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A Doença Cardiovascular

Por:   •  13/2/2018  •  2.499 Palavras (10 Páginas)  •  483 Visualizações

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A promoção da saúde é definida pela Carta de Ottawa (1ª Conferência Internacional de Saúde) como “o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo”. A elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis, a criação de ambientes favoráveis à saúde, o reforço da ação comunitária, o desenvolvimento de habilidades pessoais e a reorientação do sistema de saúde são os cinco principais temas abordados e definidos na Carta de Ottawa (3).

3.2 Cardiopatias

As doenças cardiovasculares (DCV) constituem um grupo de doenças relacionadas ao coração e aos vasos sanguíneos, entre elas a doença cardíaca coronariana relacionada aos vasos sanguíneos que irrigam o músculo cardíaco, o acidente vascular cerebral que afeta os vasos do cérebro, a doença arterial periférica que afeta os membros inferiores e superiores, a doença cardíaca congénita que se trata de uma má formação do coração no nascimento entre outras. (1)

A principal característica presente nas doenças cardiovasculares é a aterosclerose, acúmulo de placas de gorduras nas artérias ao longo dos anos que bloqueia a passagem do sangue, reduzindo a nutrição e oxigenação dos tecidos que entram em colapso. (4)

A aterosclerose é a causa adjacente de diversas formas de doenças cardiovasculares e a evolução clínica depende da localização do problema, se localizado nas artérias coronárias pode causar angina ou dor no peito e morte súbita, nas artérias cerebrais causa acidentes cardiovasculares encefálicos e ataques isquêmicos transitórios e na circulação periférica causa claudicação intermitente, isquemia e gangrena. A dislipidemia se caracteriza por um perfil lipídico sanguíneo irregular e aumenta o risco do aparecimento da aterosclerose e envolvem altas concentrações de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e baixas concentrações de lipoproteínas de alta intensidade (HDL), somado ao perfil de colesterol total e triglicerídeos. (5)

3.2.1 Fatores de risco

Fatores de risco são aqueles que podem aumentar a ocorrência de DCV, e o controle adequado desses fatores é a principal ferramenta de prevenção. De acordo com as taxas de mortalidade, o aumento da idade aumenta o risco de doença arterial coronariana, nos homens o risco aumenta a partir dos 45 anos e nas mulheres 55 anos (5).

Antecedentes familiares de DCV são um forte fator de risco, principalmente quando os indivíduos afetados apresentam idade inferior aos do grupo de risco (homens com menos de 45 anos e mulheres 55 anos). A baixa dos níveis de estrogênio endógeno por conta da menopausa ou intervenção cirúrgica nas mulheres está relacionada ao aumento do risco de doença cardiovascular, pois o estrogênio confere proteção contra lesões vasculares. A queda de estrogênio também está relacionada ao aumento do LDL e triglicerídeos e redução do HDL (5).

A hipertensão arterial sistêmica é caracterizada pela pressão arterial continuamente elevada (pressão arterial sistólica (PAS) acima de 120 mmHg e pressão arterial diastólica (PAD) acima de 80mmHg). Os indivíduos que apresentam pré-hipertensão apresentam PAS entre 120 e 139 mmHg ou PAD entre 80 e 89 mmHg apresentam alto risco de desenvolver hipertensão arterial sistêmica e consequentemente doenças cardiovasculares (5).

O diabetes melito é uma das patologias ligadas às DCV e é considerado um fator de risco, e em qualquer uma de suas formas aumenta o risco de doença arterial coronariana com grande ocorrência em idades mais jovens levando à morte por DCV na maioria dos casos (5).

Os principais indicadores sanguíneos a serem levados em consideração quando se trata de risco às DCV são LDL, HDL, colesterol total e triglicerídeos e ambos tem relação aos hábitos alimentares. O tabagismo é um dos maiores agravantes no risco de DCV. O crescimento do risco de DCV e acidente vascular encefálico relacionado ao tabagismo são reconhecidos há mais de 40 anos e está diretamente ligada a casos de eventos coronarianos agudos como trombos e arritmias. O tabaco também provoca aterosclerose subclínica aumentando o risco de diversas DCV(5).

O sedentarismo está relacionado diretamente à obesidade, e a obesidade ligada a inúmeros fatores agravantes no quadro de DCV.O exercício físico contribui para uma boa saúde, pois retarda a aterogênese, aumenta a vascularização do miocárdio, aumenta a fibrinólise, aumenta o HDL, melhora a tolerância à glicose e a sensibilidade à insulina, auxilia no controle de peso e controle da pressão arterial (5).

O estresse gera uma resposta neuro-hormonal no organismo que causa aumento da frequência cardíaca, na pressão arterial e excitabilidade cardíaca. Segundo o estudo INTERHEART[1] os efeitos do estresse são comparáveis ao da hipertensão arterial (5).

Os hábitos alimentares estão diretamente relacionados ao risco de DCV, e uma dieta pobre nutricionalmente agrava esse quadro, uma dieta pobre é caracterizada por alto valor calórico, alta ingestão de gorduras saturadas, pobre em micronutrientes e com alta ingestão de álcool (5).

3.3 Transição da mortalidade por DCV no Brasil nos últimos 30 anos

Segue abaixo um estudo ecológico com as taxas de mortalidade por doenças isquêmicas do coração (DIC) e doenças cerebrovasculares (DCBV) no Brasil divididos por região. Esses dados foram obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde no período de 1980 a 2012.

[pic 1]

Os resultados do estudo mostra uma queda nos marcadores com o passar das décadas no Brasil de um modo geral. Os resultados mostram uma redução na diferença entre os coeficientes de mortalidade por DIC e DCBV, de 12,6 por 100 000 habitantes em 1980 para –3,4 por 100 000 habitantes em 2012. Isso significa que, em 1980, as DCBV eram 12,6 pontos mais prevalentes do que as DIC, e que essa relação inverteu-se de modo que, em 2012, passaram a ser 3,4 pontos menos prevalentes do que as DIC. De forma geral, quanto às regiões, o Sudeste e o Sul apresentaram os maiores coeficientes de mortalidade para os dois grupos de doenças, e as regiões Norte e Nordeste apresentaram as menores taxas (6).

No Brasil a doença cardiovascular que mais acomete a população é o Acidente Vascular Cerebral (AVC), sendo a principal causa de incapacidade em todo mundo. Cerca de 70% das pessoas que sofrem um AVC não retornam às atividades do trabalho

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