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Trabalho de conclusão de curso

Por:   •  25/5/2018  •  6.480 Palavras (26 Páginas)  •  305 Visualizações

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Em um sentido mais amplo, o ensino inclusivo é a prática da inclusão para todos, independente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou origem cultural, em qualquer escola provedora, onde todas e qualquer necessidades dos alunos são satisfeitas.

Há autores que defendam a educação inclusiva, embora outros, poucos informados, tem interpretado a educação inclusiva apenas como um mero acesso de alunos com algum tipo de deficiência na classe comum.

de um lado, encontram-se os que defendem a proposta de “inclusão” advogando que a “melhor colocação seria na classe regular, mais admitindo a possibilidade de serviços de apoio” ao atendimento na classe comum e os recursos educacionais especiais paralelos ao ensino regular. E um outro lado, a proposta de inclusão total prevê “a colocação de todos os estudantes, independente do grau e tipo de incapacidade, na classe comum da escola próxima a sua residência, e a eliminação total do atual modelo de prestação baseado em um continuum de serviços de apoio de ensino especial”.(Mendes 2001 p.17)

A educação inclusiva teve força maior na década de 90, em uma Conferência Mundial de Educação Especial, ocorrida em 1994 na Espanha, exatamente na cidade de Salamanca, onde surgiu uma declaração com o nome de “Declaração de Salamanca”. Esta declaração derrubou as barreiras do preconceito, e após muitos anos, todas as pessoas, crianças, adolescentes com necessidades especiais serão reconhecidas e aceitas nas escolas comuns e na sociedade. Para, Mittler (2003,p.25) a inclusão no campo educacional, “[...]envolve um processo de reforma e de reestruturação das escolas como um todo, com o objetivo de assegurar que todos os alunos possam ter acesso a todas as gamas de oportunidades educacionais e sociais oferecidas pela escola”.

A Declaração de Salamanca, é guiado pelos seguintes princípios:

- Independente das diferenças individuais, a educação é direito de todos;

- Toda criança que possui dificuldade de aprendizagem pode ser considerada com necessidades educativas especiais;

- A escola deve adaptar–se às especificidades dos alunos, e não os alunos as especificidades da escola;

- O ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças.

...a inserção de alunos com deficientes no ensino regular não foi inaugurada pela Declaração [de Salamanca]. Muito antes disso, já se falava e se estabeleciam normas a respeito dessa inserção. Em nosso País, pelo menos desde a década de 70, já se levantava a bandeira pela integração dos deficientes no ensino regular. (BUENO 2001, p.24)

A Inclusão é um desafio para todos, não só para a escola, mais para professores, para os alunos ditos “normais”, para os alunos especiais e para os pais destes alunos especiais. E será que realmente existe inclusão em nossas escolas ou será exclusão? Muitas escolas não estão preparadas para receber estes alunos e dizem que seus educadores estão despreparados para esse fim. Felizmente há muitas escolas que já trabalham com a inclusão, porém, seus professores não sabem como trabalhar com estes alunos, e os mesmos, acabam sendo excluídos das atividades da classe e demais atividades da escola.

(...) a mais alta prioridade política, e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem crianças todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais (BUENO, 1995, p.5)

Mesmo diante de muita luta, fica bem clara a necessidade de cursos para preparação dos professores, para que possam receber estes alunos com dignidade, como cidadãos com seus direitos, transformando a escola num lugar de qualidade e em um ambiente inclusivo.

Mas ainda existem escolas, são poucas, preparadas para receberem estes alunos, com ensino de qualidade, com materiais didáticos específicos para inclusão, e com um ambiente inclusivo e acolhedor. A escola só será considerada um espaço inclusivo, quando a mesma estiver adequadamente pronta em todos os aspectos, na sua infraestrutura, no apoio pedagógico.

A educação inclusiva compreende que a escola é um espaço para todos, onde todos constroem seus conhecimentos, tem direitos de expressar suas ideias, participam de atividades escolares e acrescem como cidadãos, cada um nas suas diferenças. Ela só se tornará inclusiva de verdade, quando as diferenças dos alunos forem reconhecidas diante de um processo educativo para todos, aplicando novas práticas educativas.

“A diferença (vem) do múltiplo e não do diverso. Tal como ocorre na aritmética, o múltiplo é sempre um processo, uma operação, uma ação. A diversidade é estática, é um estado, é estéril. A multiplicidade é ativa, é fluxo, é produtiva. A multiplicidade é uma máquina de produzir diferenças - diferenças que são irredutíveis à identidade. A diversidade limita-se ao existente. A multiplicidade estende e multiplica, prolifera, dissemina. A diversidade é um dado - da natureza ou da cultura. A multiplicidade é um movimento. A diversidade reafirma o idêntico. A multiplicidade estimula a diferença que se recusa a se fundir com o idêntico” (SILVA, 2000, p.100-101).

Fazer mudanças nas práticas educativas não é fácil, pois exigem mudanças desde a escola, até a sala de aula. Mais isso é possível sim, para que essa escola ser torne uma escola inclusiva, é necessário uma mudança, uma aplicação de alternativas, mudanças nas práticas pedagógicas e educacionais compatíveis com a inclusão. Segundo a cartilha, “ O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”(2004, p.31) , destaca algumas transformações consideradas primordiais para se transformar uma escola inclusiva de qualidade:

Temos que agir urgentemente:

- colocando a aprendizagem como o eixo das escolas, porque escola foi feita para fazer com que todos os alunos aprendam;

- garantindo tempo e condições para que todos possam aprender de acordo com o perfil de cada um e reprovando a repetência;

- garantindo o atendimento educacional especializado, preferencialmente na própria escola comum da rede regular de ensino;

- abrindo espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercitados

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