RESENHA BICHO DE SETE CABEÇAS

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É visto de maneira clara que os pacientes são tratados como meros números, usados apenas para que a instituição possa ganhar benefícios. No filme, quando a família vai fazer a primeira visita para o jovem, seu primeiro contato é com seu médico, que os adverte que o rapaz pode ter alucinações e vir a inventar histórias que não existem, tudo por conta dos medicamentos que estão fazendo efeito. Conforme o jovem relata para os pais todos os horrores sofridos dentro da instituição, ele ouve que tudo isso é necessário e que ele precisa passar por isso. Isso prova como, em nossa sociedade, quem é tido como louco sofre preconceito e não é visto como ser humano.

Neto só se livra desse pesadelo quando sua mãe sente sua falta em casa, e apesar de ele voltar com um comportamento considerado adequado para a família, as marcas do que ele sofreu ficam em sua mente, fazendo com que ele não consiga mais levar uma vida normal, os pesadelos o perseguem dia a dia. Assim, ele é internado em outra clínica e passa a ser exposto, novamente, as humilhações de antes voltam a acontecer, mas dessa vez com muito mais evidência.

O filme mostra como é a situação dos pacientes de clínicas psiquiátricas da época, onde cada um não recebe o tratamento que merece, todos tomam remédios iguais e todo tipo de problema é tratado da mesma forma. A questão da reforma psiquiátrica e da humanização do tratamento é trazido à tona, já que os pacientes eram calados e não tratados.