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Resenha do filme Tese sobre um Homicídio

Por:   •  6/3/2018  •  1.314 Palavras (6 Páginas)  •  564 Visualizações

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Podemos verificar durante a o desenrolar da trama, que, no caso em tela a investigação toda é feita pelo professor, ou seja, pelo que nos parece ocorre uma ineficiência do processo penal, onde quem haveria de investigar o caso é a polícia, na oitiva de testemunhas e na busca de mais evidências para que assim seja descoberto a autoria do crime. Houve uma deficiência neste sentido, motivo pelo qual talvez o filme tenha um final aberto.

O lado objetivo é menos célere, pois aqui você não faz a escolha do caminho mais lógico, já que todos os elementos de prova devem ser investigados. Não há uma linha, mas sim várias, pois nada pode ser deixado para trás simplesmente por não ser crível. E quanto mais demora para se solucionar um crime, mais difícil se torna a comprovação e o segundo lado pode cair em armadilhas, pois se baseia na regra, no usual, no estereótipo ou em convicções pessoais do investigador. As vezes desconsidera provas que são essenciais (detalhes) para a solução do caso, e, até conscientemente ou inconscientemente, não as utiliza por não serem favoráveis ao resultado em que ele quer chegar. E aqui está o perigo, pois muitas vezes a vaidade faz com que o investigador se importe mais em provar do que realmente conhecer o culpado.

Assim, nessa bifurcação da investigação, que é extremamente complexa, o diretor não poderia ter escolhido um final melhor: aberto como é o cotidiano, ou seja, não traz clareza absoluta sobre a culpabilidade ou não dos personagens, trazendo diversas expectativas e um enigma de quem teria cometido o homicídio da garçonete no estacionamento. Com uma análise mais particular, é possível que Bermúdez tenha sido o autor do fato, ele traz algumas evidencias que culpabilizam seu aluno, porém, escassas e isso pode constituir uma história muito boa – como veio ser a do filme –, também aparentemente lógica, contudo falsa, como por exemplo a cena da farmácia que não se confirma ao fim. Por diversas vezes ele demonstra um desiquilíbrio mental e, podendo se dizer, até psicótico, faz uso de terapia. Tudo se encaixa como sendo a “alter-persona” dele, ou seja, “um outro Bermúdez” que ele desconhece enquanto lúcido – um ótimo exemplo desse tipo de transtorno (Transtorno Dissociativo de Imagem) é relatado nitidamente no filme “O Amigo Oculto” dirigido por John Polson, onde retrata a história de David Callaway e sua filha Emily, um homem que se tornou viúvo recentemente, vivendo agora apenas com sua filha de 9 anos. Emily cria um amigo imaginário chamado Charlie, com quem costuma brincar de esconde-esconde. Só que aos poucos Charlie se revela como alguém malvado e vingativo, o que ameaça a própria família e, por fim, revela-se que na verdade Charlie era o próprio David, inconscientemente –.

No filme “Tese Sobre um Homicídio”, baseado em uma visão mais psicológica e comparativa com outra obra analisada, é perceptível a alter-persona de Bermúdez ativada devido seu estilo de vida, onde faz uso de constante de bebida alcoólica e vive solitariamente, juntamente com a pressão de seu aluno sobre suas teorias, crenças e capacidade, faz com que ele viva um misto de imaginação/criação e realidade, fato que é fortemente evidenciado ao fim do filme, pois ele se encontra pós surto e desolado, por não conseguir mais fazer uma conexão de suas provas com os resultados, em seu apartamento. Assim, conclui-se que Bermúdez comete o homicídio inconscientemente devido ao transtorno e culpa em sua mente doentia seu aluno, que a todo instante o desafia e o leva a reforçar seus intuitos, por fim, tenta desvendá-lo em sua sã consciência, mas sem sucesso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GOUVÊA, Carina Barbosa. A fragilidade do elemento “evidência” na composição da prova no processo penal. Disponível em: Acesso em: 11 abril 2016.

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