Sequência didática: compostagem

...

FASE TERMOFÍLICA

É a fase mais longa e pode se estender por até dois meses, dependendo das características do material que está sendo compostado. Nessa fase, entram em cena os fungos e bactérias denominados de termofilicos ou termófilos, que são capazes de sobreviver a temperaturas entre 65°C e 70°C, à influência da maior disponibilidade de oxigênio - promovida pelo revolvimento da pilha inicial. A degradação das moléculas mais complexas e a alta temperatura ajudam na eliminação de agentes patógenos.

FASE DA MATURAÇÃO

A última fase do processo de compostagem, e que pode durar até dois meses. Nessa fase há a diminuição da atividade microbiana, juntamente com as quedas de gradativas de temperatura (até se aproximar da temperatura ambiente) e acidez, antes observada no composto. É um período de estabilização que produz um composto maturado. A maturidade do composto ocorre quando a decomposição microbiológica se completa e a matéria orgânica é transformada em húmus, livre de toxicidade, metais pesados e patógenos.

O produto gerado a partir desse processo de degradação recebe o nome de composto orgânico, que é um material estável, rico em substâncias húmicas e nutrientes minerais, que pode ser utilizado em hortas, jardins e para fins agrícolas, como adubo orgânico, devolvendo à terra os nutrientes de que necessita, e evitando o uso de fertilizantes sintéticos.

Os materiais mais utilizados na compostagem são cinzas, penas, lixo doméstico, aparas de grama, rocha moída e conchas, feno ou palha, podas de arbustos e cerca viva, resíduos de cervejaria, folhas, resíduos de couro, jornais, turfa, acículas de pinheiro, serragem, algas marinhas e ervas daninhas.

-

COMO SE DEVE SER?

Primeiro, o professor deverá introduzir o assunto e verificar quem da sala já o conhece, ouvindo o que todos têm a dizer sobre; depois, poderá mostrar alguns dados e fotos sobre a decomposição da matéria orgânica e contar sobre a importância da reciclagem. Podem ser realizadas muitas propostas para explorar o tema, como: pesquisas no laboratório de informática e biblioteca, leitura de textos em jornais e revistas, listagem de maneiras adequadas de dar destino ao lixo – tais como aterro sanitário, reciclagem, compostagem, incineração –, podem ser abordados ainda o consumismo indiscriminado, a contaminação dos solos, doenças provocadas por essa contaminação, entre outros assuntos.

Os alunos, sempre mediados pelo professor, podem observar a produção de lixo da escola, e mais especificamente, o lixo orgânico na cozinha (seja cozinha da escola ou cantina). Os estudantes podem realizar visitas técnicas em ambientes da escola e também seu entorno, para analisar os ambientes e como estes são cuidados.

Uma boa discussão entre os próprios alunos, com auxílio do professor, pode resultar no surgimento de subtemas pertinentes a compostagem: o exagero na produção de lixo doméstico e coletivo, o consumismo exagerado X aumento da produção do lixo, os impactos que o lixo causa no meio ambiente, a importância da destinação correta do lixo, o tratamento adequado para o lixo orgânico.

O professor pode solicitar que os alunos separem os resíduos orgânicos utilizados durante o lanche para a composteira, ou levar os resíduos produzidos durante suas refeições em casa (em recipientes ou embalagens).

Essa proposta, se feita com estudantes, pode permitir com que esses se sintam mais atraídos pelas aulas de Ciências, tornando-as mais proveitosas. Além disso, a proposta pode ter resultados amplos, como diminuição da produção de lixo por eles em sala de aula e em suas casas, aumento da integração e do trabalho coletivo no grupo, motivação para todos cuidarem melhor do ambiente em que vivem.

-

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: COMPOSTAGEM

1° ATIVIDADE – CONHECIMENTOS PRÉVIOS

A partir da música (tradução) do Jack Johnson, “The 3 R’s” , o professor provocará a turma a pensar do porquê dessa letra e, particularmente, sobre os três R’s. Com algumas hipóteses já levantadas, irá explicar a situação do lixo no Brasil e no Mundo – produção exacerbada e destinação inadequada dele – e a importância de Reduzir, Reutilizar e Reciclar (os três R’s).

Para introduzir o tema, a compostagem, o professor perguntará aos alunos o que podemos fazer para contribuir com o meio ambiente, como dispensar o lixo, e quais os danos esse lixo depositado em locais errados pode causar. As ideias propostas devem ser anotadas a fim de preparar uma pesquisa, que será levada para casa com o intuito de motivar a conversa com os pais.

2° ATIVIDADE – COMPARTILHANDO INFORMAÇÕES

Esse será o momento de compartilhar as informações coletadas na pesquisa, e explicar melhor (caso alguém já tenha comentado anteriormente) o que é e para que serve uma composteira.

Como suporte, o professor pode apresentar o vídeo “Sustentabilidade em 1 minuto: o que é compostagem?”, produzido pela empresa eCycle, e/ou acessar, no site organizado pelos alunos para uma disciplina da Faculdade de Saúde Pública da USP, o processo de compostagem .

O professor pode pedir a colaboração de todos para que, a partir daquele dia, separem os restos de alimentos consumidos no lanche para que eles possam montar uma composteira na escola.

3° ATIVIDADE – PLANEJAMENTO

Aqui irá acontecer a discussão para decidirem, entre os modelos possíveis, o que será usado para construir a composteira – caixa de madeira, lixeira com tampa ou tijolos, por exemplo – e qual o melhor espaço da escola para acomodá-la.

Além disso, farão uma lista dos materiais necessários para montar a composteira e estabelecerão como os conseguirão.

4° ATIVIDADE - MÃOS À OBRA

Depois de decidirem o modelo utilizado e o local que será feita a composteira, poderão montar as camadas com os resíduos orgânicos recolhidos pela turma.

- a primeira camada deve ser de material seco (folhas, galhos picados, palhas secas, etc.);

- a segunda camada poderá ser material úmido (os restos de alimentos);

- a última camada deve