As organizações industriais que o homem vem desenvolvendo
Por: SonSolimar • 7/6/2018 • 2.427 Palavras (10 Páginas) • 323 Visualizações
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Outro fator é combinar todas as soluções descobertas, evolução tecnológica, os processos logísticos, com intenção de baixar custos.
A Volkswagen deve compartilhar informações estratégicas com os parceiros? Quais são os riscos?
O modelo da VW permitiu a empresa penetrar rapidamente em novo mercado, dividir custos e riscos, gerenciar os elos da cadeia produtiva de uma visão global e ter acesso a soluções inovadoras. Porém esse modelo exige que a empresa compartilhe sua estratégia e informações com os parceiros, sendo que alguns deles são também fornecedores ao mesmo tempo de concorrentes. O risco é as informações vazarem para além das partes necessárias e participantes do processo, projetos em estudo podem acabar chegando aos concorrentes antes do planejado. Mas para evitar isso é necessário que os parceiros estejam cientes da política de confidencialidade (que a empresa deve possuir e fazê-la que seus fornecedores estejam de acordo) para não deixar escapar dados estratégicos.
É fundamental e estratégico estabelecer regras quanto ao compartilhamento de informações: quais informações podem ser acessadas, ou mesmo processadas, por esses parceiros. Qual o nível de segurança dessas informações, e verificar se os parceiros ou fornecedores atendem as diretrizes estratégicas da Organização.
É possível que a VW eleve o nível de parceria com seus fornecedores? Como?
A Volkswagen ainda elevar o nível de parceria com os fornecedores passando aos parceiros da cadeia condições para que façam parte da formulação de soluções e sugestões de idéias para o projeto e produção dos produtos.
O compartilhamento de riscos e recompensas de tecnologia e inovação, levam à redução de custos, ao aprimoramento na entrega e na qualidade e à ampliação de vantagem competitiva". Cada parceiro pode propor qual mudança ou melhoria em seu produto fornecido pode trazer mais benefícios ao produto final.
Os relacionamentos de parceria, segundo Mchug et al. (2003), guardam alguns aspectos comuns como, por exemplo: relacionamento de longo prazo baseado em confiança mútua e em cooperação mais do que em competição; forte interesse do fornecedor pela qualidade dos produtos que são entregues; e cooperação visando o aumento de desempenho dos fornecedores.
A confiança mútua, um dos requisitos para o estabelecimento de parcerias, é fortemente condicionada por outro pressuposto da Gestão da Cadeia de Suprimentos: as relações de longo prazo. Relações de longo prazo podem implicar ligações de confiança entre as empresas, na medida em que as transações ocorrem reiteradamente entre os diversos elos da cadeia (Maia e Cerra, 2004a).
Conclusão
Os índices de vendas, os ganhos de market share e os indicadores de desempenho mostram que a produção modular, o trabalho em parceria com fornecedores chave, está dando certo em Resende. Uma vez que uma parceria extremamente significativa já foi estabelecida e que os parceiros não são fornecedores convencionais, mas sim fornecedores que participam interativamente da montagem do veículo, o quadro de cooperação e comprometimento se tornam ideal.
O modelo de consórcio modular entre a montadora e os parceiros proporcionou a Volkswagen competências para projetar a configuração do seu produto; competência para preocupar-se garantir um serviço pós-venda competitivo; competência para gerenciar a marca VW pelo desenvolvimento e gestão dos produtos montados.
Ganhou vantagens de barganha com fornecedores e com eventuais concorrentes fabricantes apenas de caminhões. A maior vantagem com certeza foi ter várias empresas com filosofias diferentes, políticas diferentes, unidas para o mesmo objetivo e aproveitar o know-how de cada um fazendo um produto competitivo.
O comprometimento de todos os envolvidos é um dos elementos centrais do relacionamento. Isso pode ser definido como um desejo em desenvolver um relacionamento estável, uma tendência em realizar sacrifícios de curto prazo para manter o relacionamento. Além do comprometimento, a confiança também deve ser desenvolvida entre as empresas.
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Consórcio modular: Volkswagen Resende
O histórico da VW Caminhões e Ônibus teve início em 1980, quando assume todas as operações de caminhões da Chrysler Brasil. Esta era a primeira e única experiência mundial do grupo neste segmento de mercado, principalmente decorrente da característica “suigeneres” do mercado brasileiro: aproximadamente 50% de todo o transporte de cargas no país era (e ainda é) feito via terrestre.
Logo no ano seguinte (1981) a Volkswagen lança sua marca própria de caminhões médios e leves, aproveitando o know-how da Chrysler, com um modesto market share de 3 a 4%. Em 1987 a Volkswagen se beneficia novamente da experiência em projeto e manufatura de caminhões de terceiros, quando foi criada a Autolatina (aliança estratégica entre Ford e Volkswagen para o mercado automotivo da América do Sul). Toda a produção de caminhões é transferida para a fábrica do Ipiranga da Ford. A marca Volkswagen já assume, em 1994, uma respeitada parcela de 12% do mercado de caminhões.
Em 1995, após o fim parceria com a Ford, VW ficou sem a fábrica de caminhões, sem uma unidade produtora de motores para seus veículos populares e com toda sua capacidade instalada de produção no limite. Isto significava que a VW necessitava urgentemente de uma fábrica capaz de manter a produção de caminhões no Brasil. Outra importante constatação é a de que a VW não detinha competência estabelecida de manufatura neste segmento de mercado, dominado e guardado a sete chaves pela Ford nos últimos nove anos.
Naquela época, o responsável pela operação latino americano da Volkswagen era o executivo basco Jose Ignácio Lopez de Arriortúa, ex-comandante da área de suprimentos da GM. Em novembro de 1994, Lopez propôs a estratégia de trazer os fornecedores para dentro da fábrica para que eles agregassem seus componentes diretamente na linha de montagem. A VW seria a única montadora mundial que não executaria nenhuma atividade de montagem e cuidaria somente da logística, qualidade e engenharia de manufatura. A ideia era que a VW se transformasse numa organização de marketing e vendas, desenvolvendo novos produtos e controlando a cadeia de valor agregado.
Nascia o conceito do consórcio modular,
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