Contabilidade de Custos - ABC
Por: Juliana2017 • 13/3/2018 • 3.093 Palavras (13 Páginas) • 385 Visualizações
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No final dos anos oitenta e início dos anos noventa, o sistema de custeio por
atividades tornou-se uma abordagem conhecida por contadores, gerentes de operações, promotores de seminários e projetistas de softwares, principalmente após a publicação de um artigo intitulado Measure cost right: make the right decision, 52 (COOPER E KAPLAN, 1988), onde os autores, segundo Bornia (2002), assumiram a paternidade do sistema de custeio por atividades.
Para Pamplona (1997), o sistema de custeio por atividades surgiu porque os sistemas tradicionais de custo não acompanharam a evolução da tecnologia nos processos de produção, o qual exige o uso de metodologias como o Just-in-time, Kaizen, TQC, tecnologias de automação e toda a informatização dos processos que necessitam de atividades de apoio para a execução, manutenção, controle e gerenciamento.
Motta (1997) exemplifica algumas dessas atividades, tais como manutenção preventiva, inspeção de setups, programação da produção mais complexa e mão de obra suporte. Essas atividades geram um aumento nos custos indiretos e, segundo Martins (2000), somente podem ser apropriados de forma indireta aos produtos, mediante estimativas, critérios de rateio ou previsão de comportamento de custos. Essas formas de distribuição, ainda segundo Martins (2000), contém certo grau de subjetivismo, o que pode provocar erros nos valores rateados.
Resumindo, o sistema de custeio por atividades veio para corrigir um problema instaurado na contabilidade tradicional, devido às constantes mudanças ocorridas nas organizações, provocadas pela automação industrial, introdução de técnicas de produção mais ágeis e sistema de gerenciamento da qualidade total.
Descrição do Método ABC
O sistema de Gestão Baseado em Atividade (ABM) tem por finalidade produzir informações úteis aos administradores, permitindo a elaboração de estratégias e a melhoria do desempenho da empresa como um todo. Para que isso seja realizado, é necessário tornar possível a análise das atividades envolvidas no processo produtivo e conhecer a origem dos custos relacionados a determinado produto.
Segundo Boisvert (1999), a concepção do sistema de Gestão Baseada em Atividades corresponde a uma série de etapas, cuja ordem de execução difere de acordo com quem concebe o sistema. Vários autores descrevem a elaboração do sistema de Gestão Baseada em Atividades em duas etapas principais, subdivididas em oito fases:
a) definição e mensuração das atividades;
b) definição e mensuração dos objetos de custos (produtos).
Ele considera interessante iniciar esse estágio pela definição e mensuração dos processos da empresa, ou seja, uma análise detalhada de todas as atividades realizadas; porém, não descarta a opção de iniciar-se o trabalho pelo estudo dos objetos de custo
(produtos). Na primeira opção o trabalho pode ser dividido em:
Fase 1 : Descrever as atividades da empresa;
Pamplona (1997) sugere iniciar essa fase por meio de uma análise do processo empresarial (APE), divulgada por Ostrenga et al. (1997), por ser uma ferramenta que tem por objetivo a identificação dos principais fluxos do processo na empresa.
A APE pode ser realizada a partir de quatro etapas:
1 - Desenvolvimento de um modelo de processo de negócio
2 - Definição de processo e atividades
3 - Realização de uma análise de valor do processo
4 - Desenvolvimento de um plano de melhorias
Fase 2 : Identificar os recursos;
A partir da relação das atividades desenvolvidas na empresa, parte-se para a identificação dos recursos disponíveis para a realização dessas atividades. A base de dados desses recursos deve estar disponível no registro contábil da empresa, independente do modelo de custeio que é utilizado. Brinson (1996) sugere selecionar a base de custo (recursos) através das seguintes atividades:
a) determinação do tipo de custo;
A escolha irá depender, fundamentalmente, do sistema de contabilidade existente na empresa.
b) determinação do horizonte de tempo do custo;
A necessidade é a determinação do período de tempo para os dados de custo, considerado importante à estabilidade dos valores.
c) classificação das atividades em relação ao ciclo de vida.
Pode fornecer uma estrutura para desenvolver e relatar o custo e o desempenho de ativos importantes, através de toda a sua vida útil. Ao relacionar as atividades ao período em que os benefícios aparecem, o sistema de custeio estará retratando corretamente os custos dos produtos.
Fase 3 : Definir os direcionadores de recursos;
Com os recursos organizados em departamentos (centros de custos) e em categorias semelhantes, parte-se para a apropriação desses recursos às atividades.
A distribuição desses recursos às atividades deve ser feita de acordo com o seu consumo e, aqueles que podem ser diretamente apropriados, terão prioridade. Segundo Pamplona (1997), esgotadas todas as possibilidades de distribuição diretas dos recursos, determina-se os direcionadores de recursos, ou também chamados de direcionadores de custo de primeiro estágio.
Fase 4 : Calcular o custo das atividades.
Identificadas, analisadas e otimizadas as atividades, organizados os custos a serem distribuídos, determinados os direcionadores de recursos e coletados os dados pode-se, então, calcular os custos das atividades. Motta (1997) define as regras de alocação dos custos às atividades, usando uma sequência denominada de hierarquia para alocação de custos:
a) Alocação direta: identificar todos os custos, dentro dos centros de custos, que podem ser alocados diretamente aos produtos e os que podem ser associados a processos ou atividades;
b) Alocação com base causal ou de atividade: utilizam-se os direcionadores de recursos para aqueles custos que não podem ser associados diretamente às atividades;
c) Alocação
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