Extensão Universitária
Por: YdecRupolo • 30/3/2018 • 3.993 Palavras (16 Páginas) • 263 Visualizações
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Segundo o teórico utilizado para análise dos dados coletados na pesquisa, em sociedades primitivas havia a troca dos produtos excedentes de suas necessidades e que as universidades centralizadas criam as funções especializadas para atividades que excedem.
Os termos muros, dentro, fora utilizados pelos entrevistados configura-se um arcabouço conceitual.
Valor maior há na publicação, na Extensão não, portanto há um desinteresse, desconsiderando a comunidade atendida e a interação social dessa relação.
O problema levantado por Elias (1980) é que, ao se tentar compreender as teias humanas, a língua corrente ainda obriga o indivíduo a falar e a pensar como se todos os objetos de pensamento - incluindo as pessoas - fossem na realidade estáticos; considerando-os como se não estivessem implicados em relações. Entretanto, uma pessoa está em constante movimento; ela não só atravessa um processo, ela é um processo. Nas entrevistas. é visível que o indivíduo, universidade e sociedade são objetos, coisas separadas como as mesas, cadeiras, carteiras e os gabinetes dos professores. ( HUNGER, 2014, p. 347)
Em todas as relações há a disputa pelo poder, para as autoras na universidade não é diferente, intelectuais medem forças nas funções de ensino, pesquisa e extensão. De acordo com as entrevistas apontam, o poder universitário está centralizado na produção científica.
O distanciamento da comunidade, segundo os entrevistados, acontece por terem de conquistar a titulação acadêmica de mestre e doutor.
Há um jogo pelo poder que Elias (1980) menciona como "uma série de modelos de jogos com regras..." no qual quem participa exerce o controle.
O que é comum a todos os modelos é o fato de "em todos os jogos os participantes têm de exercer sempre um controle mútuo". Enfatiza ainda, que o conceito de poder não é absoluto, mas sim se refere a uma proporção do poder. (HUNGER, 2014, p. 350)
Neste sentido, ao professor cabe compreender que existe uma dependência mútua dele em relação à universidade e assim, há conflitos e tensões que entrelaçam as relações.
O cotidiano universitário é pautado por inter-relações e uma reforma político-cultural é necessária para que se revele toda a dimensão inclusive extencionista.
A universidade faz parte da sociedade por conta das interações entre elas, e não é a eliminação da extensão que vai resolver os problemas existentes, mas a superação de suas concepções.
O outro texto utilizado como base da pesquisa aponta que a universidade brasileira nasce sob a influência do modelo universitário europeu e católico, utilizando o treino da mente e a cultura geral.
No Brasil a ação extencionista inicia-se no século XX e tem duas correntes que a influenciam: a primeira europeia por meio de cursos de Extensão e a segunda norte-americana voltada à prestação de serviços.
Naquela época apenas a elite chegava a cursar a universidade e era dado ênfase aos cursos de Direito e Medicina.
As instituição católicas criadas foram nominadas de Pontifícias Universidades Católicas, sob clara pressão das igrejas para uma educação voltada para os princípios cristãos.
Essas universidades enveredaram para o caminho do atendimento social dos mais necessitados e se distanciaram da pesquisa.
As universidades nasciam portanto, com um duplo referencial: o antropológico e o teológico.
A universidade católica que se forma neste processo nasce inspirada em um duplo referencial, que dá sentido a sua identidade: o referencial antropológico e o referencial teológico, na medida em que ambos, também podem assumir um viés conservador ou um viés transformador. ( BARTNIK, 2009, p. 456)
Na década de 1.990 com a aprovação da LDB 9.394/96 as políticas educacionais sofrem modificações e a universidade vai ganhando contornos mais precisos.
O conceito de universidades Comunitárias surge de uma população de que se organizada na busca do conhecimento e não o contrário.
O que diferencia, nessa época as universidades públicas da privadas é o Projeto Político Pedagógico delas, que demonstra de fato seu caráter público, social e realmente comunitário.
O compromisso social das ações extencionistas, segundo os autores, é imprescindível por mais que ainda sejam pouco compartilhadas com a sociedade.
Naquele momento histórico é que se consolidavam as universidades e as suas ações extensionistas é que contribuiam para concepção de sua identidade.
Paulo Freire aponta que a Extensão universitária apresentava um viés de imposição cultural e pouco dialógica, sendo assim, de transmissão na medida em que a ação extenconista é para atender a comunidade que não possui um saber prévio.
Nesta perspectiva há um equivoco gnosiológico da extensão quando a premissa "estender a" é utilizada, pois se há algo dinâmico na prática sugerida, este se reduz à mera ação de estender, o conteúdo se torna estático - não há mudança, não se dissemina o conhecimento - o sujeito principal no processo de transformação, torna-se um mero depositário de conteúdos. (BARTNIK, 2009, p. 458)
Segundo os autores a o ensino e a pesquisa precisam necessariamente contribuir para uma formação autônima e reflexiva do sujeito, e que por meio de ações extencionistas com cunho dialógico a universidade poderá ser transformada.
É imprescindível que além das ações extencionistas, seja realizada a avaliação dessas ações junta à comunidade.
A função da educação superior pública vai além da capacitação para o mercado de trabalho, tem um caráter político e ético.
Nesta perspectiva a avaliação se torna um instrumento para melhorar a qualidade da educação, proporcionando às universidades a possibilidade de comprometer-se com a democratização do ensino e com a educação para a cidadania.
Além do mais para que possa ser analisada, discutida e modificada pela comunidade acadêmica e dessa forma incorporar-se à cultura da instituição, o processo de avaliação da extensão deve iniciar-se, necessariamente, integrado ao processo de avaliação institucional da universidade e deve ter como fundamentos a missão e o perfil
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