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Fisiopatologia do Câncer

Por:   •  18/4/2018  •  2.280 Palavras (10 Páginas)  •  325 Visualizações

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A mama é dividida em 15 a 20 lobos mamários independentes, separados por tecido fibroso, de forma que cada um tem a sua via de drenagem, que converge para a papila, através do sistema ductal, sendo composta pelo:

a) ácino - porção terminal da “árvore” mamária, onde estão as células secretoras que produzem o leite;

b) lóbulo mamário - que é o conjunto de ácinos;

c) lobo mamário - unidade de funcionamento formada por um conjunto de lóbulos (15-20) que se liga à papila por meio de um ducto lactífero;

d) ducto lactífero - sistema de canais (15-20) que conduz o leite até a papila, o qual se exterioriza através do orifício ductal;

e) papila - protuberância composta de fibras musculares elásticas onde desembocam os ductos lactíferos;

f) auréola - estrutura central da mama onde se projeta a papila;

g) tecido adiposo - todo o restante da mama é preenchido por tecido adiposo ou gorduroso, cuja quantidade varia com as características físicas, estado nutricional e idade da mulher;

h) ligamentos de Cooper - responsáveis pela retração cutânea nos casos de câncer de mama, são expansões fibrosas que se projetam na glândula mamária.

As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de tecido glandular, o que torna esses órgãos mais densos e firmes. Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário vai se atrofiando e sendo substituído progressivamente por tecido gorduroso, até se constituir, quase que exclusivamente, de gordura e resquícios de tecido glandular na fase pós-menopausa (HARRIS et al., 1996).

Têm como função principal a produção do leite para a amamentação, mas têm também grande importância psicológica para a mulher, representando papel fundamental na constituição de sua autoestima e auto imagem. Embelezam a silhueta do corpo feminino e desempenham também função erógena e de atração sexual (FRANCO, 1997).

Na infância, as meninas apresentam discreta elevação na região mamária, decorrente da presença de tecido mamário rudimentar. Na puberdade, a hipófise, 20 uma glândula localizada no cérebro, produz os hormônios folículo-estimulante e luteinizante, que controlam a produção hormonal de estrogênios pelos ovários. Com isso, as mamas iniciam seu desenvolvimento com a multiplicação dos ácinos e lóbulos (HARRIS et al., 1996).

Na vida adulta, o estímulo cíclico de estrogênios e progesterona faz com que as mamas fiquem mais túrgidas no período pré-menstrual, por retenção de líquido. A ação da progesterona, na segunda fase do ciclo, leva a uma retenção de líquidos no organismo, mais acentuadamente nas mamas, provocando nelas aumento de volume, endurecimento e dor. Depois da menopausa, devido à carência hormonal, ocorre atrofia glandular e tendência à substituição do tecido parenquimatoso por gordura (FRANCO, 1997).

No período da gestação, o estímulo de estrogênio e progesterona (hormônios esteroides) é máximo, devido à sua produção pela placenta, mas outros hormônios também se elevam na gestação, sem os quais não seria possível a lactação. São eles: prolactina, hormônios da tireoide, corticosteroides e lactogênio placentário (FRANCO, 1997).

Segundo Harris et al. (1996), a plenitude funcional das mamas ocorre na amamentação, com a produção e saída do leite. A ejeção do leite, no momento das mamadas, é reflexo basicamente da contração das células mioepiteliais, que circundam os ácinos, estimuladas pela liberação de um outro hormônio, a ocitocina, que é produzido na hipófise posterior ou neuro-hipófise. A mulher que não amamenta, jamais atinge a maturidade funcional da mama.

3.2 Carcinogênese

De acordo com Abrão (1995), a gênese tumoral é um processo complexo, relacionado a desregulação do controle da proliferação celular, no qual uma célula normal sofre alterações na expressão gênica que lhes confere vantagens de crescimento sobre as demais células.

Cada célula cancerosa tem uma bioquímica e uma morfologia alterada em relação à célula normal. O câncer é um processo lógico coordenado, onde uma célula normal sofre modificações e adquire capacidades especiais (OTTO, 2002).

O câncer é um processo patológico que começa quando uma célula anormal é transformada pela mutação genética do DNA celular. A célula anormal forma um clone e começa a proliferar-se ignorando as sinalizações de regulação do crescimento no ambiente circunvizinho a célula, adquirindo características invasivas, infiltram-se nos tecidos circunvizinhos e acessam os vasos sanguíneos e linfáticos, os quais as transportam até outras regiões do corpo. Sendo chamado este fenômeno de metástase (disseminação do câncer para outras partes do corpo) (BRUNNER; SUDDARTH, 2002).

Acredita-se que a transformação maligna, ou carcinogênese é um processo celular de pelo menos três etapas: iniciação, promoção e progressão (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

Inca (1996) acrescenta que em geral este processo ocorre lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível.

Na iniciação, a primeira etapa, os iniciadores (carcinógenos), como as substâncias químicas, fatores físicos e agentes biológicos, fogem dos mecanismos enzimáticos normais e alteram a estrutura genética do DNA celular.

Normalmente, estas alterações são revertidas pelos mecanismos de reparação do DNA ou elas iniciam a apoptose (o suicídio celular programado). Ocasionalmente, as células fogem destes mecanismos protetores, ocorrendo as mutações celulares permanentes. Em geral, estas mutações não são significativas para as células até a segunda etapa da carcinogênese. (BRUNNER; SUDDARTH, 2006).

Segundo Inca (1996), nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível detectar um tumor clinicamente. O primeiro estágio deixa as células “preparadas” para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio.

Durante a promoção, o segundo estágio, a exposição repetida aos agentes promotores (co-carcinógenos) provoca a expressão das informações genéticas anormais ou mutantes, mesmo depois de longos períodos de latência. Os períodos de latência para a promoção das mutações celulares variam de acordo com o tipo de agente e a dosagem

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