ROTEIRO ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS
Por: Sara • 27/11/2018 • 8.803 Palavras (36 Páginas) • 318 Visualizações
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Obstrução Linfática: sua deficiência resulta no linfedema que é normalmente localizado; suas causas incluem inflamação crônica com fibrose, tumores malignos invasivos, alterações físicas, danos por radiações e alguns agentes infecciosos. Um exemplo importante é observado em infecções parasitárias por filaríase, em que a obstrução linfática ocorre devido à extensa fibrose linfática na região inguinal e dos linfonodos, podendo resultar em edema de membros inferiores e dos órgãos genitais externos, que é tão grave, que recebe a nome de elefantíase.
5. Descreva a sequência de eventos que levam ao edema sistêmico, associado à insuficiência cardíaca, insuficiência renal, desnutrição, síndrome nefrótica, dentre outras.
A insuficiência cardíaca causa o aumento da pressão hidrostática dos capilares e diminuição do fluxo sanguíneo renal; o aumento da pressão hidrostática ocasiona o edema e a diminuição do fluxo sanguíneo renal leva a uma ativação do sistema renina-angiotensina que associado a insuficiência renal causa a retenção de sódio e água, aumentando o volume sanguíneo e causando o edema. Outros fatores como desnutrição, diminuição da síntese hepática ou síndrome nefrótica podem levar à diminuição da albumina plasmática, ocasionando a diminuição da pressão osmótica plasmática e causando o edema.
6. Quais as características morfológicas do edema, descrevendo em diferentes órgãos e tecidos do organismo.
O edema é facilmente reconhecido macroscopicamente; microscopicamente, apresenta-se como clareamento e separação da matriz extracelular e um discreto aumento celular. Ainda que qualquer órgão ou tecido possa estar envolvido, o edema é mais comumente observado nos tecidos subcutâneos, nos pulmões e no cérebro. O edema subcutâneo pode ser difuso ou pode ser mais evidente em regiões com alta pressão hidrostática. Na maioria dos casos, a distribuição é influenciada pela gravidade, sendo denominado de edema dependente. A pressão digital sobre o tecido subcutâneo edematoso desloca, substancialmente, o fluido intersticial e deixa uma depressão, um sinal chamado de edema com cacifo.
O edema resultante de uma disfunção renal pode afetar todas as partes do corpo e muitas vezes manifesta-se inicialmente nos tecidos com uma matriz de tecido conjuntivo frouxo (p. ex., as pálpebras); desta forma, o edema periorbital é um aspecto característico na doença renal grave. No edema pulmonar, os pulmões apresentam duas a três vezes o seu peso normal. O edema cerebral pode ser localizado ou generalizado, dependendo da natureza e da extensão do processo patológico ou da lesão. No edema cerebral generalizado, o cérebro é excessivamente expandido, com sulcos estreitados; os giros distendidos mostram evidências de compressão contra o crânio inflexível.
HIPEREMIA E CONGESTÃO
1. Conceito de Hiperemia.
A hiperemia é um processo ativo resultante da dilatação arteriolar (p. ex., como no músculo esquelético durante o exercício ou nos locais de inflamação), levando a um aumento do fluxo sanguíneo.
2. Aspecto clínico da Hiperemia.
O tecido afetado torna-se vermelho (eritema) devido ao congestionamento dos vasos com sangue oxigenado.
3. Descreva as condições fisiológicas e patológicas que levam ao eritema.
Fisiológica: mucosa do trato gastrointestinal, exercícios (músculos esqueléticos), exposição ao calor, emoções fortes, bloqueadores de canal de cálcio.
Patológica: várias doenças como inflamação aguda, em queimaduras, alergias.
4. Conceito de Congestão.
A congestão é um processo passivo resultante da redução do fluxo sanguíneo em um tecido, podendo ser sistêmica, como na insuficiência cardíaca, ou local, como na obstrução venosa isolada. Ou seja, aumento do volume de sangue em uma região por intensificação do aporte sanguíneo ou diminuição do escoamento venoso.
5. Aspecto clínico da congestão.
Na congestão aguda: o órgão fica pesado, logo há um aumento desse órgão, e os vasos ficam distendidos. Já na crônica, o órgão fica hipotrófico e é observável a presença micro-hemorragias antigas.
Os tecidos com congestão apresentam uma cor que varia do vermelho-escuro ao azul (cianose), devido à estase dos glóbulos vermelhos e ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada.
6. Consequências da congestão.
Com frequência, a congestão leva ao edema, como resultado do aumento do volume e da pressão. Na congestão passiva crônica de longa duração, a ausência de fl uxo sanguíneo causa hipóxia crônica, resultando em lesão tecidual isquêmica e cicatrização. A ruptura dos capilares na congestão crônica pode, também, causar pequenos focos hemorrágicos com subsequente catabolismo de glóbulos vermelhos extravasados, que pode resultar em pequenos agrupamentos de macrófagos carregados de hemossiderina.
7. Características morfológicas micro e macroscópicas da congestão em diferentes tecidos e órgãos.
A superfície de corte de tecidos com congestão mostra muitas vezes alteração da cor, devido à presença de altos níveis de sangue pouco oxigenado.
A congestão pulmonar aguda apresenta microscopicamente capilares alveolares congestionados e, com frequência, edema septal alveolar e hemorragia intra-alveolar focal.
Na congestão pulmonar crônica, os septos estão espessados e fibróticos e os alvéolos contêm, muitas vezes, numerosos macrófagos carregados de hemossiderina que são chamados de células da insuficiência cardíaca.
Na congestão hepática aguda, a veia central e os sinusoides estão distendidos; os hepatócitos centro lobulares podem estar bastante isquêmicos, enquanto os hepatócitos periportais que são mais bem oxigenados devido à proximidade com as arteríolas hepáticas), podem desenvolver apenas uma alteração gordurosa.
Na congestão hepática passiva crônica, as regiões centrolobular apresentam uma cor intensa que varia do vermelho ao marrom e estão levemente deprimidas (devido à morte celular), destacando-se das zonas circunjacentes do fígado não congestionado e com cor que varia do amarelo ao castanho (fígado em noz-moscada). Microscopicamente, observam-se hemorragia
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