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Pensamento Social de Florestan Fernandes

Por:   •  25/4/2018  •  1.358 Palavras (6 Páginas)  •  327 Visualizações

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um caráter burguês em todos os lugares, e a segunda se refere a dominação burguesa ser inevitável, independente das formas políticas específicas que é utilizada.

Deste modo, a ideia de uma organização de classes que é considerada uma característica das sociedades capitalistas, que se relacionam de forma a contribuírem ou lutarem entre si tanto para preservar, fortalecer, e aperfeiçoar, quanto para extinguir determinado regime social de produção econômica. Isso não ocorre apenas entre as classes, mas também entre a burguesia no sistema capitalista, no qual temos uma essência hegemônica e suas versões periféricas que são identificadas como capitalismo selvagem para Florestan.

Conforme esta teoria, é possível notar que os que possuem poder neste modelo de capitalismo, exploram e dominam o povo para se assegurarem de seus privilégios e a divide do excedente econômico com as burguesias hegemônicas, porém, ao certo este excedente teria que ser destinado às classes trabalhadoras.

O autor associa progresso econômico dependente com miséria e exclusão despótica, no qual estas classes dominadas possuem direitos. Deste modo, é visto que a realidade socioeconômica não se transformou ou apenas se transformou superficialmente, que para Florestan, foi devido a desagregação material e moral do trabalho e com ela o despotismo nas relações humanas, o privilégio das classes possuidoras, a centralização da renda, o prestígio social e do poder, modernização controlada de fora, o crescimento econômico dependente, etc. Então, seguindo este raciocínio, no que diz respeito a autonomização, esta burguesia se torna a própria vítima do sistema que ela mesma reproduz, no qual se coloca sempre na condição de dependência, sempre buscando satisfazer seus desejos sem se importar com a massa de trabalhadores.

Florestan nos lembra que o capitalismo selvagem se traduz em:

“Super privilégio da reduzidíssima minoria dominante, com a sobre exploração e a sobre expropriação dos trabalhadores e dos despossuídos, com a tirania da opressão e da exclusão, oferece uma base social fértil à fermentação e amadurecimento desse equivalente histórico do ódio” (FLORESTAN: 1985).

Com isso, gera uma concentração progressiva de forças, assim dizendo, gerando conflitos e antagonismos sociais, provocados pelo ressentimento da humilhação e da submissão promovida pela classe burguesa, apontando, por fim a uma revolução sem meias medidas, que confere as classes oprimidas ou proletárias o acesso direto a uma democracia de maioria e a transição para o socialismo.

Enfim, Florestan acredita que:

“Há uma revolução silenciosa em marcha, uma revolução ligada aos deslocamentos internos de milhões de miseráveis, que esfacelam pura e simplesmente a ordem existente, e ao clamor dos que se proletarizam, vinculando entre si várias formas de população excedente, o exército ativo dos trabalhadores e o imenso, incontável, exército industrial de reserva. Uma história que parece sem bússola, mas que caminha rapidamente na direção de uma sociedade nova, como produção social dos oprimidos” (FLORESTAN: 1985).

É possível notar no pensamento e nas ideias de Florestan Fernandes elementos da ciência, da democracia, da modernidade e do progresso social, vistos como partes interdependentes do padrão de civilização do mundo ocidental.

A sociedade brasileira, tem fortes marcas do patriarcalismo, patrimonialismo e da cordialidade que é de modo conservador e passivo diante a mudança política. Portanto, a democracia social só seria possível caso os setores dominados buscassem garantir seus direitos, promovendo a mudança política que manifesta contra a manipulação das elites nas políticas sociais.

Florestan Fernandes, partir de suas ideias sobre o Brasil, reflete sobre a característica do país de manter uma classe burguesa capaz de comandar toda a sociedade, e que por consequência de alguns fatores históricos como a escravidão tardia, a tradição colonial ainda presente e a sua dependência econômica internacional, a burguesia brasileira era resistente a mudanças sociais em relação a classes dominantes de países desenvolvidos.

Referências

FLORESTAN, F. “A revolução burguesa no Brasil: Ensaio de interpretação sociológica”. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1974.

MODENUTI, J. “Pensamento Social Brasileiro: A Sociologia Política de Florestan Fernandes – O sociólogo militante”. Disponível em: <http://clicksociologico.blogspot.com.br/2014/08/pensamento-social-brasileiro-sociologia.html>. Acesso em 02 ago 2016.

MUSSE, R. “A revolução burguesa no Brasil”. Disponível em: <https://blogdaboitempo.com.br/2014/03/28/a-revolucao-burguesa-no-brasil/>. Acesso em 02 ago 2016.

POLICHETTI,

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