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NUTRIÇÃO CLÍNICA E FUNCIONAL ASSOCIAÇÃO ENTRE A DOENÇA CELÍACA E O AUTISMO

Por:   •  2/5/2018  •  4.291 Palavras (18 Páginas)  •  291 Visualizações

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Keywords: autism, Guten, autistic spectrum, celiac disease, opioid.

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INTRODUÇÃO

O autismo é uma doença da linha de psicoses que tem como características o isolamento social, alterações de linguagem, falta de finalidade comunicativa e movimentos repetitivos e obsessivos. A ciência tem mostrado do ponto de vista da alimentação, três aspectos importantes de comportamento do autista: recusa, seletividade e indisciplina.

O autismo apresenta desordem neurológica na função estrutural e cerebral, especificamente com implicações diretas no sistema límbico e cerebelar. Nos indivíduos afetados pela desordem observam-se alterações nos níveis de substâncias neurotransmissoras do sistema nervoso central, tais como, a dopamina, norepinefrina e epinefrina, que são substâncias conhecidas como catecolaminas. Essas alterações resultam em sintomas comportamentais e neurológicos que estão diretamente implicados no controle motor, emocional e reguladores hormonais, característicos do autismo (NIMH, 2007, p.41).

A sua etiologia é desconhecida, mas dentre outros transtornos psiquiátricos é considerado o de maior relação com fatores genéticos. Devido à grande variabilidade das manifestações sintomatológicas, até o momento não foi possível determinar qualquer aspecto biológico, ambiental ou da interação entre ambos que contribua de forma decisiva para as manifestações do transtorno. (SILVA; MULICK, 2009).

A doença celíaca é conceituada como um estado de permanente sensibilidade ao glúten do trigo e a proteínas afins de centeio e cevada. Ocorre em pessoas geneticamente suscetíveis e se manifesta como uma enteropatia imunomediada, com sintomas gastrointestinais e outros. Observa-se também em indivíduos assintomáticos, portadores de condições a ela associadas

( OLIVEIRA, R, Z, 2007, p.15).

Alguns autores afirmam que a dieta com glúten causa sensação de prazer, porém causa hiperatividade, falta de concentração, dificuldade na comunicação e socialização. Além dos principais acometimentos aos portadores do transtorno, há uma série de desordens gastrointestinais que podem acometer o autista, como diminuída produção de enzimas digestivas, inflamação da parede intestinal e a permeabilidade intestinal alterada, casos estes que agravam todos os sintomas do autismo (GONZALÉZ et al., 2006, p. 38).

Atualmente vários estudos enfocam as conseqüências deletérias da introdução prematura do glúten na alimentação das crianças e o efeito protetor do leite materno. Evidenciam que, tanto a amamentação durante o período de introdução do glúten quanto à amamentação por tempo prolongado sem introdução do glúten estão associados à redução do risco de desenvolvimento da doença celíaca, apesar de não ser ainda claro se esses fatores retardam tão somente o aparecimento da afecção ou se fornecem proteção permanente ( PETERS et al, 2001; IVARSSON et AL., 2002).

Foi mostrado em estudos que a doença celíaca assintomática é comum em pacientes com diversas condições neurológicas de causa desconhecida. Quadros de ataxia cerebelar, neuropatia periférica e miopatia são os mais frequentes. Relatos desses casos em crianças são escassos. Suspeita-se que a doença possa ocorrer em pacientes pediátricos com distúrbios neurológicos considerados de etiologia indeterminada.

Devido ao mais alto risco de agravamento da doença e de aparecimento de complicações graves nos casos não diagnosticados e tratados é recomendável o rastreamento da doença celíaca nesses pacientes.

Neste trabalho investigou-se uma possível existência de associação entre a doença celíaca ou sensibilidade ao glúten em pacientes autistas e a prevalência de anticorpos celíacos nesses pacientes.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar uma possível interação entre a doença celíaca e o autismo.

2.2 Objetivos Específicos

Avaliar possíveis causas da doença celíaca associada ao autismo na infância através de revisão bibliográfica por meio de literatura científica especializada.

Identificar as aplicações clínicas e funcionais da dieta restritiva em glúten para os portadores da doença.

Discutir a implicação da dieta sem glúten nos comportamentos característicos do transtorno.

3. METODOLOGIA

3.1 Caracterização da pesquisa

Estudo exploratório que teve como método a revisão literária de artigos científicos nacionais e internacionais, livros e revistas científicas.

Para a análise foram consultadas referências disponíveis em livros científicos, periódicos, revistas científicas e sites de pesquisa como Scielo, Google acadêmico, Pubmed, nas línguas inglesa e portuguesa.

Para a busca das referências foram utilizadas as palavras-chave: autismo, autism, espectro autista, autism spectrum, tratamento treatment, alergias alimentares, food allergies, intestino, intestinal, opióides, opioids, glúten, gluten, e espectro autista, autistic spectrum.

Realizou-se uma busca no decorrer dos meses de março, abril e maio de 2014, das principais intervenções com a retirada do glúten em crianças com TEA disponíveis no Brasil e nos Estados Unidos.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Transtorno do espectro autista

Segundo Rapin, Goldman, 2008, os indivíduos com Transtorno Autista podem apresentar uma gama de sintomas comportamentais, incluindo hiperatividade, desatenção, impulsividade, agressividade, comportamentos auto agressivos e, particularmente, em crianças mais jovens, acessos de raiva. Respostas incomuns a estímulos sensoriais podem ser observadas. Pode haver anormalidade na alimentação (ex: limitação a poucos alimentos da dieta) ou sono (despertamentos noturnos com balanço do corpo). Anormalidade de humor ou afeto (ex: risadas ou choro sem qualquer razão visível, uma aparente ausência de reação emocional) podem estar presentes. Pode haver ausência de medo em respostas a perigos reais e temor excessivo em resposta a objetos inofensivos. Uma variedade de comportamentos auto lesivos pode estar presente (ex: bater a cabeça ou morder

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