Biografia Budha

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Os brâmanes (sacerdotes) ficaram escandalizados com este conceito e abandonaram-no. Sozinho continuou o seu caminho e procurou conhecer-se a si mesmo.

A lenda diz que Siddhartha se sentou para meditar sob uma figueira, a árvore Bodhi. Foi ali, que conheceu a dúvida sobre o sucesso da sua tarefa, ao ser questionado por um demônio chamado Mara, que simbolizava o mundo das aparências e que é representado em muitas ilustrações na forma de uma cobra naja. Mara ofereceu o nirvana a Siddhartha, o estado permanente da plenitude, felicidade e conhecimento. Esta era a meta suprema do homem religioso, obtida através da disciplina ascética e da meditação.[pic 7]

Diz a lenda que Mara ofereceu o nirvana a Siddhartha, o estado permanente e definitivo de beatitude, felicidade e conhecimento. Essa era a meta suprema do homem religioso, obtida através de disciplina ascética e meditação. Foi uma oferta tentadora, mas Siddhartha percebeu que isso o iria levar a se distanciar do mundo e que iria impedi-lo de passar os seus ensinamentos.

Essa não era o seu objetivo, ele queria estar ligado a todos os homens, todos eram seus irmãos que precisavam de uma orientação para viver melhor. Foi assim que se transformou, por volta dos seus 40 anos de idade, no Buda, o iluminador.

Foi na cidade de Benares (chamada neste momento de Varanasi na India) que começou a ensinar o darma (“vida” em geral), caminho para o amadurecimento e a libertação de uma boa parte do sofrimento do mundo. Nesta altura o numero de discípulos do budismo aumentou bastante, incluindo o seu filho e a sua esposa. Continuou a fazer as suas pregações no norte da India até à sua morte.[pic 8]

O Buda sempre relevou que ele não era um Deus e que a capacidade de se tornar um Buda pertencia a todo o ser humano, porque todos possuem grande potencial para a sabedoria e a iluminação, pois são os objetivos do budismo. De acordo com a lenda, as suas ultimas palavras foram “Tudo passa. Apliquem-se em busca da salvação”.

Contextualização sócio-histórica da época

A data de nascimento de Siddhartha Gautama não é certa, devido ao fato de não haver muitos registros históricos desta época. A partir dos poucos elementos comprováveis existentes, formularam-se algumas teorias da data em que ele teria nascido e uma delas seria de 463 a. Cristo a 383 a. Cristo que é mais aceita pelos estudiosos do Japão e a outra, que é mais aceita nos países do Sudeste Asiático, que diz que ele teria vivido entre 624 a.Cristo 544 a. Cristo. O local teria sido um lugar chamado Lumbini, onde hoje se encontra o Nepal.

Há 5.000 anos, um povo chamado dravídicos, que eram nómadas, construíram uma cultura muito desenvolvida na região da planície do rio Ganges. Existem ruínas de grandes incêndios e muitos esqueletos, que mostra ter havido muitos massacres e muita violência para que o Império dos dravidianos e arianos (povo que migrou da Europa Central passando pela Pérsia). Eles invadiram o resto da península, impondo aos povos conquistados a sua cultura e a sua religião.

Sendo um povo autoritário, individualista e pouco numérico, determinaram um sistema de estratificação social em castas, de maneira a facilitar o controle dos povos que iam conquistando. Havia a casta dos Brahmin (sacerdotes), a dos Kshatriya (guerreiros), a dos Vaishya (trabalhadores e comerciantes) e dos Sudra (povos conquistados ou escravos). Este sistema encontrava-se nos “Vedas” (conjunto de textos sagrados da cultura ariana de à 3.500 a 3.300 anos atrás). A religião aos poucos foi evoluindo de um simples ritual de sacrifícios a um sistema que servia aos propósitos expansionistas arianos.

O que fez ele...

Siddhartha nunca pretendeu encarnar a figura do grande Salvador, mas sim veio a este mundo para mostrar o caminho a ser percorrido por cada um de nós, respeitando as suas potencialidades e a capacidade de cada um distinguir o que é melhor para si mesmo, ou seja, que cada um fosse senhor do seu próprio destino.

Num dos seus últimos discursos, disse: “Nada esperem dos cruéis deuses, pois também eles estão submetidos às leis do karma, e nascem, envelhecem e morrem para renascerem outra vez, sem serem capazes de libertar-se dos seus próprios sofrimentos. Não se esqueçam que cada ser humano conquista para si mesmo a sua própria prisão, assim, possa ele ser capaz de conquistar um poder maior que o dos deuses.”

Estas palavras deviam ser extremamente revolucionárias e questionadoras, na época, pois através do Budismo, a Índia descobriu o ser humano além da vontade dos deuses, além das castas, além de qualquer condicionamento. Segundo o Budismo, cada um deveria seguir os caminhos da sua própria busca.

O que é o budismo?

O budismo é um dos fenómenos mais antigos do mundo. É a quarta religião depois do Cristianismo, do Judaísmo e do Hinduísmo. O Budismo não é propriamente uma religião, mas mais uma filosofia de vida, no centro da sua mensagem está o homem, Deus fica numa misteriosa meia-luz.[pic 9]

O objetivo do Budismo não é a fusão em Brama (o Absoluto), nem a união com Deus, mas sim, chegar ao Nirvana que significa apagar os fogos da saudade e do apego (este pode ser atingido nesta vida). Ensina a via para fugir ao sofrimento e à dor.

"Há uma esfera que não é certa, nem água, nem fogo, nem ar: a esfera do nada. é só aí o fim do sofrimento" Buda

Um dos princípios fundamentais do budismo é o desenvolvimento de uma atitude de compaixão ou caridade, de amor, e de comunidade com todos os seres vivos, sem ferir, ofender ou desvalorizar nenhum deles.

Preceitos fundamentais seguidos pelos Budistas:

1. Eu comprometo-me a não matar;

2. Eu comprometo-me a não tomar nada que não seja dado voluntariamente por outros;

3. Eu comprometo-me a não me entregar aos prazeres proibidos;

4. Eu comprometo-me a não dizer nada de falso e a não dizer a verdade em ocasiões inoportunas;

5. Eu comprometo-me a não me intoxicar com bebidas ou entorpecentes;

Curiosidades…

O que é nirvana?

O nirvana é a mais alta felicidade, um estado completamente além do sofrimento. Todos aqueles que atingiram algum grau de iluminação