A REPROGRAMAÇÃO CELULAR

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3 REPROGRAMAÇÃO CELULAR

A reprogramação celular consiste em reverter o processo de diferenciação celular, esta última caracterizada por se comprometerem e diferenciarem ao longo do desenvolvimento embrionário. Em um primeiro momento esta diferenciação é irreversível, entretanto, conforme Fernando Nodari, elas podem ser alteradas por modificações experimentais, como experimentos de clonagem e os que testam a plasticidade celular. De tal modo recebem o nome de reprogramação celular.[7]

Para que a reprogramação ocorra não basta que as modificações epigenéticas das células sejam apagadas, mas, também se faz de estrita necessidade que modificações morfológicas e funcionais sejam refeitas.[8]

Acerca disto, João Carlos Shimada Borges aborda o tema da seguinte forma:

A restrição da potencialidade pela diferenciação pode ser anulada. Em algumas situações, reverte-se a célula para gerar um núcleo totipotente. Essa tecnologia abre as portas para terapias de regeneração dos tecidos que originalmente não possuem a capacidade regenerativa. A técnica é conhecida como desprogramação nuclear e já foram obtidos resultados com ela, o que inclusive permitiu a clonagem da ovelha Dolly.[9]

Anteriormente à descoberta de Shinya Yamanaka, em 2012, acreditava-se que não seria possível reprogramar as células adultas para que as mesmas se transformassem em qualquer outro tipo de tecido. Tamanha façanha lhe rendeu o Nobel de Medicina em 2012.

O método empregado é simples, em que quatro genes são introduzidos em células maduras, forçando-as a regredir ao estágio de células-tronco, que recebem o nome de “células-tronco de pluripotência induzida”.

Assim, como é possível de se imaginar, é possível gerar, experimentalmente, células pluripotentes, ou seja, capazes de se modificarem a qualquer outro tipo de célula, como ocorre com as embrionárias, com potencial de uso na medicina regenerativa.

4 CONCLUSÃO

Por meio do presente trabalho foi possível observar algumas questões interessantes acerca dos temas em comento, tais como a ética por trás da manipulação genética e do uso de células tronco embrionárias, a solução encontrada por Yamanaka para que não seja preciso utilizar células tronco provenientes de embriões não aproveitados nas fertilizações in vitro.

Assim, conforme evidenciado durante o transcorrer do trabalho, basta que se coloquem quatro genes em células adultas, para que estas sejam forçadas a regredirem para células-tronco, possuindo basicamente as mesmas funções das células embrionárias, podendo ser utilizadas em praticamente todos os tecidos do corpo humano.

De forma geral, é uma técnica que busca ser útil na medicina regenerativa, ajudando na cura de doenças, na redução de problemas relacionados à transmissão de características genéticas tidas como “defeituosas”, auxiliando inúmeras pessoas a resolverem suas questões.

Há que se falar ainda que a técnica desenvolvida por Yamanaka reduz, em partes, os debates acerca da ética na questão das células-tronco provenientes de embriões, podendo facilitar pesquisas e debates acerca do tema.

REFERÊNCIAS

DEL CARLO, Ricardo Junqueira. Células-tronco: Células da esperança. Revista CFMV - Brasília/DF - Ano XI- NQ35 Maio/Junho/Julho/Agosto de 2005. p. 60. Disponível em: . Acesso em 01 nov. 2017.

NODARI, Fernando. Células-tronco: progressos científicos e o futuro das pesquisas. In: DESSEN, Eliana Maria Beluzzo (Coord.); MINGRONI-NETTO, Regina Célia (Coord.). Desvendando as células-tronco: dos sonhos à realidade, 2007. p. 39 - 41. Disponível em: . Acesso em 01 nov. 2017.

HIGA, Silvio. Células-tronco: progressos científicos e o futuro das pesquisas. In: ______ (Coord.); ______ (Coord.). Desvendando as células-tronco: dos sonhos à realidade, 2007. p. 39 - 41. Disponível em: . Acesso em 01 nov. 2017.

BAIMA, Cesar; MATSUURA, Sérgio. Experimento com embriões humanos reacende debate sobre limites éticos. 2017. Disponível em: . Acesso em 01 nov. 2017.

NODARI, Fernando. Células-tronco: progressos científicos e o futuro das pesquisas. In: DESSEN, Eliana Maria Beluzzo (Coord.); MINGRONI-NETTO, Regina Célia (Coord.). Desvendando as células-tronco: dos sonhos à realidade, 2007. p. 39 - 41. Disponível em: . Acesso em 01 nov. 2017.

Ibidem, p. 41.