RELAÇÃO ENTRE GENÉTICA E A CTSA NO CERRADO
Por: Hugo.bassi • 27/8/2018 • 1.514 Palavras (7 Páginas) • 316 Visualizações
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A diversidade genética é variação hereditária devida à constituição genética dos indivíduos de uma população, sendo responsável por parte das suas diferenciações fenotípicas (TORRES et al. 2000). Para conservação da diversidade genética, é necessária a proteção dos ecossistemas, pois a redução no tamanho das populações frequentemente afeta sua estrutura genética (MOURA, 2007). Para ecossistemas de alta diversidade de espécies, tais como as florestas tropicais, onde é praticamente impossível estudar todas do ponto de vista genético, a escolha das espécies passa a ter cada vez mais importância, principalmente para interpretar a comunidade e extrapolar os resultados para espécies com características semelhantes (KAGEYAMA et al. 2003). Os estudos relativos à organização da variabilidade ou estrutura genética em populações naturais de plantas têm permitido avanços no conhecimento dos processos microevolutivos envolvidos em sua diferenciação (REIS, 1996).
Relação de genética, cerrado e tecnologia:
A transformação genética é a transferência (introdução) de um ou vários genes em um organismo sem que haja a fecundação ou o cruzamento. Os organismos transformados geneticamente recebem o nome de transgênicos e os genes inseridos são denominados de transgenes. Estes organismos também são chamados de organismos geneticamente modificados (OGMs). Portanto, vegetais transformados geneticamente são chamados de plantas transgênicas. A principal vantagem para o melhorista no uso da tecnologia dos transgênicos é a possibilidade de transferência de características (genes) de plantas não relacionadas (ou seja, sexualmente incompatíveis) ou mesmo de animais e microorganismos. No melhoramento convencional, a troca de genes está limitada somente a espécies que são sexualmente compatíveis.
Para conhecer a estrutura genética de populações de plantas, é primordial conhecer a biologia reprodutiva da espécie. Sem dados de base, como se a espécie é alógama ou autógama, tipo de polinizador e tipo de dispersor, dentre outras informações em relação a biologia reprodutiva, pode-se conduzir o pesquisador a equívocos na hora de discutir os resultados.
O estudo da genética de populações pode auxiliar o pesquisador a elaborar planos de manejo e conservação a longo prazo, além de que o estudo do tamanho efetivo de populações pode indicar a área mínima viável para conservação genética de uma determinada espécie. Isso responde um dos maiores questionamentos dos conservacionistas: qual o tamanho da área a ser conservada?
Uma percentagem muito pequena da diversidade do Cerrado foi estudada. Apesar de o presente estudo apresentar apenas 15 espécies do Cerrado estudadas, já aponta para a necessidade de conservação do ambiente para manutenção da diversidade genética. Ressalta-se, enfim, a necessidade de estudos com mais espécies e mais compilações de trabalhos para registro e divulgação da necessidade da conservação de mais áreas de Cerrado.
Relação de genética, cerrado e sociedade:
Há no cerrado muitas plantas frutíferas, nativas ou subespontâneas, tais como: araticum-do-cerrado (Annona crassiflora Mart.), araçá (Psidium cattleianum Sabine), araçá-boi (Eugenia stipitata McVaugh), guamirim (Myrcia glabra (O. Berg) D. Legrand), araçá-roxo (Psidium myrtoides O. Berg), bacuri (Scheelea phalerata (Mart. ex Spreng) Burret), bacupari (Rheedia gardneriana Planch. & Triana), baru (Dipteryx alata Vogel), Cagaita (Eugenia dysenterica DC.), café-de-bugre (Cordia ecalyculata Vell.), figueira (Ficus guaranitica Chodat), fruta do lobo (Solanum lycocarpum A. St.-Hil), goiaba (Psidium guajava L.), jaboticaba (Myrciaria trunciflora O. Berg), jatobá (Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne), marmelinho (Diospyros inconstans Jacq.), pequi (Caryocar brasiliense Camb.), goiabeira (Psidium guajava L.), gravatás (Bromeliaceae), marmeleiro (Croton alagoensis Müll. Arg.), jenipapo (Genipa americana L.), ingá (Inga spp.), mamacadela (Brosimum gaudichaudii Trécul), mangaba (Hancornia speciosa Gomes), Cajuzinho do Campo (Anacardium humile A. St.-Hil.), pitanga do cerrado (Eugenia calycina Cambess.), guapeva (Fevillea trilobata L.), veludobranco (Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera). Essas frutíferas desempenham um papel ecológico primordial nos ecossistemas, pois servem como alimento para a fauna que, por sua vez, podem atuar como promovedoras do fluxo gênico das espécies consumidas.
As fruteiras nativas ocupam lugar de destaque no ecossistema do Cerrado e seus frutos já são comercializados em feiras e com grande aceitação popular (AVIDOS e FERREIRA, 2000). Surge, assim, mais uma ameaça às espécies do Cerrado, o extrativismo. Se consideradas comunidades tradicionais que vivem do uso dos produtos do ecossistema para sua sobrevivência, é necessário o estabelecimento de planos de manejo adequado para possibilitar o uso dos recursos naturais sem torná-los escassos no ecossistema. Uma das formas de verificar o impacto da ação do homem sobre o ambiente é a genética da conservação, pois permite, por meio de marcadores moleculares, um plano de conservação a longo prazo das espécies exploradas.
Relação de genética, cerrado e ambiente:
O termo Cerrado designa uma vegetação de fisionomia e flora próprias, classificada dentro dos padrões de vegetação do mundo como savana (EINTEN, 1994). Estende-se por uma área contínua no Brasil central (RIBEIRO e WALTER, 1998).
O domínio morfoclimático do Cerrado é a segunda maior região ecológica da América do Sul, cobrindo cerca de 1,5 a 1,8 milhões de quilômetros quadrados (AB’SABER,1977,1983: SILVA 1995). O clima é sazonal, com invernos secos e verão chuvoso (FRANCO, 2005). A estação seca pode durar até seis meses, quando a camada superficial do solo tende a secar, mas as camadas mais profundas mantêm-se úmidas durante todo o ano (EINTEN, 1972).
A vegetação do Cerrado, em seu sensu lato, não possui uma fisionomia única em toda a sua extensão, é bastante diversificada, apresentando desde formas campestres bem abertas, como os campos limpos de cerrado,
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