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Sobre Dessalines e Revolução Haitiana

Por:   •  27/11/2017  •  Relatório de pesquisa  •  745 Palavras (3 Páginas)  •  232 Visualizações

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17/10/1806 - ASSASSINATO DE JEAN JACQUES DESSALINES EX- ESCRAVO E LÍDER DA REVOLUÇÃO HAITIANA

         Se não há dúvidas sobre sua condição de escravo, sua nacionalidade é controversa, a tendência da historiografia nacionalista é nascê-lo em Saint-Domingue, numa plantação de cana, contudo, há também a tradição de considerá-lo nascido na África. Não resta dúvida que seu fenótipo era de um negro africano.

        Seguindo um padrão de mudar o sobrenome com a mudança de senhor, trocou o “Jean-Jacques Duclos” do primeiro senhor para ”Dessalines”, o sobrenome do seu segundo senhor, um negro livre, ex-escravo (que também era Dessalines por causa do seu antigo senhor)

        No clima das rebeliões escravas que deram início à revolução, em 1791, Dessalines fugiu.  Sua inteligência e habilidade para ser um bom soldado, junto com seu temperamento corajoso, o engajaram na luta nacionalista do general negro Toussaint L’Ouverture; aliado circunstancial dos exércitos da Espanha, que ocupava a banda oriental da ilha, hoje República Dominicana e, na época, Santo Domingo.

        Toussaint, que além de general gostava de política, tinha o projeto de forçar a França a reconhecer certa autonomia política da colônia. Ele passou para o lado dos franceses para lutar contra uma invasão inglesa e conseguiu com isso a libertação total dos escravos em 1793, então se tornou o governador geral da ilha, ainda sem proclamar a independência. Os movimentos de L’Ouverture desagradaram à República francesa que enviou um considerável exército para retomar o controle direto da preciosa colônia e reestabelecer a escravidão.

        Nesse contexto Toussaint L’Ouverture foi traído por alguns membros do seu staff que queriam a independência total e, existe essa versão, também foi abandonado por Dessalines. L’Ouverture foi feito prisioneiro pelos franceses e Dessalines se tornou, a partir daí, comandante em chefe do exército de 20 mil haitianos rebeldes que, numa proeza épica, derrotaram 60 mil soldados franceses. Sua ação foi incendiária ao ficar evidente que a missão militar francesa visava garantir o retorno da escravidão (havia muitos ricos interesses contrariados na França com a interrupção do comercio de açúcar e café).

        Pondo fim a qualquer espécie de negociação, Dessalines foi impondo derrota atrás de derrota aos franceses e crescendo sua lenda pessoal de crueldade, matando todos os prisioneiros e, ainda por cima, fazendo-o de forma a amplificar o seu sofrimento, infundindo terror aos adversários.

        O Ato de Independência do Haiti, uma Republica negra com nome nativo indígena taíno, foi ditado por Dessalines e é a própria autoconstrução do mito: no documento a liberdade do Haiti resulta dele mesmo, que se assume como ator e autor dessa libertação.         Durante a campanha a bandeira dos haitianos nasceu quando o general rasgou a parte branca da bandeira francesa e juntou o vermelho com o azul.

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