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Introdução ao Protestantismo

Por:   •  18/4/2018  •  2.641 Palavras (11 Páginas)  •  383 Visualizações

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Ramos da Reforma Protestante no Brasil

1. Anglicano

1.1. anglicanos propriamente ditos (ingleses, e seus descendentes)

1.2. episcopais (de origem norte-americana; brasileiros, japoneses e seus descendentes)

1.3. metodistas (de origem do Sul dos Estados Unidos; brasileiros)

2. Luteranos

2.1. luteranos ligados à Alemanha (Igreja Evangélica de confissão Luterana do Brasil; alemães e seus descendentes)

2.2. luteranos ligados aos Estados Unidos (Sínodo de Missouri; Igreja Evangélica Luterana do Brasil; alemães e seus descendentes)

3. Reformado

3.1. presbiterianos (missões norte-americanas; brasileiros)

3.2. congregacionais (missões inglesas, norte-americanas e outras; brasileiros)

3.3. reformados europeus – Igrejas de colônias (holandeses, húngaros, franceses etc.)

4. Paralelos à Reforma

4.1. batistas (missões do Sul dos Estados Unidos; brasileiros)

4.2. menonitas (missões norte-americanas, alemãs etc., principalmente descendentes de alemães)

5. Pentecostais

5.1. propriamente ditos ou clássicos

5.1.1. Assembléia de Deus

5.1.2. Congregação Cristã no Brasil

5.1.3. Igreja do Evangelho Quadrangular (ou Cruzada Nacional de Evangelização)

5.1.4. Igreja Evangélica “O Brasil para Cristo”

5.2. Cura Divina

5.2.1. Deus é Amor

5.2.2. Numerosas outras

Gouvêa salienta que este tipo de separação exposto no quadro acima, causam reducionismo, destarte faz alguns comentários e críticas a respeito. Em primeiro lugar, anglicanos e episcopais formam hoje a comunhão anglicana , cujos traços comuns são, sob o ponto de vista da liturgia, o livro de Oração Comum e, sob o ponto de vista da crença, o Quadrilátero de Lambeth; em segundo lugar, a inclusão dos metodistas na mesma chave da “família anglicana” pode parecer estranha porque, aparentemente, eles nada têm a ver com os anglicanos, pois em muitos países nem sequer mantêm o episcopado histórico; em terceiro é sobre como classificar os batistas, embora adotem a designação “evangélicos”, sempre recusaram a de “protestantes”. Não se sentem ligados diretamente à Reforma, mas se afirmam anteriores a ela ao se identificarem com os diversos movimentos que, dentro da Igreja cristã, historicamente buscaram organizar-se em comunidades fiéis às crenças e práticas dos primitivos cristãos do Novo Testamento; o quarto problema são os pentecostais, não existe dúvidas que o modelo eclesiástico e teológico dos pentecostais é protestante, todavia nem os protestantes históricos estão dispostos a admiti-los como membros da família nem os pentecostais se identificam com os protestantes. Até mesmo os especialistas e estudiosos possuem opiniões diferentes sobre os pentecostais, uma parte os inclui entre os protestantes e a outra os consideram como um nova Reforma, uma nova forma de Igreja e vivência do cristianismo, que diverge dos padrões das Igrejas protestantes históricas.

No que tange a história da implantação do protestantismo no Brasil, o autor vai declarar que já está de certo modo estudado. Contudo, existe uma desarmonia entre historiadores em geral e historiadores eclesiásticos. Os historiadores constantemente fazem alusão aos protestantes do período colonial (franceses e holandeses), sem adentrar nas questões religiosas desses invasores. Implantação e permanência do Protestantismo no Brasil independente é um assunto pouco mencionado, e quando se menciona, é de forma exclusiva pelos historiadores eclesiásticos. A desarmonia que Gouvêa se refere, é que enquanto os historiadores em geral silenciam, os eclesiásticos produzem textos sobre o protestantismo no Brasil desvinculados da realidade social.

No período compreendido entre o século XVI até fins do XIX, observa-se o avanço do expansionismo e a dominação do mundo latino e católico para o anglo-saxão e protestante. Existe uma analogia entre as invasões protestantes no Brasil e as tentavivas de ruptura da hegemonia latino-católica por parte do mundo anglo-saxão protestante. Essa ruptura vai se fortalecer no século XIX quanto ao político e econômico, mas não quanto à religião e à cultura, que já estavam inteiramente implantadas. Sendo o Brasil e toda América Latina dependente econômicamente e politicamente do mundo anglo-saxão, permanece latino sob o prisma da religião e da cultura, posto isto, o protestantismo continua sendo corpo estranho na sociedade brasileira. Analisando, percebe-se que o protestantismo histórico de origem missionária mesmo com todas controvérsias se mantém firme até os dias atuais, para o autor isso se explica através de três motivos: “primeiro, sempre houve forte apelo religioso no protestantismo em virtude do incentivo à piedade individual e a independência pessoal quanto à obtenção da salvação; por sua vez, a ética ascética ligada à rejeição do mundo pareceu ir ao encontro daqueles que tinham motivos suficientes para não estar satisfeitos numa sociedade sempre desajustada e desigual como a brasileira. Segundo, o protestantismo no Brasil organizou-se e cresceu sob o primado do leigo; este fato pode muito bem ter capitalizado parte da mentalidade anticlerial brasileira recorrente em períodos dos séculos XIX e XX. Teceiro, a hegemonia econômico-politica do mundo anglo-saxão, agora representada pelos Estados Unidos, nunca deixou de injetar energia nos grupos protestantes” (p.23).

O protestantismo histórico brasileiro é visto como inserido à cultura, dado principalmente ao fato de ter sido produto de missões a brasileiros, em contrapartida o protestantismo de imigração sempre foi considerado religião de estrangeiro. Contudo essa visão tem se alterado pois enquanto o imigratório se integra à sociedade brasileira, inserindo-se na lutas sociais, o missionário parece frisar suas características estrangeiras.

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