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Ressecções da soalho de boca

Por:   •  8/9/2018  •  1.252 Palavras (6 Páginas)  •  289 Visualizações

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Inicialmente o paciente permanece com a traqueostomia e sonda nasoenteral, e deverá ser orientado quanto à expectoração. Os treinos via oral deverão ser realizados com a traqueostomia aberta possibilitando a visualização das aspirações, ou fechada, o que possibilita aumento da pressão subglótica durante a deglutição. À medida que o paciente evolui satisfatoriamente, passará da alimentação mista para a via oral, com quantidades suficientes para suporte, e tempo de trânsito orofaríngeo com a duração próxima de uma refeição normal. Paralelamente é orientado quanto a higienização oral, incluindo limpeza das secreções e salivação excessiva em boca, sendo o pigarro um facilitador para expeli-las. Os exercícios deverão ser realizados por menos tempo e mais vezes ao dia.

A mobilidade das estruturas remanescentes como auxílio à deglutição, por exemplo: sucção, protrusão, retração labial; sucção dos bucinadores; aumento do movimento posterior da faringe e elevação laríngea, bem como modificação das posturas de cabeça para trás, para frente e para os lados. Também foram observados aumento do tempo de trânsito orofaríngeo, estases alimentares em língua remanescente, retalho, valécula, e esfíncter esofágico superior. Os casos que não apresentam uma boa evolução terapêutica podem necessitar de outras intervenções.

A atuação fonoaudiológica acontece em três momentos distintos do tratamento:

O primeiro momento refere-se ao atendimento pré-operatório, quando o fonoaudiólogo fornece ao paciente e seus familiares informações sobre as dificuldades de fala, voz e alimentação que podem decorrer do tratamento e sobre o processo de reabilitação fonoaudiológica propriamente dito. É nesse momento que o vínculo terapêutico fonoaudiólogo/paciente se inicia e, por isso, sua importância.

O segundo momento ocorre no pós-operatório. O fonoaudiólogo obtém informações sobre o tumor, a extensão da cirurgia, o tipo de reconstrução, se houve algum problema durante ou após a cirurgia, etc. Também reforça as informações fornecidas no período pré-cirúrgico, tranqüilizando o paciente quanto às dificuldades de comunicação daquele momento, chamando a atenção para os aspectos que são provisórios e reforçando a ajuda que poderemos dar a ele para as mudanças definitivas. O fonoaudiólogo acompanha a evolução pós-operatória, fazendo visitas rápidas e freqüentes. Se necessário, realiza a avaliação clínica das funções do sistema estomatognático e solicita a avaliação objetiva da deglutição e/ou fonação.

O terceiro momento da atuação fonoaudiológica é composto pela reabilitação fonoaudiológica (avaliação e fonoterapia) e geralmente inicia após a segunda semana de pós-operatório, quando a cicatrização já está completa ou, então, após a alta hospitalar com o encaminhamento médico.

O principal objetivo da fonoterapia em câncer de cabeça e pescoço é a reabilitação da deglutição. Após, se necessário, realiza-se o trabalho fonoarticulatório e vocal.

A reabilitação fonoaudiológica pode ser direta ou indireta, envolvendo estimulação sensorial, manobras de proteção de via aérea e posturais, exercícios fisiológicos e adaptação de próteses orais.

A integração do fonoaudiólogo com a equipe interdisciplinar é essencial para que o indivíduo tenha as melhores possibilidades de adaptação após o tratamento do câncer de cabeça e pescoço. Cada vez mais deve-se buscar uma melhor qualidade de vida para esses indivíduos.

http://www.cefac.br/library/teses/1d48fdd6aa958c87e2f58af553c2d5e7.pdf

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