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Krafterra : Tijolo sustentável

Por:   •  1/11/2018  •  3.547 Palavras (15 Páginas)  •  363 Visualizações

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Palavras chaves: Construção Civil, Kraft, Sustentabilidade, Tijolo Ecológico, Reutilizar. 5

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1. INTRODUÇÃO

O sistema capitalista há muitas décadas deixou de ser apenas econômico e foi incorporado ao estilo de vida da maior parte da população ocidental. Sendo assim, a mentalidade capitalista dominou o ser humano com pouco senso crítico em relação ao consumo, uma vez que muitos têm a ambição de adquirir cada vez mais, a fim de alcançar um status relevante, seja ele social ou econômico, e não por necessidade vital. As indústrias, cuja principal força motriz é o lucro, preferem confeccionar produtos com vida útil curta ao invés de um mais duradouro, para que o consumidor se sinta obrigado a substituir tal objeto por um novo, assim o faturamento anual dela será maior. Porém, o consumo abusivo é ambientalmente desvantajoso. Por muitos séculos a humanidade explorou da natureza sem a consciência de que os recursos dela são finitos. Portanto, é necessário que a indústria passe a fabricar seus produtos de modo sustentável.

A indústria da construção civil é necessária para a humanidade e é um dos indicadores de desenvolvimento da economia de um país.

Apesar disso, nessa prática inerente ao ser humano contemporâneo, há impactos ambientais negativos, como poluição em diversos âmbitos, e o consumo de recursos naturais, muitos dos quais são finitos.

Desde o protocolo de Kyoto, documento do qual os países se comprometiam em diminuir a emissão de dióxido de carbono no ar, a preocupação ecológica tornou-se cada vez mais comum, de tal maneira que a sustentabilidade é uma das palavras que marcam a busca dos seres humanos no século XXI.

Uma das alternativas existentes no Brasil na área da construção civil, foi o uso de tijolo ecológico. Por mais que ele seja melhor que o tijolo convencional, é necessária a queima para sua confecção, e nesse processo há liberação de gases. Portanto, esse trabalho sugere a confecção e uso de tijolo a base de papel Kraft, pois ele gera menor agressão ao ambiente, é mais flexível e barato que os demais já existentes no mercado.

De acordo com a pesquisa realizada em Brasília, pelo professor Márcio Buson da faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU/UNB) a confecção desse novo tipo de tijolo reaproveitaria o saco de cimento que é um 6

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utensilio indispensável para a construção civil dos moldes atuais. Sendo assim, daria a oportunidade a muitas famílias que sobrevivem graças à coleta de materiais recicláveis. Portanto, além de ser um benefício para o meio ambiente, por não ter seus recursos ainda mais explorados, tampouco pela ausência de emissão de gases poluentes, tal tijolo tem a capacidade de melhorar a renda e de gerar empregos fixos nesse sentido.

A produção envolve seis etapas, que são complexas. Após estar pronto, o tijolo apelidado de Krafterra foi submetido à testes que avaliaram a resistência a impactos mecânicos e ao fogo. Os resultados foram surpreendentes, uma vez que a qualidade nesses aspectos superou a existente nos tijolos tradicionais, ou seja, a vantagem em se usar tijolo a base de papel Kraft é maior do que o esperado. Além disso, segundo afirmam alguns empresários na área de construções sustentáveis, o Krafterra pode ser utilizado para construções de casas populares pelo fato de sair mais barato, economicamente falando, do que os outros tijolos comuns.

No entanto, os testes de absorção de umidade evidenciaram a desvantagem de tal produto, pois obteve altos níveis de absorção, o que não é positivo para a estabilidade da construção civil. Felizmente, foi desenvolvida a solução para tal problema, e ela é simples. A seiva da babosa, vegetal simples, foi adicionada na massa do tijolo em produção e fez com que o Kraft deixasse de absorver muita água, tornando-se ideal para a estabilidade da construção civil.8

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Resíduos sólidos causados pela construção civil

O crescimento populacional e desenvolvimento de grandes centros urbanos dificultaram o gerenciamento dos resíduos gerados pela construção civil, consideram grande aumento de volume e massa, principalmente após 1980. Os problemas se caracterizavam por escassez de área de deposição de resíduos causadas pela ocupação e valorização de áreas urbanas, altos custos sociais no gerenciamento de resíduos, problemas de saneamento público e contaminação (JOHN, 1999; JOHN 2000; BRITO, 1999; GÜNTHER, 2000; PINTO, 1999).

Segundo Flores (2010), a construção civil é responsável pela maior geração de resíduos da sociedade, com volume até duas vezes maior que o lixo sólido urbano. Dentre os resíduos gerados temos: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metas, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, papel Kraft e outros.

Como afirma Morelli (2009) muitos dos resíduos sólidos podem ser reciclados e reutilizados na construção civil, mas seria de grande necessidade uma coleta seletiva das matérias para uma destinação correta, tornando mais simples e viável a produção de novos materiais.

2.2 Contaminação causada pelos resíduos

Segundo Rosa (2002) os resíduos sólidos industriais perigosos constituem uma categoria especifica, já que devido a sua quantidade, concentração, ou características físicas, químicas ou infecciosas podem causar um aumento da mortalidade ou um aumento de doenças graves irreversíveis ou reversíveis que produzem invalidez, ou contribuir significativamente para isto; podem também pôr em risco potencial à saúde humana ou ao meio ambiente quando são tratados, armazenados, transportados, eliminados ou manejados em forma indevida (OMS). 9

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Também devemos ressaltar que, como afirma Agopyan e John (2003) que os resíduos de construção e demolição são considerados não inertes, devido ao seu PH e dureza da água absorvida. Devido a

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