TRATAMENTO NUTRICIONAL DE INDIVÍDUOS DISLIPIDÊMICOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS
Por: Ednelso245 • 3/3/2018 • 4.544 Palavras (19 Páginas) • 483 Visualizações
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A dislipidemia no diabético pode estar associada à síndrome metabólica (SM) e pelo somatório de múltiplos fatores de risco, exige uma abordagem terapêutica rigorosa devido ao impacto deletério sobre a qualidade de vida e risco cardiovascular (ALMEIDA et al. , 2007).
Os principais fatores de risco da DM são idade, sedentarismo, hábitos alimentares inadequados, excesso de peso levando à obesidade, tabagismo, hiperglicemia, hipertensão (HTA) e dislipidemia (MONTEIRO; ROSÁRIO; TORRE, 2007).
O DM pode ser descrito como uma condição crítica, com alto impacto individual e coletivo quando relacionado com as DCV. Clinicamente, a DM é responsável pelo aumento dos riscos de desenvolvimento de problemas circulatórios, sendo que até 80% dos indivíduos com DM provavelmente terão doenças macrovasculares e poderão até morrer pela ocorrência das mesmas (FURTADO; POLANCZYK, 2007).
O DM II ocorre por uma disfunção metabólica heterogênea, estando associada a insulinoresistência, já o diabetes mellitus tipo I é caracterizado pela insulinopenia devido à destruição auto-imune das células beta (ALVES; VEIGA; SOUZA, 2007). Uma das principais alterações metabólicas associadas a DM II é a dislipidemia, sendo esta a principal causa de óbitos na DM II (TORRE, 2005).
A resistência insulínica (RI) e o DM II são geralmente caracterizados pela diminuição do HDL-c e o aumento de triglicerídeos (TG) plasmáticos, ocorrendo isto por causa das modificações das atividades de algumas enzimas que participam do metabolismo e remodelação dessas lipoproteínas (ALMEIDA et al. , 2007).
A dislipidemia é caracterizada pelo aumento das concentrações plasmáticas dos TG e também pela diminuição dos níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL-c) (TORRE, 2005).
A lecitina colesterol acil-transferase (LCAT) faz esterificação do colesterol livre, sendo assim, estes ésteres fazem com que haja o aumento das lipoproteínas HDL-c, porém no DM II a atuação dessa enzima está alterada (ALMEIDA et al. , 2007).
O DM II ou também chamado de não insulino-dependente é uma das doenças crônicas mais comuns em clínica médica e está frequentemente associada à SM, que se caracteriza por resistência à insulina, obesidade andróide ou central, dislipidemia e hipertensão arterial. O tratamento do DM II deve ter como base o controle glicêmico, com dietoterapia, sendo esta hipocalórica, aumento da prática de atividades físicas e/ou o uso de medicamentos (MONTEIRO et al. 2006).
Determina-se SM como fatores de risco lipídicos e não lipídicos, sendo inclusa a dislipidemia aterogênica, obesidade no abdômen, hipertensão arterial, insulino-resistência e estados pró-trombótico e pró-inflamatório, sendo esta SM responsável pela maior incidência de DM II (MONTEIRO et al. 2006).
Os indivíduos portadores de dislipidemias devem ter uma dieta balanceada, principalmente a composição lipídica da dieta. As gorduras saturadas, colesterol, proteínas animal e vegetal, fibras e compostos fotoquímicos podem promover alterações nos níveis sanguíneos de colesterol e triglicerídeos (SIMONE et al. 2007).
Um fator muito importante para regulação do perfil lipídico é o exercício físico (SIMONE et al. 2007). Os fatores de risco em relação a indivíduos com obesidade são diminuídos quando este perde peso, reduzindo assim os casos de doenças cardiovasculares e melhora do índice da glicemia, sendo indicada a perda moderada que é de 7 – 10% do peso corporal em 6 meses a 1 ano (FURTADO; POLANCZYK, 2007).
O objetivo do presente estudo é levar o conhecimento à população adulta através de informações atuais e uma linguagem clara, expondo como o tratamento nutricional em indivíduos com diabetes de mellitus tipo II associada a dislipidemia é imprescindível para a sobrevivência e melhoramento da qualidade de vida desse grupo.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente estudo se trata de uma revisão de literatura do tipo qualitativa. As palavras chave utilizadas para a pesquisa são: dislipidemias, dieta, diabetes mellitus tipo II, diabetes mellitus tipo I, doenças cardiovasculares, tratamento nutricional.
A busca resultou em 17 artigos, onde nesta foram cruzados as palavras chave, onde as que foram utilizadas na pesquisa tratavam dos assuntos de diabetes mellitus associado à doenças cardiovasculares e dislipidemia, focavam a nutrição no diabetes mellitus e dislipidemia assim como os fatores de risco para as duas patologias e também o tratamento farmacológico que não foi abordado neste artigo. A palavra chave diabetes mellitus tipo I foi utilizada apesar de não fazer parte na íntegra dos objetivos desta revisão, pois é necessário que se faça distinção e informe-se a diferença do diabetes mellitus tipo I e II.
Para a realização deste estudo foram coletados dezessete artigos científicos retirados de sites reconhecidos, como Scielo Brasil, apcg.pt, spc.pt, puc-campinas.edu.br, rbne.com.br, apps.einstein.br, saunut.com.br e google acadêmico, sendo estes dos últimos seis anos e utilizado um livro. Optou-se pela utilização de materiais publicados a partir do ano 2004 até o mais atual, que foi o ano de 2008.
DIABETES MELLITUS
O diabetes é uma doença crônica extremamente presente, afetando atualmente aproximadamente 171 milhões de indivíduos em todo mundo e com projeção de alcançar 366 milhões de pessoas no ano de 2030, pulando a prevalência de 2,8% em 2000 para 4,4% (LYRA, 2006).
DIABETES MELLITUS TIPO I E SUA RELAÇÃO COM AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
O DM I é a endocrinopatia mais comum na infância e na adolescência. A prevalência de sobrepeso e/ou obesidade com aumento de gordura visceral e dislipidemia nesses indivíduos pode contribuir para um maior risco de desenvolvimento de complicações macrovasculares, diferentemente dos portadores de DM II, onde os fatores de risco cardiovasculares estão definidos (ARCANJO et al. , 2005).
Os principais tipos de diabetes são o tipo I e II, sendo ambas caracterizadas por deficiente ação da insulina, porém, os mecanismo que causam essa deficiência são diferentes para as duas. No DM I ocorre destruição das células beta, impossibilitando a produção insulínica, já no DM II o que ocorre é o hiperinsulinismo como resultado da RI (ALVES; VEIGA; SOUZA, 2007).
Não se tem muita informação sobre a absorção e síntese do colesterol no DM I e também não se sabe ao certo a prevalência da dislipidemia em crianças e adolescentes que
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