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O Memorial da Minha Infância

Por:   •  18/11/2018  •  1.790 Palavras (8 Páginas)  •  254 Visualizações

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- O INÍCIO: LUZIÂNIA/GO, 21 DE JUNHO DE 1988.

Nascida aos 21 de junho de 1988, em Luziânia-GO, filha de dona Maria de Lourdes (na época doméstica, hoje dona de casa) e de seu José Alves (na época caixeiro viajante, hoje aposentado, com 83 anos de idade e com muita disposição para viver).

Nasci no ano em que nossa Constituição Federal foi promulgada. Alguns anos depois, em 1990 tivemos a instituição do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Quando eu nasci minha mãe já era viúva, com 1 (um) filho adolescente do primeiro casamento e meu pai era divorciado, com 3 (três) filhos já maiores e todos casados.

Do relacionamento dos meus pais nasceram eu e meu irmão Fernando, com uma pequena diferença de quase 9 (nove) meses.

Ainda me recordo bem de algumas fases da minha infância, me lembro também das dificuldades financeiras, mas meu pai NUNCA nos deixou faltar nada.

Na casa onde morávamos tinha um grande quintal, com uma jabuticabeira grande e algumas plantações. Eu e meu irmão adorávamos brincar com terra, era nossa diversão.

Como meu pai sempre foi muito rígido, nós não podíamos brincar na rua, sempre brincávamos com nossos amiguinhos que eram nossos vizinhos no quintal de casa ou na calçada com a supervisão da minha mãe.

Na época não entendíamos bem esse cuidado do meu pai, mas hoje entendo perfeitamente a situação, pois era a segunda família que ele havia constituído e tinha medo de perdê-la.

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As brincadeiras com meu irmão e os amiguinhos eram das mais diversas, bola, elástico, esconde-esconde, amarelinha, pique pega, anel, além de brinquedos, bambolê, patins, e etc.

Adorava ir aos vizinhos, tinha muitos amigos, subíamos em árvores, brincávamos na areia e deslizávamos nos barrancos com pedaços de papelão.

Que tempo bom era esse...tempo que brincávamos livremente até tarde e no outro dia ainda acordávamos cedo para ir à escola.

Tenho poucas fotos dessa época, pois só tirávamos em casos muito especiais, aniversários ou quando ganhávamos algum brinquedo do “Papai Noel” (sim, ele existia para nós, assim como o coelho da páscoa, fada do dente, saci pererê, dentre outros).

Minha família sempre foi extremamente católica, meu pai sempre nos levava à missa todo domingo cedo, às 9h00, sentávamos no primeiro banco.

Além disso, meu pai sempre cobrou muito de nós os estudos, primeiro as obrigações depois qualquer tipo de brincadeira. Não me recordo quando entrei na escola, tenho lembranças a partir do ensino fundamental e do médio.

A escola foi fundamental nesse caminho, não como divisora, mas sim como uma ponte que uniu as duas coisas, o aprender com o brincar.

Como é bom relembrar o tempo de criança, do quintal da nossa antiga casa, das frutas, das brincadeiras na rua. Infelizmente os tempos mudaram e as crianças de hoje, mesmo as que moram no interior, não aproveitam o espaço, não brincam como antigamente.

O tempo que passou, se faz presente, reconheço na pessoa que sou a que fui, na interação com os lugares, com as pessoas e com a vida.

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- A CAMINHADA PROFISSIONAL

Comecei a trabalhar já com meus 13 (treze) anos em uma banca de revista, pela manhã eu ia para o colégio, no período da tarde eu trabalhava, além de ter que trabalhar aos finais de semana. Precisava juntar dinheiro para começar a fazer cursinho pré-vestibular em Brasília/DF.

O sonho: cursar Direito.

A realidade: eu/minha família não tínhamos dinheiro.

Pouco tempo depois consegui um emprego em uma papelaria e comecei a fazer a faculdade. Logo depois, já no 2º semestre do curso de Direito, passei na prova de estagiário da Justiça Federal em Brasília e, a partir daí, tudo deslanchou.

A bolsa estágio, na época, era insuficiente, mas eu conseguia arcar com meus estudos. Não sobrava dinheiro, quando eu tinha vontade de comer algo diferente eu tinha que escolher: ou comer ou pagar a passagem para ir para o estágio. Muitas vezes andei muito a pé para ir ao trabalho, mas Deus sempre me recompensou, nunca pude reclamar.

Com o passar do tempo, o estágio foi regulamentado e meu prazo para o trabalho estava vencendo, já estava na Vara a quase 3 (três) anos. Logo após, consegui outro estágio no jurídico de um grande Sindicato (onde fui muito humilhada, mas precisava do emprego), onde fiquei por uns 8 (oito) meses, pois não aguentei o assédio e a pressão psicológica.

Depois fiquei bastante endividada com a faculdade, mas logo fui aprovada em um processo seletivo para estágio em uma Associação de Magistrados onde, graças a esse trabalho, consegui me formar em 2013.

Do estágio acabei sendo contratada como funcionária da empresa. Subi de cargo várias vezes e trabalhei por 3 (três) anos.

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Por ser formada em Direito, a vida (meus pais, amigos, família, todos e tudo) me cobravam a aprovação na prova da Ordem. Todos os lugares possíveis e impossíveis que eu frequentava, não tinha uma pessoa que não perguntasse: “e aí, já passou na OAB?!”.

Com toda a pressão da face da terra, abandonei meu emprego e fui me dedicar a essa prova. Não aguentei ficar sem trabalhar, entrei em depressão, depois fui trabalhar em um escritório de advocacia em que eu era escravizada (de verdade) e eu não estava conseguindo me dedicar mais aos estudos. Reprovações vieram, depressão também.

Logo depois acabei vindo morar em Alexânia/GO (Deus que me trouxe até aqui), passei na prova da OAB em 2015, comecei a advogar na cidade (não conhecia ninguém, não tinha dinheiro, clientes, NADA, por isso que eu digo que

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