Manifestações Bucais por ação Hormonal

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A avaliação odontológica da gravida deve iniciar com anamnese criteriosa e o plano de tratamento deve ser discutido com o obstetra da paciente. Associado a programa preventivo com orientações inclusive nutricionais a paciente deve ser suficientemente esclarecida para o objetivo mais importante do tratamento: conseguir um ótimo nível de higiene oral, a melhor época para o atendimento é o segundo trimestre de gestação, nos demais existem fatores de organogênese e condições da grávida (risco de aborto), o cirurgião dentista deve atentar inclusive para forma de atendimento da paciente, não recomenda-se atendimento prolongado na cadeira pois pode ocorrer a síndrome hipotensiva supina.

3.5 Manifestações bucais na menopausa

A falência ovariana característica dessa fase, causada pela ausência de folículos ovulatórios e a consequentes queda de concentrações de esteroides sexuais, as mulheres apresentam alterações sistêmicas e alterações bucais importantes tem sido relatadas.

A boca seca característica na menopausa é explicada, na referência base para este trabalho, pela relação entre glândulas salivares que são normalmente estimuladas pelos estrôgenios, mas para Edgar (1992, apud AZEVEDO, 2008, p. 21) influências hormonais podem alterar a composição da saliva, mas não são responsáveis por sua secreção. Bem como a explicação fisiológica, encontrada em literatura, para a secreção de saliva refuta também essa ideia, ao estabelecer que: é regulada, principalmente, pelo sistema nervoso autônomo, ao contrário das outras secreções do sistema gastrintestinal, que têm regulação neuro-hormonal. Alguns hormônios, como o antidiurético (VASOPRESSINA) e a ALDOSTERONA, podem afetar a composição da saliva, diminuindo a secreção de Na+ e elevando a de K+, mas estes hormônios também não regulam o fluxo salivar.

A falta de estrogênios causa atrofia da mucosa gengival denominada gengivite descamativa em que ocorre descamação do epitélio e diminuição da queratinização, de forma semelhante ao que ocorre no epitélio vaginal que também tem influência dos estrogênios. A deficiência estrogênica na menopausa é o maior fator patogênico de desenvolvimento de osteoporose na mulher pós menopausa, a osteoporose provoca perda da crista óssea alveolar nessas mulheres e pode ser acelerada se associada a doenças periodontais. A terapia de reposição estrogênica parece ter efeito protetor para o periodonto, limitando a perda de inserção do dente ao osso.

Ação dos estrogênios nas células ósseas é importante para tratamentos ortodônticos. Foi demonstrado que a movimentação, decorrente de uma força aplicada, é maior na segunda fase do ciclo quando as concentrações de estradiol no plasma são menores do que as encontradas durante a fase folicular. Assim o tratamento ortodôntico em mulheres com deficiência estrogênicas deve receber a devida atenção, uma vez que a força aplicada deve ser menor do que em mulheres com concentrações normais de estrogênio.