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DIABETES MELLITUS NA OBESIDADE

Por:   •  10/9/2018  •  7.374 Palavras (30 Páginas)  •  402 Visualizações

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Esta resposta hormonal faz os tecidos dependentes de insulina metabolizar os lipídeos ao invés dos carboidratos. Iniciam-se alguns processos catabólicos (lipólise, proteólise), e outros substratos (glicerol, alanina, lactato) é utilizado na síntese hepática de glicose (gliconeogênese), o que promove aumento do glicogênio hepático com posterior utilização (glicogenólise), logo, ocorre secreção de glicose pela célula hepática, agravando o quadro hiperglicêmico (ANDRADE, 2007; RODACKI, 2007).

A relação entre obesidade e diabetes mellitus tipo 2 é bem estabelecida, indivíduos com sobrepeso ou obesidade têm um aumento significativo do risco de desenvolver diabetes, risco este, cerca de 3 vezes superior ao da população com peso considerado normal (CNOP et al., 2002). Pois, conforme aumenta o nível de gordura de um indivíduo, também ocorre um aumento nos níveis glicêmicos, que dessa forma eleva o risco para desenvolver diabetes tipo 2 (GABBAY; CESARINI, 2003).

A adiposidade central, determinada por valores de circunferência abdominal, parece estar associada mais frequentemente à resistência à insulina, do que a distribuição centrífuga de gordura (obesidade periférica) (SILVEIRA, 2003). O mecanismo pelo qual o acúmulo de gordura intra-abdominal (visceral) causa resistência à insulina não está claro, embora existam hipóteses de que elevadas concentrações de ácidos graxos livres possam estar implicadas no processo, após essa síntese, os ácidos graxos podem ser enviados para a corrente sanguínea e, em seguida, absorvidos pelo tecido adiposo (CNOP et al.; GRECCO, 2002).

O acúmulo de ácidos graxos livres poderia iniciar uma cascata metabólica, resultando na inibição da enzima fosfofrutoquinase, e no acúmulo de glicose-6-fosfato dentro das células musculares, o que desregularia o transporte de glicose (PEREIRA et al., 2003; BALASUBRAMANYAM, 2002). É desta forma que, portanto, a obesidade está intimamente relacionada à diabetes tipo II. (PEREIRA et.al., 2003). Outro determinante de risco para o desenvolvimento potencial do diabetes quando a obesidade está centralmente distribuída, é a duração dessa obesidade, que aumenta com a idade e o histórico familiar de diabetes (OLIVEIRA & MILECH, 2004).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é caracterizada pelo acúmulo anormal ou excessivo de gordura, que deriva de um desequilíbrio entre a ingestão alimentar e o gasto de energia, um problema nutricional com componentes ambientais, comportamentais, socioeconômicos e genéticos, resultando no aumento corporal ou alternativamente como aumento da gordura corporal total; podendo levar ao comprometimento da saúde (MARQUES et al., 2001; CORBALAN et al., 2002). Assim, tem-se um acúmulo de energia que, por ação do hormônio insulina, é convertida a gordura (AFONSO, 2008).

Alguns estudos demonstram a ação da leptina, hormônio que atua na redução do consumo alimentar e no aumento do gasto de energia, no desenvolvimento da obesidade, devido a uma falha em seu receptor, diminuindo sua sensibilidade no organismo (FERREIRA, 2006).

A prevalência de diabetes aumenta em todo o mundo, tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento (LOIOLA, 2002). A maior parte dos casos é de diabetes mellitus tipo 2, com mais de 300 milhões de pessoas em todo mundo, que é fortemente associada com a diminuição da atividade física e obesidade. O DM2 é responsável por mais de 90% de todos os casos (MALECKAS et al., 2015).

O Diabetes Mellitus, é amplamente discutida e pesquisada no meio acadêmico, por ser uma doença crônica (SIMÕES et al., 2010). De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) essa enfermidade representa um considerável encargo econômico para o indivíduo e para a sociedade, especialmente quando mal controlada, sendo a maior parte dos custos diretos de seu tratamento relacionado às suas complicações, que comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos, e que, muitas vezes, podem ser reduzidas, retardadas ou evitadas. A progressiva ascensão das doenças crônicas, no Brasil, impõe a necessidade de uma revisão das práticas dos serviços de saúde pública, com a implantação de ações de saúde que incluam estratégias de redução de risco e controle a prevenção primária do Diabetes Mellitus do tipo 2 (PORTERO et al., 2003; PORTERO & CATTALINI, 2005). Acredita-se que em 2020, 80% das enfermidades nos países em desenvolvimento serão decorrentes desses distúrbios (SIMÕES et al., 2010).

O farmacêutico como educador na prevenção, detecção e adesão do paciente ao tratamento pode ser desempenhado, através de sua atuação, orientando o paciente nos mais diferentes aspectos da doença e, em particular, em relação ao uso racional de medicamentos, proporcionando assim, benefícios como redução significativa da glicemia, colesterol e triaciglicerol. Em vista disso, a Atenção Farmacêutica é uma ferramenta importante para o acompanhamento farmacoterapêutico, visto que o paciente diabético necessita ser amparado, pois esta é uma doença complexa, que envolve cuidados com esquema posológico, armazenamento de insulina, mudanças de hábitos de vida, entre outros cuidados (PLÁCIDO et al., 2009).

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 PREVALÊNCIA DO DIABETES MELLITUS

O Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo-se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em todo o mundo (BRASIL, 2006).

Estima ser uma doença que afeta 347 milhões de pessoas, sendo responsável por mais de 80% da mortalidade nos países de baixa e média renda. A alta incidência do DM na população brasileira acrescenta-se ao fato de ser um problema de grande importância social e de saúde pública do País (WHO, 2011).

Nos últimos anos o Diabetes Mellitus vem ganhando grandes proporções, cerca de 285 milhões de pessoas apresentam diabetes, correspondendo em torno de 90% destas acometidas pela DM2, estando o Brasil entre os 10 países com maior prevalência. (WILD et., al., 2004; SBD, 2011).

De acordo com a organização Mundial de Saúde (OMS) e a INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION definem que o número da população mundial acometida pelo Diabetes

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