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Boris Fausto

Por:   •  21/3/2018  •  1.370 Palavras (6 Páginas)  •  283 Visualizações

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O movimento tenentista entrou em declínio e perdeu espaço político. Além disso, dentro do próprio movimento havia divergências de caráter ideológico, onde alguns se identificavam com o fascismo, outros com o socialismo, outros com movimentos católicos da época e alguns com o Partido Comunista Brasileiro.

A divisão interna, a inexistência de uma base de sustentação para o programa e a estrutura oligárquica e coronelística que a revolução não conseguiu desestruturar deu a vitória eleitoral as oligarquias agrárias, entre eles o setor cafeeiro, o qual obriga o governo a assentir seus interesses políticos e econômico.

Segundo o autor, o tenentismo se decompôs porque não tinha coesão interna, não havia um pensamento estruturado e as tentativas de fundar um partido eram fracassadas. Quanto a questão social do tenentismo, nunca houve para o autor vínculos organizatórios entre as classes medias e o tenentismo. De todo modo, suas reivindicações estavam no patamar da classe média e como é demonstrado no texto, até uma simpatia dessa camada social com o tenentismo. Entretanto, no texto, é demonstrada uma posição dúbia, na qual fica a incerteza do posicionamento tenentista, que ora parece se compadecer com os interesses da classe média, ora se compadece com os interesses das oligarquias. Essa dubiedade não é surpresa em um movimento que caminhou sempre nas incertezas, sem coesão, sem ideologia e com aspectos internos dissonantes.

O período pós-revolução é definido uma nova relação do Estado com a massa operária, são tomadas medidas que “favorecem” a classe. Contudo, essas medidas são feitas para evitar qualquer revolta operária e frear a pressão da classe. Era mais viável para o governo ter essa força controlada. Entretanto, esse Estado em formação deixa de representar qualquer setor da sociedade. Desse modo, é possível retomar ao início do texto, na defesa da corrente que defende uma negação da categoria social, onde a composição social heterogênea da Aliança Liberal, traz a controvérsia de classes ao expressar opiniões para diferentes camadas sociais, pois como esmiúça o autor no fim do texto, todas as classes envolvidas no processo revolucionário não ganharam o espaço desejado quando nasce o Estado de 1930. A burguesia do café ficou deslocado do poder, o tenentismo fracassou como movimento político autônomo, os grupos desvinculados do setor cafeeiro não conseguiram encontrar condições de ajustar seus interesses, até porque o café continuou a ser um dos elementos básicos da economia. Nas palavras do autor o Estado encontrará condições de abrir-se a todos os tipos de pressões, sem se subordinar exclusivamente aos objetivos imediatos de qualquer delas (pp 254.). Ou seja, essas classes foram importantes no processo revolucionário, mas após a revolução foram descartadas e a classe operária suprimida com algumas medidas que permitiam o governo controlá-las.

Em suma, o autor vê a Revolução de 1930 como uma revolução democrático-burguesa, em que há uma superação da sociedade agrária no país por uma sociedade urbana e industrial. Ela não foi uma luta de classes, mas eclodiu por acúmulos de insatisfações, pela necessidade da renovação do modelo político e econômico e que com a crise econômica de 1929 possibilita de fato o processo. Após a quebra da antiga política oligárquica, o Estado cessa os focos revolucionários e firma uma política aberta as diversas camadas sociais, sem jamais se submeter a elas.

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