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CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAIS

Por:   •  1/9/2017  •  4.172 Palavras (17 Páginas)  •  420 Visualizações

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Em contrapartida, uma pesquisa da Universidade da Malásia concluiu que após o início da chuva, somente as primeiras águas carreiam ácidos, microrganismos, e outros poluentes atmosféricos, sendo que normalmente pouco tempo após sua precipitação, a mesma já adquire características de água destilada, que pode ser coletada em reservatórios fechados. Em resumo, a água de chuva sofre uma destilação natural muito eficiente e gratuita. Esta utilização é especialmente indicada para o ambiente rural, chácaras, condomínios e indústrias. O custo baixíssimo da água nas cidades, pelo menos para residências, inviabiliza qualquer aproveitamento econômico da água de chuva para beber. (CETESB, 2015).

Vários outros autores, tais como Eleni Trindade (2010), defendem esta ideia: “Reduzir a conta mensal de água e contribuir para a sustentabilidade do planeta são as vantagens de se instalar um sistema de captação de água da chuva em residências”. Já usados em larga escala por condomínios, indústrias e prédios comerciais, os sistemas de captação estão cada vez mais acessíveis para as residências.

"A tendência de usar água da chuva é cada vez maior para finalidades não potáveis como regar jardim, lavar o carro e o quintal, entre outras, pois a necessidade de preservação desse recurso natural é irreversível", afirma Dante Ragazzi Pauli, presidente da seção paulista da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes-SP).

Algumas cidades brasileiras já transformaram em lei a captação da água pluvial:

A lei municipal de Curitiba-Paraná nº. 10785 de 18 de setembro de 2003 diz que:

"Cria no Município de Curitiba, o Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações - PURAE."

Art. 1º. O Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações – PURAE tem como objetivo instituir medidas que induzam à conservação, uso racional e utilização de fontes alternativas para captação de água nas novas edificações, bem como a conscientização dos usuários sobre a importância da conservação da água.

Art. 7º. A água das chuvas será captada na cobertura das edificações e encaminhada a uma cisterna ou tanque, para ser utilizada em atividades que não requeiram o uso de água tratada, proveniente da Rede Pública de Abastecimento, tais como:

• Rega de jardins e hortas,

• Lavagem de roupa;

• Lavagem de veículos;

• Lavagem de vidros, calçadas e pisos.

Art. 8º. As Águas Servidas serão direcionadas, através de encanamento próprio, a reservatório destinado a abastecer as descargas dos vasos sanitários e, apenas após tal utilização, será descarregada na rede pública de esgotos. (PARANÁ, 2003).

Em São Paulo, a lei estadual N.º 12526 de 2 de janeiro de 2007 pronuncia:

“Estabelece normas para a contenção de enchentes e destinação de águas pluviais”.

Artigo 1º- É obrigatório a implantação de sistema para a captação e retenção de águas pluviais, coletadas por telhados, coberturas, terraços e pavimentos descobertos, em lotes, edificados ou não, que tenham área impermeabilizada superior a 500m² (quinhentos metros quadrados). (SÃO PAULO, 2007).

Existe ainda a norma NBR-15527, Água de chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos, instituída em setembro de 2007 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ela prevê, entre outras coisas, os requisitos para o aproveitamento da água pluvial coletada em coberturas de áreas urbanas e aplica-se a usos não potáveis em que as águas podem ser utilizadas após o tratamento adequado.

Diante de tais considerações, torna-se claro que o aproveitamento da água pluvial será um importante item na concepção de projetos de edificações. Sendo assim, a busca por idéias inovadoras que simplifiquem e tornem acessível o uso desses sistemas são indispensáveis para que a população tenha condições de implantá-lo.

3. NO BRASIL

O Nordeste brasileiro conta com programas governamentais para a construção de cisternas rurais, como é o caso do estado de Pernambuco. Trata-se do Programa Convivência com a Seca, prevendo entre diversas ações de infra-estrutura hídrica, a construção de 13.000 cisternas, localizadas nas Regiões do Sertão e Agreste do Estado onde a água é extraída da cisterna de forma mecânica, sem utilização de energia elétrica. (Azevedo Netto, 1991).

No sul do Brasil também é possível encontrar exemplos de aproveitamento de água das chuvas. Em Santa Catarina temos o primeiro uso comprovado da chuva no século XVIII, por ocasião da construção das fortalezas de Florianópolis. Na Fortaleza de Santo Antônio, situada na pequena Ilha de Ratones, sem fonte de água, foi construída uma cisterna que coletava a água dos telhados e que era usada para fins diversos, inclusive para o consumo das tropas (RAMOS, 1983).

Em Joinville, um Hotel consegue aproveitar a água da chuva sem utilização de energia elétrica, pelo fato de que a conformação dos telhados da cobertura permite que a reserva da água da chuva seja feita logo abaixo da área de captação.

4. CONSUMO DOMÉSTICO DA ÁGUA

Segundo YASSUDA & NOGAMI (1976) e AZEVEDO NETTO et al (1998), o consumo da água é influenciado por fatores tais como: clima, padrão de vida da população, tamanho da cidade, hábitos da população, sistema de fornecimento e cobrança, custo da água entre outros. Em termos de tamanho, quanto maior população em cidade, maior consumo. Esta tendência pode se encontrar em países pequenos. No caso de países grandes como Brasil, outros fatores acima mencionado tais como hábitos, clima etc., influenciam significativamente no consumo (Tabela 1).

Tabela 01: Consumo de água no Brasil.[pic 1]

Fonte: Azevedo Netto et. al (1998).

Dentro dos valores de consumo diário por habitante estão contabilizadas as perdas e desperdícios. Visando minimizar os desperdícios e buscando um produto diferencial, as empresas fabricantes de produtos de uso sanitário como torneiras, registros, válvulas de descarga, etc., sentem-se pressionadas pelo mercado,

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