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Linguagem Alfabetização e Letramento

Por:   •  21/3/2018  •  1.091 Palavras (5 Páginas)  •  289 Visualizações

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Paulo Freire

Diálogo:

É no diálogo que as situações de opressão são tomadas como objetos de reflexão.

A conscientização permite que o ser humano ultrapasse os limites da realidade opressora, uma vez que a compreendendo como fruto de sua própria ação, se sente potencialmente capaz de transformá-la. A dimensão conscientizadora só se promove por meio da experiência dialógica, que no interior dessa concepção não é percebida como instrumento a ser utilizado pelo educador, mas sim, de uma exigência da própria natureza humana, pois é condição para a comunicação. É nesse sentido que a educação não consiste em um ato de depositar nos educandos os conhecimentos como se fossem vazios. É no diálogo que educador-educando aprendem e descobrem que podem oferecer novas interpretações aos conhecimentos produzidos e tidos como verdadeiros, por meio do diálogo, que a prática pedagógica passa a ser caracterizada pela horizontalidade que permite a palavra do educando e com ela a valorização da história de cada sujeito envolvido no processo educativo, já que é pela análise de nossa própria linguagem, da análise da forma como apreendemos e expressamos o mundo é que o processo educativo e, portanto, o processo de conscientização tem início.

A concepção de linguagem presente em Paulo Freire (1987, 1990, 1992, 1996 e 1997), é compreendida como o meio pelo qual nós constituímos os significados que comunicamos.

CONCEPÇÃO DE LEITURA

Freire (1982) propõe uma concepção de leitura que se distancia dos tradicionais entendimentos do termo como sonorização do texto escrito, defendendo que a leitura começa na compreensão do contexto em que se vive:

A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto.

“Não é caminhar sobre as letras, mas interpretar o mundo e poder lançar sua palavra sobre ele, interferir no mundo pela ação”.

A leitura de Mundo é uma construção coletiva, feita com a multiplicidade das visões daqueles que o vivem.

Nesse processo de leitura e de releitura do mundo, de leitura e de releitura da palavra, uma leitura mais crítica do mundo e da palavra forma o sujeito, que constrói uma visão de mundo e que pode, a partir desta visão, não apenas vê-lo, entendê-lo melhor, mas pode, assim fazendo, entender melhor como ele pode mudar pela nossa ação.

Referência:

REYES, Claudia R.; PICCOLLI, Dulce M. de (Orgs.). O Ensino da língua um processo discursivo. São Carlos: EdUFSCar, 2010. 137 p. (Coleção UAB-UFSCar).

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