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O gótico tardio

Por:   •  3/8/2017  •  1.954 Palavras (8 Páginas)  •  371 Visualizações

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rápido, mais complexo e menos simplista do que tudo

aquilo que havia sido tentado nas igrejas do Early English.

Enquanto na Inglaterra essa nova experiência de um espaço em

movimento se exprime de modo tão complicado, no continente, com

uma ou outra exceção, procura-se obter um resultado semelhante com

meios opostos.

Essas tendências arquitetônicas, na Espanha, Alemanha, Itália e França, estavam ligadas de modo particular ao desenvolvimento de duas ordens religiosas, os franciscanos e os dominicanos. A mais antiga de todas as igrejas franciscanas foi erguida na Itália: São Francisco, em Assis;" iniciada em 1228, e que é uma sala abobadada sem naves laterais, com um transepto com abóbada e um coro

poligonal, muito semelhante ao modelo das igrejas de Anjou.

Mais tarde, as igrejas franciscanas e dominicanas serão, na Itália,

ou amplas salas sem naves laterais, cobertas por um teto em madeira e

coros cistercienses (especialmente em Siena), ou construções de teto

plano e naves laterais (Santa Croce, Florença, 1294), ou com abóbadas

e naves laterais.

Mas quer tenham ou não naves laterais, com abóbadas ou não, todas essas igrejas formam uma única unidade espacial dividida simplesmente por pilares, frequentemente circulares ou poligonais. Através dessa disposição transparece um princípio novo da maior importância. Numa igreja do gótico

primitivo, ou mesmo do gótico clássico, a nave central e as naves laterais

eram os canais separados de movimentos paralelos no espaço. Agora,

graças à amplitude dos vãos e aos suportes delgados, todo o comprimento e toda a largura do espaço interior constitui um todo único.

Na Alemanha, os interiores inicialmente não tinham naves laterais, como na Itália, e depois, sobretudo após 1300, eram igrejas-salão, isto é, com nave central e naves

laterais da mesma altura, como em Bristol. Na Alemanha já havia uma

longa tradição de igrejas-salão, que remontam ao estilo românico e até

mesmo, em um caso, ao ano 1015. Portanto, é inútil supor uma ligação

de parentesco com as igrejas-salão com naves laterais do Sudoeste francês. Aqui, as igrejas-salão góticas foram construídas espontaneamente, tendo sido esse estilo adotado (Lilienfeld) e provavelmente inspirado (como na Inglaterra) pelos refeitórios e outros aposentos monásticos.

De todas as igrejas da Francônia, S. Lourenço em Nurernberg é a que melhor mostra as possibilidades da igreja-salão. Sob a forma que assumiu em Gmünd, Landshut, Nuremberg e em muitos outros exemplos na Vestefália e em cidades da costa hanseática, ela convida o olhar, através de formas delgadas e redondas ou pilares poligonais, a se desviar das linhas estritas de visão do gótico,

ou seja, a linha leste-oeste e a linha para o norte ou para o sul, na direção das naves laterais mais baixas.

Em Praga, o Vladislav Hall foi um dos maiores salões seculares da idade Média, onde as nervuras se projetam a partir dos fustes das

paredes tem, inegavelmente, uma aparência vegetal.

Além disso, os novos interiores do gótico alemão tardio também tinham uma vantagem prática - a mesma das igrejas-salão sem naves laterais, dos frades italianos nos: estavam muito mais adaptados aos longos sermões do que os

antigos interiores com suas avenidas separadas.

No entanto, não foram apenas estas considerações práticas que

criaram o novo estilo, nem se pode dizer que ele foi criado pelo espírito

da Reforma que se aproximava. Na verdade, esse estilo pode ser encontrado também na Espanha, assim como na Alemanha. A arquitetura

espanhola do século XV, aliás, sofreu bastante a influência alemã.

O perpendicular corresponde ao gótico tardio da Alemanha e da Espanha, representa uma contribuição nacional de igual força. Uma vez criado por alguns arquitetos decididos e lúcidos, o perpendicular eliminou as divagações do

decorado e entregou-se ao’ desenvolvimento longo e não muito arriscado

de uma linguagem despojada, sóbria e muito consciente.

A simetria, no século XV e começo elo XVI, limitava-se, às vezes, a estabelecer um eixo reto entre o portão principal e à entrada do salão. Mas o salão não era o centro exato da construção principal e, de todo modo, sua entrada

era excêntrica. O portão principal, mesmo quando situado no meio da

fachada exterior, não separava a construção em duas metades idênticas.

Os resultados desse hábito comum são extremamente encantadores, tanto na Inglaterra quanto na Alemanha. No entanto, as qualidades estritamente estéticas desses edifícios não são tão destacadas quanto as de Harlech.

Ao que parece, até o século XV não se tentou transpor a abóbada

em leque das dimensões reduzidas de uma clausura para a altura e

largura de uma nave. Um pouco mais tarde, nos primeiros anos do

século XVI, John Wastell, construtor de Bury St. Edmundus, adotou a

abóbada em leque na capela do King’s College. O fato de não ser um

construtor do rei e mesmo assim ter sido contratado para aquele empreendimento da Coroa demonstra que o status e a fama dos construtores mais destacados tinham aumentado. No entanto, a formação desses construtores permanecia a mesma da época.

Quanto à construção de igrejas, o poder das cidades se manifesta

na predominância e nas dimensões das igrejas paroquiais já mencionadas.

Suas torres estão entre os feitos mais notáveis da arquitetura do gótico

tardio;

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