TUDO O QUE É SÓLIDO DESMANCHA NO AR - MARSHALL BERMAN E
Por: YdecRupolo • 3/1/2018 • 1.400 Palavras (6 Páginas) • 358 Visualizações
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O autor enfatiza que o iluminismo propunha um projeto de homem individualizado a fim de emancipa-los de todas as servidões e ajuda-los a transitar para um novo mundo, onde as heteronomias e as servidões fossem extintas. Principais pontos do Iluminismo: o Universalismo – abrangendo a todos os homens, onde não existiriam diferenças nacionais; o Personalismo ou Individualismo - onde o individuo se destaca da matriz do coletivo; e, a Emancipação – tanto em nível de Pensamento, como da Política e Economia, onde os indivíduos deveriam ser emancipados dos preconceitos, da tirania política e das necessidades e do pensamento religioso.
A proposito, o personagem Gavroche da novela de Victor Hugo: Les Miserables canta a canção onde zomba da carta pastoral escrita pelo clero durante a Revolução francesa que tentava dissuadir os fiéis de ouvir os filósofos do Iluminismo: Voltaire e Rousseau.
“Je suis tombé par terre, C'est la faute à Voltaire, Le nez dans le ruisseau, C'est la faute a Rousseau”
O autor ressalta que se refere à Modernidade enquanto conteúdo normativo e chama atenção para não se confundir com modernização empírica. Declara que o Iluminismo se concretizou em duas formas de organização social, o liberal capitalismo – herdeiro da Revolução Francesa - ruptura com os limites naturais com a terra, a cultura ou clã; e, o socialismo real baseado no marxismo, que também teve sua inspiração na Revolução Francesa com os lemas de liberdade igualdade e fraternidade, mas criticando estes lemas como falsos na boca da burguesia, afirmando que somente se tornaria verdade a partir das lutas proletárias. Enfatiza por fim que houve uma redefinição da modernização liberal capitalista em que o capital cresce e se expande sem amarras e sem barreiras nacionais, para o autor, os autores mais influentes da atualidade podem ser classificados como contra-iluministas e coloca que na visão neitzcheana-heideggeriana a técnica e a ciência devastaram o planeta.
Afirma que no Brasil este debate sobre a Modernidade com a força antropofágica da semana de arte moderna e do Iluminismo, afirma que no Brasil há um projeto de ré encantamento, aponta o sincretismo na historia do pensamento brasileiro enfatizando que há uma fé genuína na democracia e nos valores humanistas (acho que atualmente temos vivido momentos de profunda descrença, mas...) coloca o beco sem saída do iluminismo pervertido que veio a partir do neoliberalismo ou do Contra-iluminismo, apontando a travessia tortuosa que estamos empreendendo que atingem a todos no planeta apontando que somente em conjunto podemos resolvê-lo, destaca o caminho brasileiro da utopia iluminista e se contrapõe ao negativismo de Foucault ao exemplificar a filosofia de Pascal que afirma: “eu não sei se Deus existe ou não existe, mas vou fazer o seguinte, vou apostar que Deus existe, pois se depois eu verificar que ele não existe, não terei perdido nada, e se eu ganhar, terei ganho tudo.
Termina trazendo os estudos freudianos afirmando que este autor acreditava nos ideais iluministas como a universalidade da natureza humana, na importância do processo de individuação com a passagem da psicologia de massa para a psicologia individual e cita a frase de Lacan: onde havia Id que passe a haver Ego, onde havia desrazão, que passe a haver razão.
Observa que Freud com sua fé na ciência e Logos explica o surgimento da consciência moral no livro: “O mal estar na civilização” onde explica que os seres humanos originalmente viviam em pequenos bandos e que o macho mais velho se apropriava de todas as fêmeas e castigava os filhos e outros machos, esse sistema terminou com uma rebelião dos filhos, que se reuniram em bando contra o pai, o derrotaram e o devoraram, e após esta tragédia surge justamente o superego, advindo do remorso e trazendo a lei e a ordem civilizatória a fim de viver em paz uns com os outros, foi instaurada a exogamia. Para Freud a qualquer momento o individuo tem a possibilidade de regressão, individual ou coletiva e um dos remédios propostos pelo texto é a critica iluminista da religião.
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