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A multidão na história

Por:   •  29/4/2018  •  1.313 Palavras (6 Páginas)  •  293 Visualizações

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O Motim Inglês no século XVIII

Bem diferente da França, a Inglaterra já não possuía resquícios feudais. O maior proprietário era o administrador da aldeia, empregava o trabalho assalariado e nomeava o pároco da Igreja Anglicana. Os trabalhadores que não possuíam terra trabalhavam com fiação e tecelagem nas indústrias domésticas. Alguns motins surgiram no século XVIII, mas sem ter uma forma política. Muitos historiadores trataram esses motins como algo não muito importante por não possuírem um caráter político. Mas o Rudé ressalta que em tais agitações havia em essência uma maneira de protesto social.

Quando capelas católicas foram derrubadas, motins religiosos foram desencadeados e abafados. As Leis das Milícias também provocaram protestos. Mineiros fizeram motins para evitar o recrutamento militar. Motins persistentes ocorreram devido ao aumento de preço dos alimentos ou a sua escassez. Após a Guerra dos Sete Anos houve uma colheita deficiente, e o preço do trigo subiu, o que gerou perturbações entre donas-de-casa, mineiros e barqueiros.

Tanto na Inglaterra como na França a forma de protesto dos trabalhadores assalariados era o motim de fome e não a greve. Na França os motins dos cereais de 1775, formaram um movimento único, que espalhou e fez eclodir uma série de agitações. Já na Inglaterra, os movimentos não possuíam essa unidade, embora tivessem um objetivo comum. Na França, de maneira geral, os participantes dos motins eram camponeses, vinicultores, trabalhadores do campo e artesões. Na Inglaterra, em grande parte dos tumultos do século XVIII, os participantes eram: tecelões, funileiros, mineiros de carvão, barqueiros e os “pobres”. Na Inglaterra, diferente da França, o monarca não era visto como um protetor. Seja na França ou na Inglaterra os movimentos tiveram em sua essência uma forma de protesto social.

O Motim Urbano no Século XVIII

Os motins urbanos se diferenciavam dos rurais. Problemas com o preço do pão também levaram a motins. Além dos motins de fome, em Paris, havia outras formas de protesto, como a busca por melhores padrões de vida, ou a busca por medidas que levam a justiça social. Empregados domésticos, também lutavam contra os castigos que lhes eram impostos.

Em julho de 1736, a demissão de trabalhadores ingleses para contratar a mão de obra irlandesa que era mais barata, provocou manifestações violentas. Embora não haja evidencias claras, pode se dizer que havia uma hostilidade entre pobres e ricos.

Disputas Trabalhistas na Inglaterra do Século XVIII

Foi observado que no século XVIII a forma mais comum de protesto era o motim, e nos motins ingleses, os participantes eram os trabalhadores assalariados que atuavam de maneira mais ativa. Em 1750 e 1751, suspenderam o seu trabalho reivindicando melhores salários. Em 1753 e 1758, carpinteiros, marceneiros, pedreiros e seus ajudantes paralisaram seus trabalhos buscando salários mais altos. Várias manifestações surgiram na sequencia. Em 1721 o Parlamento autorizou os magistrados a regulamentar as horas e salários nas alfaiatarias. Em 1738, tecelões e tosquiadores, após alguns motins conseguiram impor o que desejavam. O autor aborda também que a destruição das máquinas no século XVIII, foi uma forma de fazer pressão nos empregadores. Nada tinha a ver com uma rejeição com a máquina em si. Quebrar máquina era uma forma de trazer prejuízos econômicos para os responsáveis pelas indústrias.

Em 1773, surgiram novos motins e marchas que pressionaram o Parlamento a aprovar a Lei que atribuiu aos magistrados o poder de fixar salários e fazer cumprir suas decisões. Visando manter os magistrados bem informados, os tecelões formaram o “Sindicato”. Assim, os motins dos tecelões de Londres terminaram com o surgimento de uma nova forma de negociação segundo George Rudé.

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