A ESTAÇÃO CARANDIRU

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Neste diapasão, assemelha-se ao fato trazido à baila que a obra Carandiru de Varella é um exemplo de estudo antropológico, vista que sua obra, escrita de maneira romanceada, trata, contudo, de uma realidade nua e crua, baseada na convivência do médico com presidiários e funcionários, envolvidos em uma rotina peculiar e, algumas vezes, chocante. Repleto de relatos e detalhes que só mesmo quem viveu tanto tempo dentro do presídio podia saber, evolui a diversas emoções, pois retrata de forma nua e crua, o verdadeiro do que acontece no nosso sistema prisional falido ainda hoje. Apesar do Canrandiru não mais existir, aduz uma reflexão: quantos outros "Carandirus" não existem por ai em menor tamanho, porém em mesma escala de dificuldades e problemas? Ao contrário do que se possa imaginar, Estação Carandiru é bem mais do que um livro sobre a prisão, não fala apenas sobre a violência predominante dentro da cadeia ou sobre as injustiças da lei, nem mesmo é uma peça de acusação contra os detentos, pois versa como uma obra vital, que envolve, faz parar pra pensar, refletir sobre a vida e as consequências dos atos de cada pessoa, e o que leva um ser humano a viver em tais condições. É um livro para chorar por pena de ladrão, por morte de moleque e até de polícia, mas também livro para motejar muito de situações inusitadas,pois nem tudo no Carandiru era violência, pelo contrário, houveram muitas histórias de ternura e de afeto.

"O impasse tinha duas soluções: parar de ir à cadeia ou encontrar um horário para atender os doentes, organizadamente. Prevaleceu a segunda alternativa. Aquele mundo havia entranhado em mim, era tarde para fugir dele." Pag. 80.

"Quandos os tiros calaram, caiu um silêncio de MORTE na galeria" Pag 290.