RELATÓRIO DA ENTREVISTA PARA ANALISE DE DADOS PARA UMA INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA NA ÁREA DE EDUCAÇÃO DOS SURDOS

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A história da educação do surdo é marcada por correntes filosóficas distintas, que devem ser bem compreendidas em seu momento histórico de forma a contribuírem para a construção de uma proposta bilíngüe (LIMA, 2006).

Lima (2006) ainda diz que esta proposta bilíngüe traz uma grande contribuição para o desenvolvimento de uma criança surda, pois reconhecem a LIBRAS como uma língua, com todo o potencial expressivo de uma língua oral e como instrumento de fortalecimento de estruturas lingüísticas.

A Lei n° 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de Libras nos 27 F mudanças estruturais para uma inclusão ética cursos de formação de professores, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (QUADROS, 2008).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB, nº 9394/1996) estabelece que os sistemas de ensino deverão assegurar, principalmente, professores especializados ou devidamente capacitados, que possam atuar com qualquer pessoa especial na sala de aula. Em muitas “escolas inclusivas” da rede regular de ensino, a atual inclusão dos alunos surdos se faz por intermédio de um intérprete. Este tem por função traduzir, para a língua de sinais, o que professor está falando (RIJO, 2009).

Rijo (2009) enfatiza também que o processo de inclusão só é consolidado, quando é criado um ambiente favorável, no qual, o aluno surdo possa desenvolver suas potencialidades. Neste sentido, é preciso que o sistema de educação disponibilize para as escolas, os recursos necessários a este processo. No entanto, muitas escolas que recebem estes alunos não disponibilizam destes recursos. Sendo assim, o aluno surdo é integrado nesta escola, porém, não é incluído.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

- Entrevista para analise de dados para uma investigação e prática na área de educação dos surdos.

2.2 Objetivos específicos

- Conhecer a estrutura que a escola oferece ao aluno surdo;

- Acompanhar as atividades desenvolvidas na sala de recursos

- Vivenciar a interação Ouvinte X Surdo, no contexto escolar.

3 METODOLOGIA

Para a realização da atividade proposta, as estratégias metodológicas desenvolvidas, foram realizadas entrevistas com um aluno e intérprete, seguidas de um dia de observações na sala de recursos da escola São José. As entrevistas foram realizadas na cidade de Cruzeiro do Sul/Acre, no dia 29 de março de 2016, numa escola pública de ensino fundamental São José, o aluno entrevistado é estudante do Colégio Cristão Cruzeiro.

Fizeram parte do trabalho, duas pessoas uma do sexo masculino e outra do sexo feminino. A entrevistada é chamada Ana Paula Souza Freitas, intérprete na escola São José há dois anos. O entrevistado é chamado Gustavo Costa Barroso, estudante do sétimo ano “A” do Colégio Cristão Cruzeiro, tem 13 anos de idade e estuda com uma surda chamada Shirley. O critério da seleção dos entrevistados teve como requisito básico, estudar com aluno surdo, e estar matriculado na rede regular de ensino ou trabalhar na instituição como intérprete. A comunicação entre os alunos e o pesquisador ocorreu através da língua de sinais com auxílio de uma interprete. Para a entrevista com os alunos, foi elaborado um roteiro com perguntas objetivas para conhecer melhor inclusão escolar e social.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados foram obtidos por meio de entrevista a respeito de alunos surdos. Os entrevistados responderam o seguinte questionário.

Você já fez algum curso de Libras ou outra formação para atender os alunos surdos? Conhece as dificuldades dos alunos surdos?

- A intérprete entrevistada Ana Paula é formada em pedagogia, já fez os cursos do NAPE, e trabalhando como intérprete ela tem a formação que acontece de 15 em 15 dias, adquirindo conhecimentos tanto na parte teórica como na prática para poder atuar como interprete. Portanto ela afirma conhecer as dificuldades do aluno surdo, sempre focando na melhoria de vida deles.

A respeito da estrutura para receber os alunos surdos os entrevistados declaram:

- A escola São José possui estrutura adequada para receber alunos surdos. Dentre as principais estruturas possui o intérprete. Ana Paula (intérprete) afirma que o intérprete é um direito do aluno surdo. Possuem ainda a sala de recursos (figura 1), que é uma sala para o apoio desses alunos, recebendo também alunos de outras escolas. Possui ainda a biblioteca com materiais didáticos (figura 2); “porque às vezes a gente não consegue passar o conteúdo para o aluno surdo, não conseguindo contextualizar, e então através de imagens e vídeos... Utilizando a internet como ferramenta, conseguimos explicar o conteúdo da melhor forma possível (figura 3)”.

- No Colégio Cristão Cruzeiro existem dois alunos surdos. Gustavo Costa (aluno entrevistado) afirma que o colégio possui estrutura adequada para receber os alunos surdos. Como o intérprete de dedicação exclusiva para auxiliar o aluno surdo no aprendizado, e a sala de recursos.

Com relação à interação entre os alunos surdos e os ouvintes declaram:

- Na escola São José, Ana Paula diz que existe uma interação entre os alunos surdos e os ouvintes, porque os alunos acabam aprendendo libras através da intérprete, facilitando a interação com o surdo (figura 4). Os professores trabalham a igualdade no ambiente escolar, a mesma atividade do ouvinte eles passam para o aluno surdo, permitindo assim uma maior interação entre eles. Os ouvintes sempre tentam ajudar da melhor forma possível, dão apoio e inserem-nos em seu meio de amigos, integrando em seus grupos. Sendo assim, o aluno surdo se sente apoiado e bem recebido pelos os colegas de sala de aula.

- No colégio Cristão Cruzeiro, a interação dos alunos ouvintes e surdos é real, “a presença da intérprete com o passar dos anos vai facilitando nosso entendimento conseguimos uma comunicação muito agradável”.

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