CAPITALISMO ECONOMIA BRASILEIRA
Por: Kleber.Oliveira • 22/5/2018 • 5.456 Palavras (22 Páginas) • 322 Visualizações
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3 – Duas são as condições essenciais para caracterizar o modo de produção como capitalismo. A primeira é a existência de pessoas – capitalistas – que apliquem capital na aquisição de meios de produção e no pagamento de força de trabalho, para a produção de outros bens, com o fim de obter lucro. A segunda é a existência de pessoas – trabalhadores – que contratem sua força de trabalho e disponham de liberdade para assim fazê-lo.
4 – Só teoricamente é possível conceber a vigência de um sistema capitalista abarcando toda a atividade econômica de um país. Nos países considerados capitalistas, o modo de produção capitalista é o predominante, mas não o único. Geralmente, mesmo nos mais avançados, encontram-se outras classes sociais, além de investidores e assalariados, tais como pequenos comerciantes, artesãos, e pequenos agricultores, os quais exercem uma atividade econômica ou produzem, sem utilizar mão-de-obra de terceiros, fazendo uso exclusivo de seu próprio trabalho.
5 – Nos países subdesenvolvidos em que predomina o sistema capitalista de produção, encontram-se formas pré-capitalistas de exploração econômica. É o caso de proprietários de terra que entregam sua exploração a terceiros (agregados, meeiros, parceiros) em troca de uma parte da colheita. Em verdade, o sistema de produção só é considerado capitalista se for o predominante entre os demais modos de produção coexistentes.
6 – Para obter o melhor resultado da aplicação de seus recursos, o capitalista organiza a produção, dimensionando sua empresa de acordo com as possibilidades e perspectivas do mercado. Tanto a compra dos meios e fatores de produção como a venda dos produtos resultantes da atividade empresarial são operações que se realizam no amplo mercado de oferta e procura de bens e serviços, em que se transforma a sociedade capitalista.
7 – A quantia obtida pela venda dos bens produzidos é propriedade do capitalista-empresário, destinando-se a renda derivada da produção a remunerar o trabalhador, que recebe salário, e o capitalista, que, segundo a forma de aplicação dos recursos, aufere lucro, dividendo, juros, aluguel e arrendamento.
8 – O salário é previamente contratado, só esporadicamente sofrendo variação, e sua maior porção ou totalidade é destinada a atender às despesas de consumo do trabalhador. Ao contrário do que ocorre com os salários, os rendimentos do empresário-capitalista podem variar, e geralmente aumentam, deles se originando a principal fonte de recursos para financiar os novos investimentos.
9 – Alguns autores atribuíram, todavia, outros significados ao capitalismo. Werner Sombart quer surpreender a essência do capitalismo não no desenvolvimento de certas relações de ordem econômica, mas no Geist ou ‘espírito’ que inspirou a vida de certos homens, voltados à aventura, à realização, à organização e racionalidade. Esse espírito seria inerente à mentalidade burguesa característica da época capitalista. Superando a visão estreita do ‘homem natural’, que limitava a sua atividade econômica ao aprovisionamento de bens para a satisfação de suas necessidades essenciais, o capitalismo percebeu ser a acumulação de capital o móvel da atividade econômica, que passou a ser submetida à racionalidade da empresa.
Max Weber vincula a existência do capitalismo a três condições essenciais: à organização industrial racional; à separação da empresa da economia doméstica; e à implantação de uma contabilidade racional.
Para os adeptos da escola histórica alemã, o capitalismo manifesta-se no momento em que se distanciam no tempo e no espaço os atos de produção e de venda, exigindo participação do intermediário, que compra mercadoria do produtor para vendê-las, com lucro, ao consumidor final. As trocas já não são diretas, como na economia natural do mundo medieval, e a presença do intermediário financeiro dá origem à economia monetária de trocas, vale dizer, ao sistema comercial, base inicial do capitalismo.
- Argemiro Brum:
Capitalismo – "é o sistema econômico baseado na supremacia do capital sobre o trabalho”.
“Fundamentado na doutrina do liberalismo, inaugura e implanta a total liberdade da iniciativa privada no processo produtivo, cabendo ao ESTADO apenas a tarefa de manter a ordem”.
Características:
- A propriedade privada dos meios de produção.
- A transformação da força de trabalho em mercadoria (trabalho assalariado).
- A produção generalizada de mercadorias.
- A concorrência entre capitalistas
- Busca do lucro máximo e da acumulação – objetivo principal.
Origens.
10 – O capitalismo representa um modo de produção específico, não podendo ser entendido como a simples circulação do dinheiro e mercadorias. Suas origens não se confundem nem com o início do comércio em larga escala, nem com o surgimento da classe mercantil, que crescia de significação na fase de decadência da classe dos senhores feudais. O capitalismo só se afirmou, adquirindo a condição de modo de produção predominante, após um longo e penoso processo evolutivo. Assim, o sistema capitalista teve início precisamente no momento determinado pela presença, simultânea, do capitalista, proprietário dos meios de produção, e do trabalhador com liberdade para contratar sua força de trabalho. Através da organização industrial, o proprietário-capitalista pôs em marcha um processo ininterrupto de produção, geração de lucro e acumulação de capital. O surgimento do capitalismo só ocorreu, na acepção moderna e exata do termo, quando se iniciou tal modo de produção.
11 – Essa concepção, que é a geralmente aceita, exclui a possibilidade de ocorrência de capitalismo na Antiguidade, na Idade Média e mesmo em Gênova, Veneza e Pisa, cidades que floresceram pela intermediação do comércio. Por certo que a expansão do comércio foi o fator preponderante para a posterior eclosão do capitalismo. O crescimento das cidades, a abertura de novas rotas marítimas, o contato com novos centros populacionais no Oriente, a descoberta de ouro e prata no Novo Mundo, o alargamento do comércio entre as cidades européias – tudo isso provocou a expansão da demanda além da capacidade de produção artesanal. Com isso criaram-se as condições para o surgimento da produção
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