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A Homogeneização das ciências

Por:   •  29/10/2018  •  2.445 Palavras (10 Páginas)  •  289 Visualizações

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O Positivismo de Augusto Comte faz grande rejeição à democracia, à monarquia e à Igreja. Ressaltava um governo ideal, formado por uma elite intelectual, assim propagando uma sociologia cientifica, em que define três estágios: teológico, metafísico e positivo. Neste último, Comte afirma que tudo e explicado por pesquisas cientificas sobre evidências concretas que levam às leis cientificas. Comte caracterizou o positivismo através da devoção a esta ciência, para ele, a ciência era o único guia da vida individual e social, exaltando o estado positivo como fundamental na idade viril ou madura do espírito humano, desprezando o teológico e o metafísico.

O filósofo exemplifica os três estágios: que a criança com explicações teológicas buscando o absoluto, o adolescente metafísico buscando as coisas e os porquês. E enfim o adulto com chegada a concepção positivista que busca somente o observável e o concreto.

Partindo do ponto de vista do texto pode-se pensar que a partir da afirmação de Comte, o indivíduo que não concordar com as teorias positivistas pode ser considerado infantil?

A pretensão do positivismo era da substituição à especulação racional das filosofias, pelos dados positivos da pesquisa científica. Com isto, Comte se opôs à filosofia pura, afirmando que as filosofias e suas especulações não eram válidas, ele mostrou suas teses de sistematização e metodologia das ciências.

Para Mai Sarraf (2017), a teoria positivista de Comte fundamenta-se na interação social do indivíduo, esquecendo que o ser humano está, sim, inserido em um grupo social, que tem regras, padrões, hábitos e costumes, todos em um verdadeiro processo de socialização. Entretanto, não enfatiza que o ser humano também é dotado de uma personalidade e de forma direta interage no meio social de acordo com seus padrões oriundos de uma aprendizagem construída na família e ao longo de todo o seu processo de socialização, tornando-se visível o seu lado emocional e de sentimento e que de uma forma ou de outra se apresenta cotidianamente na vivência dos seus valores morais. Ainda segundo o autor, outra análise crítica que podemos focalizar na teoria social de Comte está na separação definitiva que o mesmo faz da teoria sociológica em relação à filosofia, à economia e à política, utilizando como único objeto de estudo “o social”, que deveria ser estudado sem nenhuma influência de tais conhecimentos.

Para Christian Pinedo e Karyn Pinedo (2017), as ideias de Comte são vagas e os argumentos que ele usa para sustentá-las são pouco mais do que sugestões. A própria ideia de ciência que Comte apresenta está errada; não é verdade que a ciência tenha renunciado a explicar as causas mais profundas dos fenômenos, nem é verdade que na história do pensamento tenhamos assistido a uma passagem de uma fase mais abstrata para uma fase mais concreta ou positiva. Pelo contrário, a ciência apresenta um grau de abstração cada vez maior, e a própria filosofia, com as suas teorias e argumentos extremamente abstratos.

Finalmente, analisando seu terceiro tema que era a reforma das instituições, onde a tarefa a ser cumprida era uma instauração do espírito positivo na organização das estruturas sociais e políticas, no qual, seria necessário uma nova elite cientifico- industrial, Comte não levou em consideração o principal problema da época que era o crescimento do proletariado industrial, criando uma ideia romântica a respeito da situação, onde ele considerava que todas as decisões sociais tomadas deveriam ser julgadas com relação aos seus efeitos sobre a classe mais pobre e que os capitalistas seriam moralizados e não eliminados da sociedade. Fazendo uma analogia com as reflexões de Karl Marx, onde Marx criticou a estrutura social capitalista, os modos de produção e o próprio sistema econômico da sociedade em que ele estava inserido e como as relações entre o proletariado e os detentores dos meios de produção eram injustas e alienantes, não garantindo meios de subsistência a todos os membros da sociedade. Então, tomar decisões pensando nas consequências para a classe mais pobre, como pensou Comte, no atual sistema capitalista, seria impossível, uma vez que o sistema capitalista é excludente e explorador.

Tese: Criação da física social (sociologia).

Na visão comteana, algumas ciências já tinham se desenvolvido ao passo de abandonar seus métodos de análise antigos (teológico e metafísico), nesse sentido o autor descreve:

Desse modo, primeiro os fenômenos astronômicos, como sendo os mais gerais, simples e independentes de todos, e, sucessivamente, pelas mesmas razões, os fenômenos da física terrestre propriamente ditos, os da química, e enfim os fenômenos fisiológicos foram conduzidos as teorias positivistas. (COMTE, 1973, p. 14).

Segundo o autor, é necessário ainda que aconteça um estudo mais dirigido para questões sociais uma vez que:

Resta-lhe para terminar o sistema das ciências de observação, fundar a física social. Tal é hoje, em várias direções capitais, a maior e mais urgente necessidade de nossa inteligência, tal é, ouso dizer, o primeiro objetivo deste curso, sua meta especial. (COMTE,1973, p. 15)

Nessa perspectiva, o autor nos mostra que os ramos do conhecimento não se desenvolvem de igual modo, mas que, porém, a finalidade será igual, mesmo que em tempos diferentes. Revela também que a humanidade tem uma unidade de método, assim evidentemente estamos interligados por forças extras físicas, que nesse sentido seriam forças filosóficas.

Com a fundação da física social pretende-se alcançar todos os ramos do conhecimento, tornando assim a teoria positiva homogênea, de forma que todos os fatos observáveis deveriam se enquadrar em um dos campos do conhecimento. A partir desse ponto o autor afirma que:

Homogeneizando-se todas as novas concepções fundamentais, a filosofia constituir-se-á definitivamente no estado positivo. Sem nunca mais poder mudar de caráter, só lhe resta desenvolver-se indefinidamente, graças a aquisições sempre crescentes, resultantes inevitáveis de novas observações ou de meditações mais profundas. (COMTE, 1973, p.16)

Raciocínio (ideia primária): A filosofia positiva como base sólida para reorganização social.

Comte encontra-se no fim da revolução francesa, nesse período de grandes transformações ocorrem mudanças onde as instituições sociais deixam de ter em sua base a teoria teológica, deixando essas instituições livres da visão “ultrapassada”,

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