4 cm, caracterizando a fase ativa do trabalho de parto, quando a velocidade da dilatação cervical se dá em torno de 1 cm por hora (CASTRO, CASTRO, MENDONÇA, 2012).
Quando se inicia o trabalho de parto, é comum que se sintam dores provenientes das contrações, que estão presentes tanto na primeira, quanto na segunda fase. A dor sentida pela mulher nesse período pode sofrer influências socioculturais, psicológicas, da individualidade e do ambiente em que são atendidas, e é impossível de ser compreendida por quem não a está experimentando, devendo ser respeitada e nunca subestimada (CASTRO, CASTRO, MENDONÇA, 2012).
Os programas multidisciplinares de preparação para o parto vêm sendo desenvolvidos a fim de proporcionar à parturiente o equilíbrio físico e psíquico, e a sensação de bem-estar. Esses programas têm como benefícios a diminuição dos sintomas de desconforto e dor do parto, controle da ansiedade, diminuição do tempo de trabalho de parto e do índice de indicação para parto cesárea (CASTRO, CASTRO, MENDONÇA, 2012).
O preparo da gestante para o parto que deve ser iniciado precocemente, logo nos primeiros meses de gestação, depende de um conjunto de cuidados, medidas e atitudes que vão além dos procedimentos clínicos rotineiros, que incluem desde informações simples, orientações especificas, preparo físico e psíquico, à inclusão do companheiro durante o pré-natal, parto e puerpério ofertando à mulher a possibilidade de vivenciar a experiência do trabalho de parto e parto como processos fisiológicos, sentindo-se protagonista do processo (CIRNE, 2009).
A gestante deve ser preparada por uma equipe multidisciplinar, sendo esta responsável por orientar e preparar tanto psicologicamente quanto fisicamente a gestante, durante todas as fases da gestação, assegurando o bem-estar da mãe e do filho (CASTRO, CASTRO, MENDONÇA, 2012).
Durante o trabalho de parto, a parturiente requer a mobilidade pélvica e o uso intensivo da musculatura do abdômen, do períneo e do diafragma respiratório. O fisioterapeuta, por estudar o funcionamento muscular e o movimento das articulações do corpo humano, é um profissional capacitado
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