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Dermatite Alérgica à Picada de Pulga em Cães

Por:   •  18/11/2017  •  2.092 Palavras (9 Páginas)  •  423 Visualizações

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que essas pulgas podem colocar até 2.000 ovos durante sua vida (FERNANDES, 2014).

Durante o repasto sanguíneo, as pulgas depositam saliva na epiderme contendo substâncias anticoagulantes. A proteína que se encontra na saliva da pulga ativa o sistema imunológico do cão que manifesta a alergia a lutar contra essa proteína e assim desencadeiam-se os sintomas (ALVES, 2012).

Apenas animais alérgicos manifestam a doença. Não é fácil encontrar pulgas em cães alérgicos e a explicação é que somente uma pulga que pica o animal pode provocar a alergia. Geralmente encontramos apenas as fezes das pulgas (ALVES, 2012).

Os caninos podem desenvolver a DAPP em qualquer fase da vida, porém, é difícil apresentarem sinais clínicos abaixo dos seis meses de idade. Normalmente a fase mais comum de manifestação é de três a cinco anos de idade (SILVA, 2007).

4.3 SINAIS CLÍNICOS

A DAPP diferencia-se-se por uma dermatite pruriginosa papular. A picada da pulga leva à formação de uma erupção ou uma pápula que permanece por até 72 horas (SILVA, 2007).

Prurido intenso, alopecia localizada ou generalizada, inflamação ou infecção na epiderme, crostas e odor forte na pele quando a infecção já está agravada (RISTOW, 2012).

O prurido intenso provoca lesões secundárias como escoriações, ferimentos com excreção sanguinolenta e crostas. Os cães tentam aliviar o prurido lambendo ou mordendo as áreas atingidas (ALVES, 2012).

Também podem ocorrer secundariamente a piodermite superficial e otite externa (FERNANDES, 2014).

O desenvolvimento de hipotricose e alopecia acometem especialmente a área das costas, abdômen, região lombar e cauda. Porém, podem afetar uma área qualquer ou generalizar. Na maioria dos cães desenvolve-se a dermatite úmida aguda, em decorrência da coceira (ALVES, 2012).

Pode acontecer também dermatite piotraumática, seborreia e piodermite bacteriana secundária e nódulos fibropruriginosos além da pigmentação das áreas acometidas em casos crônicos (SILVA, 2007).

4.4 DIAGNÓSTICO

Anamnese, histórico e exame físico. Mas, a confirmação se dá pelo teste laboratorial por meio da detecção de IgE específica em um ensaio sorológico semi-quantitativo pelo método ELISA (Teste Alérgico) (RISTOW, 2012).

O diagnóstico se dá por meio ao tipo de lesão apresentada, que é muito sugestiva, vestígios de pulgas ou dejetos. O teste intradérmico mostram reações imediatas em 90% dos pacientes alérgicos, mas manifestações tardias podem ocorrer em pacientes que não demonstram reações imediatas (FERNANDES, 2014).

Os achados de fezes de pulgas é um bom indício de que exista uma infestação ocorrendo no paciente e no ambiente (SILVA, 2007).

A morfologia e distribuição das lesões, a presença de pulgas ou de seus dejetos também são indicativos importantes, porém a sua ausência não evita o diagnóstico, porque banhos atuais podem retirar as pulgas e suas fezes (RISTOW, 2012).

Geralmente a DAPP tende a se agravar com o avanço na idade do cão (SILVA, 2007).

4.5 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Dermatopatias como, por exemplo, a atopia, hipersensibilidade alimentar, ectoparasitoses como a escabiose, queiletielose, pediculose e demodicose, piodermatite superficial, dermatofitose e dermatite por Malassezia. (AMARAL, 2011).

Dermatite atópica, sarna sarcóptica, reação à drogas, pediculose, hipersensibilidade a parasita intestinal e foliculite bacteriana (FERNANDES, 2014).

4.6 TRATAMENTO

Depois de diagnosticada, a principal atitude à tomar é prevenir a exposição do paciente com as pulgas. Quando se realiza um controle eficaz de combate as mesmas, mais de 90% dos casos podem ser controlados sem tratamento oral. Caso não se atinja um controle adequado da infestação, é necessária a administração de fármacos via sistêmica para controle da alergia (BIRCHARD & SHERDING, 2008).

O tratamento sistêmico com reguladores de crescimento das pulgas de uso oral age de maneira exclusiva contra os estágios imaturos, apresentando ação insuficiente sobre as pulgas adultas. Com isso, em eventos de grande infestação, é aconselhado usar simultaneamennte um adulticida tópico (AMARAL, 2011).

Fipronil de 10-15 mg/kg, em spray, a cada 2-8 semanas (MUELLER, 2007).

O tratamento dos sintomas alivia o prurido ocasionado pela reação alérgica. Por isso, a administração de corticoesteróide por via oral comumente é satisfatória, desde que a infestação pelas pulgas encontrar-se controlada.

Prednisona / prednisolona na dose de 1 mg/kg/dia, PO, por 5 a 7 dias e após se houver necessidade, em dias alternados (AMARAL, 2011).

Anti-histamínicos podem ser associados aos corticosteroides. Caso os corticosteroides não demonstrem o efeito desejado ou se trate de um caso com infestação ou sinais clínicos severos, medicamentos a base de acidos ômega 3 e 6 associados ao anti-histamínico podem produzir efeitos melhores (FERNANDES, 2014).

O tratamento tópico com shampoos ou produtos para banhos não são muito eficientes na eliminação das pulgas. Normalmente são retiradas do corpo do animal antes de terem agido sobre as pulgas possuindo uma ação residual insuficiente ou inexistente. O uso de colares anti-pulgas, também não causam um controle apropriado em casos de grandes infestações (AMARAL, 2011).

Devido ao fato de que grande parte dos ovos, larvas e pupas permanecerem no ambiente, é de extrema importância a higienização destes. As larvas se movimentam no ambiente e apresentam fototaxia negativa, por isso deve-se ter bastante atenção com fendas atrás das portas e embaixo dos móveis (BIRCHARD & SHERDING, 2008).

O tratamento e a limpeza do ambiente deve ser realizado com aspirador de pó, esse método tem se demonstrado o mais eficiente para acabar com as pulgas adultas do solo e também diminui a quantidade de ovos e larvas dos tapetes e carpetes. Este método causa a elevação dos filamentos permitindo a entrada do pulguicida até nos lugares onde se encontram com frequência as larvas de pulgas. Encontram-se hoje vários produtos para o tratamento do ambiente, onde a maioria tem uma excelente ação residual que pode durar de 2 a 3 meses (AMARAL, 2011).

Em residências onde existam carpetes e tapetes, produtos à base de borato são extremamente seguros e eficientes devido à sua ação residual que

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