O Documento de Teresópolis
Por: kamys17 • 20/9/2018 • 1.076 Palavras (5 Páginas) • 286 Visualizações
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É esperado que os filhos se responsabilizem por seus pais ou que os familiares cuidem de seus idosos, mas é preciso levar em consideração se essa família tem condições psicossociais e econômica de dar conta desses cuidados, se essas estão preparadas para manter seus velhos. Muitas vezes essa decisão é mal interpretada pelo idoso que sente-se abandonado e acaba guardando mágoa contra os que o separaram de seu convívio familiar.
Existe também a simbologia de suas casas e seus pertences. Onde cada lugar do ambiente tem lembranças que remetam a toda uma trajetória. Os objetos de valores inestimáveis, que contam a historia desse velho, de sua família, das reuniões, dos almoços, das comemorações, enfim de toda uma vida. Por isso a dificuldade maior de o idoso ser removido desse lugar aonde ele pertence. A mudança física pode representar angústia, medo, insegurança e sensação de perda. Mesmo que a instituição tentasse replicar o modelo da casa, de nada adiantaria, pois os valores de intimidade e pertença são intransferíveis. O essencial é que no seu canto, a pessoa mantenha seus pertences, a sua individualidade e continue enriquecendo a sua rede de relações.
Muitas vezes a família quer retirar o idoso do seu lugar, levando para outra casa onde os filhos ou outros familiares podem acompanha-lo de perto. Mas o que eles não se dão canto é que a perda desse local de pertença representa a desfiguração do sujeito social em um contexto marcado por um processo constante de inovações, o que provoca medo da velhice, se marcada pela imposição do novo sobre o antigo, do presente sobre o passado. (Ferreira, 1998)
Por essas situações que os idosos passam anteriormente, muitas vezes a institucionalização, a mudança para o asilo não significa uma perda e nem tampouco levam as pessoas a se angustiarem, pois para alguns idosos ele representa o lugar no seu pertencimento.
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